Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais /
@FilipeDidi
Fora de casa, o OL fez cinco nos girondinos, assumiu a vice-liderança da Ligue1, ultrapassando o PSG e Lacazette se isola por completo na artilharia
Última rodada do primeiro turno do Campeonato Francês. O Lyon poderia consolidar o título simbólico da primeira fase da competição. Mas, para que isso acontecesse, além da vitória sobre o Bordeaux, o OL precisava torcer pela derrota do Olympique de Marseille. Pois bem, o OM jogou na manhã deste domingo e acabou vencendo o Lille por 2 a 1 e conseguiu se isolar na liderança. Mesmo assim, o Lyon brigava pela vitória de hoje não só para garantir os três pontos, mas também para ultrapassar o PSG na tabela de classificação. Algo que, querendo ou não, daria muita moral para o grupo que acabara de ser eliminado da Copa da Liga Francesa.
Para enfrentar o Lyon, o Bordeaux, sob o comando do ex-lateral Willy Sagnol, vinha com quatro desfalques: Pellenard, Poundjé, Kaabouni e o principal deles, o brasileiro veterano Jussiê. Dentro de campo, Sagnol apostava em uma formação que vem se tornando comum na França: o 3-5-2. As principais armas do time eram o brasileiro Mariano (hoje jogando com liberdade intensa para atacar), os meias Plasil e Khazri e o centroavante Diabaté, homem gol do GdB. Abaixo, você pode ver como ficou a formação inicial do time da casa:
Já pelo lado do Lyon, em comparação ao jogo contra o Monaco do meio de semana, duas lesões fizeram mudar algo no time titular e no banco de reservas. Benzia lesionou o tornozelo e só volta em fevereiro. Com isso, N’Jie voltou a ganhar chances no time principal. No banco, Bakary Koné também sentiu dores e deu espaço a Lindsay Rose. Além disso, hoje, Fournier também tirou Henri Bedimo do time titular. Por lá, quem começou jogando foi Dabo. No meio de campo, Tolisso voltava ao time titular, assim como Milan Bisevac na zaga e Jallet na lateral dirieta. Logo abaixo, os 11 iniciais do Lyon:
Com bola rolando, o Lyon precisou de mais de 10’ para entender o funcionamento tático do time adversário. Nesse meio tempo, enquanto isso, o Bordeaux fazia o seu trabalho e poderia ter aberto o placar em duas oportunidades logo no início. A primeira chance foi em cruzamento vindo da esquerda e, naturalmente, Diabaté subiu mais do que todo mundo e mandou nas mãos de Lopes. Posteriormente, um cruzamento vindo do mesmo lado, mas desta vez rasteiro, obrigou o goleiro do OL a sair novamente.
A partir do momento em que o Lyon neutralizava a vantagem do Bordeaux, começava aí, a mandar no jogo, ter mais posse de bola e controlar a partida. Mas, ainda assim, havia a dificuldade de penetrar na defesa girondina, que estava fechadinha e ainda dificultava a saída de bola do OL, pressionado os jogadores de defesa. Umtiti, por exemplo, tinha muitas dificuldades para encontrar os volantes e acabava optando pelo chutão quase sempre.
A primeira oportunidade de gol do Lyon só chegou aos 23’, quando Lacazette recebeu passe de costas para o gol, girou sobre o marcador e bateu em direção a meta de Carrasso. Mesmo assim, o chute não levou perigo ao gol do arqueiro do Bordeaux. Ainda assim, é preciso notar que o Lyon só conseguiu assustar a meta adversária em uma jogada que precisou contar muito com a habilidade individual do artilheiro do Campeonato Francês.
Aos 37’, finalmente o Lyon conseguiu criar uma ótima oportunidade de gol. A melhor até aquele momento da partida. Em saída de bola do Bordeaux, Lacazette surpreendeu e apertou. Pallois acabou entregando e a bola sobrou nos pés de N’Jie. O camaronês poderia finalizar ou retornar o passe para Lacazette. Faltando um pouco de frieza, ele bateu direito e Carrasso fez uma defesa magnífica. Poucos minutos depois, N’Jie perderia outra ótima chance em cruzamento rasteiro de Jallet.
Dois minutos depois, o Lyon conseguiu sua redenção. Aos poucos foi melhorando na partida até conseguir o ápice. Em jogada espetacular, e com muita velocidade, o Lyon recuperou a bola no meio e rapidamente Fekir foi acionado. Com uma visão acima da média, ele descolou uma assistência magistral para Lacazette, que passava nas costas da defesa. O atacante do Lyon dominou, carregou e finalizou perfeitamente, na saída de Carrasso. Placar aberto no Gerland.
Agora dominando a partida, após o gol, o OL quase ampliou. Mais uma vez brilhava a estrela de Nabil Fekir. O meia franco-argelino recebeu na entrada da área, “sambou” na frente do defensor, levou pro meio e bateu. A bola passou a centímetros do gol do goleiro girondino e saiu pra fora. Era a última oportunidade de perigo do primeiro tempo, que começou sob domínio dos donos da casa, mas que com o tempo foi passando o bastão para o adversário visitante.
Para o segundo tempo, o Bordeaux já voltou pro campo com uma alteração que representava muita coisa. Yambélé deixava o gramado e dava lugar a Saivet. Isso desmontava aquele 3-5-2 inicial e o GdB voltava com um 4-3-3 bastante ofensivo com praticamente cinco homens de frente: Khazri, Plasil, Touré, Saivet e Diabaté. Isso mostrava que o resultado parcial era, realmente, um incomodo para o time da casa, que agora buscava o resultado a qualquer custo.
Mesmo assim, com tantos jogadores ofensivos a disposição, ao invés do Bordeaux conseguir o empate, foi o Lyon quem ampliou a peleja. Em saída de bola estabanada da defesa do Bordeaux, Sané acabou colocando nos pés de Lacazette. A bola fugiu do camisa 10 e parou nos pés de Corentin Tolisso. O lateral-meia avançou e, sem muito trabalho, só tirou de Carrasso e fez o segundo! 2 a 0!
O Lyon ainda poderia ter feito o 3º, quando N’Jie recebeu bola e saiu em disparada. Pallois, quando viu que não poderia alcançar o camaronês, acabou derrubando-o na pontinha da grande área. O árbitro Ruddy Buquet apontou somente falta e expulsou o defensor do Bordeaux, que naquele momento jogaria com a desvantagem de dois gols e de um jogador, facilitando o trabalho do OL.
Depois da expulsão, tanto Fournier quanto Sagnol mexeram. O treinador do Lyon colocou Ghezzal e depois Bedimo nos lugares de N’Jie e Dabo. Este último, defensivamente, fez uma partida impecável – e vale lembrar que há muito tempo não faz uma partida como titular. No Bordeaux, Biyogo Poko entrou no lugar de Wahbi Khazri (que apesar de ser um dos principais atletas do time da casa, hoje não teve um dia muito feliz. Foi muito bem anulado pelo capitão Max Gonalons) assim como Maurice-Belay no lugar de Thomas Touré, que foi outro que sequer teve seu nome citado pelo narrador.
Obviamente, as trocas não dariam fôlego novo ao desarrumado Bordeaux, que tinha no fraquíssimo Maurice-Belay a expectativa de reação. Com o time desgovernado e sem padrão algum, o GdB foi vítima fácil do terceiro do gol do OL. Deixaram Fekir no “mano a mano” com Sertic e Anthony Lopes conseguiu aciona-lo numa reposição de bola de mais de 60 metros. O meia do OL avançou, entrou na área, passou por Carrasso e só empurrou pras redes. 3 a 0 fácil. Passeio do Lyon em campo.
E não parava por aí. Fournier foi pra cima, colocou Yattara no lugar de Fekir – aplaudido de pé pelos torcedores rivais – e a partir daí veio o 4º e 5º gols. No quarto, Lacazette recebeu de costas e girou já fazendo a assistência para Ferri penetrar e chegar batendo. No quinto, Bedimo dominou bola na esquerda, entrou na área e achou Lacazette sozinho na área, que finalizou sem trabalho: segundo gol dele no jogo, quinto do Lyon na partida e 17º dele no campeonato. Artilheiro isolado. Para efeito comparativo, Gignac tem 12 e é o vice-artilheiro. Ibrahimovic aparece na terceira colocação, com 8, junto a Diabaté e Wass. E foi assim que terminou. Se tivesse mais cinco minutos, terminava com mais dois gols. Lyon foi uma máquina no segundo tempo.
Agora o OL só volta aos campos em 2015. No dia 04 de janeiro, os Gones jogam fora de casa contra o Lens, em jogo válido pela Copa da França. A partida é eliminatória e vale vaga para a próxima fase da competição. O jogo será às 11h15 da manhã do horário de Brasília e será num domingo. Até lá! Boas festas ;)
FOTOS: L'Equipe / olweb.fr
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