sábado, 27 de agosto de 2011

Cai o único 100%

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Com certa dificuldade, Lyon vence o Montpellier em jogo em que brilhou a estrela de Miralem Pjanic




Com a classificação da Champions League já em mãos, em casa, o Lyon recebia o Montpellier, pela 4ª rodada da Ligue1. O OL precisando se justificar para o torcedor na competição nacional. Era a oportunidade de, no Gerland, mostrar que o time tem força para chegar longe. O MHSC entrou nessa rodada sendo o único time 100%, até então, no Campeonato Francês. Vencê-lo, seria um alento para Remi Garde e sua equipe.

Falando em Garde, mais uma vez ele não ousou. Mandou o seu tradicional 4-4-2, com a mesma formação dos últimos jogos. As novidades estavam no banco de reservas. Lacazette, Kolodziejczak e Reale voltaram do sub-20 e já estão a disposição. Veja o time inicial:




Os visitantes também não vieram com nenhuma surpresa. O ponto alto do time de Girard é a defesa. O brasileiro Hilton, que veio do Marseille, se encaixou muito bem com Yanga-M’Biwa, e juntos são os pilares desse Montpellier. Abaixo, o time que começou jogando:




Empurrado pela torcida que enchia o Gerland, o Lyon começou assustado. Não se portava de maneira imponente e deixava espaços para o adversário penetrar. Nos 12 primeiros minutos, o Montpellier chegou duas vezes com perigo, através do seu atacante Giroud. Em ambas, a defesa falou em posicionamento e só não deixou o placar ser aberto pois Lloris estava atento.

Com um pouco mais de paciência, o Lyon, a partir dos 15’, começou a jogar com mais inteligência. Suas duas linhas de quatro começavam funcionar. Mas o ataque jogava recuado. Lisandro, até então, apagado não chamava o jogo pra si, como de costume. E Gomis precisava vir até o meio-campo buscar jogo.

A válvula de escape parecia ser pelas pontas. Com Réveillère e Cissokho presos na marcação, Briand e Michel Bastos precisavam se movimentar mais, e isso não ocorria. Quando o OL chegava, o último passe não era bem feito. O MHSC jogava no erro e quando o OL não obtinha sucesso na frente, o time de Girard vinha com força ao ataque, pegando a defesa dos Gones desprevenida.

A primeira boa chance do Lyon só apareceu aos 28’, quando Lisandro recebeu bola na intermediária. Avançou com propriedade até ver Réveillère passando pela direita e entrando sozinho na área. O argentino passou para o lateral, que driblou o goleiro Pionnier, mas em seguida perdeu a bola.

O primeiro tempo terminou morno. Sem nenhuma grande chance para os times. Jogo movimentado, porém embolado no meio-campo. Já na segunda etapa, vendo que o time precisava de um gás novo e até uma qualidade melhor no passe, Garde não voltou com Briand e já lançou Miralem Pjanic no seu lugar.

A troca deu certo. Logo no início da segunda etapa, aos 4 minutos, Gomis recebeu bola no setor intermediário do ataque, lançou Bastos em velocidade, pela direita. O brasileiro avançou e cruzou com perfeição para o próprio Pjanic apenas finalizar. Aberto o placar no Gerland.

Os visitantes tentaram responder em seguida. Em jogada pela direita, Utaka finalizou. A bola desviou em Cissokho e Lloris evitou aquele que seria o gol de empate. No rebote, por pouco Giroud não chegou. Mais uma vez o arqueiro do OL chegou mais rápido.

A partida tomava um rumo diferente. O panorama mudou. O jogo ficou mais corrido, com o Montpellier fazendo pressão e os Gones saindo nos contra-golpes. Não conseguindo parar o bom toque de bola do adversário, o Lyon cometia faltas na entrada da área e permitia lances de bola parada para os visitantes.

Com a entrada de Pjanic, o sistema de jogo do OL sofreu uma leve alterada. Bastos caía pela direita, Källström cobria o lado esquerdo de forma defensiva e Pjanic tinha incursões pelo meio, mas sem forçar muito. Teoricamente o 4-4-2 era quebrado com a bola aos pés, mas se recompunha sem a bola.

Aos 22’, o Montpellier teria sua melhor chance na etapa final. Belhanda fez jogada individual e passou por todo setor defensivo do Lyon. Na hora de arrematar, obrigou Lloris a fazer uma defesa genial. E mesmo assim, a bola ainda resvalou no travessão. Pressão!

Girard colocava Camara e Marveux nos lugares de Dernis e Estrada. Mandava seu time pra frente e aumentava a pressão sobre o OL, que por sua vez tentava se defender. Garde optou por tirar Gomis e colocar Jérémy Pied.

A troca deu certo. Primeiramente Belhanda perdeu a cabeça e chutou Pjanic, após o árbitro não marcar falta. Rua para o camisa 10 do MHSC. A partir daí, o Lyon, em raro momento de pressão no segundo tempo, conseguiu aumentar o placar. Jogada começou nos pés de Källström, quando virou o jogo e achou Bastos na direita. O brasileiro prendeu e viu Pjanic passar. O bósnio, em lance similar ao do primeiro gol, achou Pied na área. O camisa 24 só empurrou para as redes.

Poucos minutos depois, aos 85’, Lacazette entrou no lugar do aplaudido Michel Bastos e Rémi Garde queimava sua última alteração. Mal ele sabia que perderia Lisandro. O argentino entrou em uma dividida e se deu mal. Lesão no tornozelo. Saiu de maca com uma feição de desespero, similar aos olhares dos médicos.

Em seguida da lesão de Licha, o Montpellier marcou o seu gol de honra. Bedimo arriscou de fora da área. A bola pegou potência e bateu na trave, antes de ir para o fundo das redes. Com quatro minutos de acréscimos, o MHSC foi pra cima em busca do gol de empate. Hilton até tentou em jogada aérea, mas parou em Lloris. Felizmente para os torcedores ali presentes, o Lyon saiu com a vitória, e acabava com o único time com 100% de aproveitamento na Ligue1.

Vale ressaltar as ótimas atuações de Bakary Koné (mais uma vez), Hugo Lloris e a estrela de Pjanic, que entrou no intervalo e foi responsável direto pelos dois gols da partida.

Agora, a Ligue1 dá uma pausa de uma semana. O próximo jogo é contra o Dijon, fora de casa. Sábado, dia 10/09, às 14h de Brasília.

FOTOS: olweb.fr / L'Equipe


GOLS DA PARTIDA:

3 comentários:

  1. Belo uniforme do Montpellier, alias, o time vem crescendo a paços largos, não!?

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  2. Primeiro Ederson, depois Lisandro, acho que o Lyon não da sorte aos convocados ahauahiu.

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  3. Ah, tem Gourcuff também.

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