Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais /
@FilipeDidi
Com um segundo tempo impecável de Lacazette, Grenier e Gourcuff, Lyon brilha e faz 4 a 0 logo na primeira rodada do Campeonato Francês.
Na primeira partida da temporada da Ligue1, o confronto entre Lyon e Claude Puel, seu antigo treinador que saiu brigado do clube. Além disso, diversos desfalques dos dois times davam a tônica para uma partida que tinha de tudo para ser atípica em relação ao que os clubes podem apresentar para o desenrolar de toda a temporada. Com o Stade Gerland não muito cheio, ambos os clubes brigavam pelos primeiros três pontos de 2013/14.
Dotando de apenas dois jogadores experientes no banco de reservas (Danic e Malbranque), o OL entrava em campo com um time muito jovem. Gourcuff seria o “paizão” do elenco, para se ter noção do efeito comparativo. Sem contar com Gomis e com a venda de Lisandro Lopéz, Yassine Benzia virou a referência no ataque do clube. Sem contar com Vercoture, Koné, Umtiti, Dabo, Gonalons e Ghezzal, o OL entrou remendado em campo. Confira a formação inicial do técnico Rémi Garde.
Pelo lado dos visitantes, o Nice também vinha com vários desfalques. A começar pelo melhor jogador do elenco na última temporada: Dario Cvitanich. Além dele, Pejcinovic, Kolodziejczak, Mendy, Pentecôte e Maupay seguiam indisponíveis para a partida. Claude Puel precisou chamar jogadores do Nice B para suprir as ausências, principalmente no seu setor defensivo, assim como o Lyon. Abaixo, você pode conferir como ficou o time inicial do Nice para a partida no Gerland:
A falta de jogadores experientes dentro de campo dava a tônica da partida. Muitos erros de passes, cortes mal feitos, bola “queimando” no pé da garotada e, principalmente, muita afobação. Os primeiros dez minutos de jogo colocaram dois times se estudando e poucas chances para ambos os lados. Além disso, nenhuma das equipes se mostrava ligeiramente superior a outra ao ponto de despontar ao longo da partida.
Isso, é claro, quando o craque não aparece. Mas basta um toque para resolver a situação. Clément Grenier, aos 13’, dominou a bola na intermediária direita do campo de ataque do OL. Precisou de apenas uma olhada para a frente e perceber o deslocamento de Lacazette entre os zagueiros. Com um passe certeiro, o ataque recebeu a bola nos pés e só teve o trabalho de tocar na saída de Ospina. Lyon 1 a 0.
O Nice tentou uma resposta quase dez minutos depois. Em bola parada e cruzada na área, a zaga do OL cortou mal e virou um bate-rebate. Ninguém conseguia afastar. O Nice, por duas vezes, tentou finalizar: sem sucesso! Anthony Lopes, por fim, conseguiu efetuar a defesa e aliviar o perigo iminente próximo ao seu gol.
Depois de marcar o primeiro gol, o Lyon deu uma ligeira recuada. Deixava o Nice jogar em seu campo e tinha o poder de explorar a juventude de seus jogadores no momento de puxar possíveis contragolpes. Contudo, era uma postura complicada e perigosa. 1 a 0 nunca é um resultado sadio e interessante para se segurar. E o Nice não queria ficar com zero no placar. Obviamente, adotar essa postura, ainda no primeiro tempo, não era muito inteligente.
Aos 31’, o Nice teria sua segunda boa oportunidade para marcar na partida. Bisevac tentou sair jogando e errou na passada. Brüls recuperou a bola para os visitantes e arrematou rápido, antes do retorno da marcação. Em dois tempos, Anthony Lopes segurou o potente arremate do adversário e evitou, mais uma vez, o gol do Nice. Nesse instante, o time de Claude Puel era melhor em campo.
Pouco tempo depois, em cobrança de falta, o Nice chegaria mais uma vez com perigo. Eysseric, do meio da rua, cobrou uma falta com muita força no chute. Ao estilo Cristiano Ronaldo. Anthony Lopes fez uma defesa plástica e defendeu. No rebote, a bola sobrou para o atacante do Nice que, novamente, chutou em cima do goleiro português do OL. Seguia 1 a 0 para o OL, mas com o Nice querendo jogo.
No começo da etapa final, o Lyon se mostrou incomodado com a situação do primeiro tempo e não deixava mais o Nice dominar a partida dentro do Stade Gerland. O time se impôs e chegou até mesmo a criar oportunidades de gol, não muito eficientes, diga-se de passagem. Na primeira chance real de gol no segundo tempo, o Lyon arrematou de vez a meta de David Ospina.
A jogada foi construída por Yoann Gourcuff. Pelo lado esquerdo, ele avançou do meio campo até quase a linha de fundo. Venceu Brüls no corpo por duas vezes e colocou na área. Por lá, Grenier, como um legítimo centroavante, subiu bem mais alto e antecipou Amavi. Ospina quase nem viu a bola entrando no seu ângulo esquerdo, mas ainda assim tentou se esticar... Em vão. Lyon 2 a 0.
Em seguida, o Lyon quase marcou o seu terceiro gol. Jogada construída por Alexandre Lacazette. Ele carregou a bola até a entrada da área e esperou a passada de Gourcuff pela esquerda. O meia recebeu, levou no fundo e cruzou rasteiro para Grenier. Na velocidade, o meia chegou conferindo, mas errou na finalização e mandou longe do gol, mesmo estando sozinho, na cara da meta.
Reafirmando uma pressão fortíssima, o Lyon buscava o terceiro gol com muito mais vigor do que o Nice procurava o seu gol de honra. Mesmo sendo superior na partida, o atacante Yassine Benzia não se destacava em campo. Talvez ainda por não ter se acostumado com um protagonismo de centroavante. Sendo assim, a primeira alteração no jogo foi com ele. Deixou o campo para dar lugar a Fares Bahlouli.
Próximo aos 20’ de segundo tempo, o Lyon tinha total controle da partida. Chegava com muita propriedade, principalmente com o trio Gourcuff, Grenier e Lacazette. Faziam um verdadeiro estrago na defesa armada por Claude Puel. Por muito pouco, Lacazette quase não arma uma bicicleta para fechar com chave de ouro a atuação do time no segundo tempo. A bike não foi encaixada por detalhe.
Mas o Lyon não desistia. Aproveitava qualquer brecha. Em um ataque do Nice mal efetuado, a bola caiu nos pés de Clément Grenier. Ele só precisou olhar pra Lacazette se deslocando e efetuou o passe. No contra-ataque, o atacante do Lyon só precisou tirar Ospina da jogada, que foi dividir bola no meio-campo e depois teve o campo livre para fazer: 3 a 0!!!
Claude Puel, visivelmente irritado, colocou dois jogadores em campo: Kévin Gomis no lugar de Amavi e Constant para substituir Jérémy Pied. E nada adiantava. No lance seguinte, Miguel Lopes chegou até a linha de fundo e colocou nos pés de Lacazette, na primeira trave. O atacante do Lyon só não marcou por que não olhou pro gol. Ospina já estava batido no lance. Facilmente poderia ser feito o quarto gol.
Faltando um pouco mais de 10’ de jogo, Rémi Garde decidiu fazer a segunda alteração no Lyon: saiu Clément Grenier, aplaudido pelos torcedores e até pelos jogadores do próprio clube, e entrou Gaël Danic. Grenier deixou o gramado com duas assistências e um gol. Um jogo de craque! Definitivamente ele tem cancha pra ser o protagonista do time durante o restante da temporada.
Perto do fim, Puel fez sua última alteração: Bruins no lugar de Bruïns. Não havia tempo pra exercer qualquer reação. A partida já estava ganha. E, agora, sem Grenier em campo, o Lyon visivelmente diminuía o ritmo de jogo para não forçar a barra do físico dos jogadores. Mas quem disse que não cabia mais? Em cobrança de falta, Gourcuff colocou a bola como se fosse com a mão no ângulo direito de Ospina. Muita curva pra bola entrar com sutileza. Baita gol. Caixão fechado: 4 a 0 e fim de papo!
Uma grandiosa partida do elenco reduzido e desfalcado do Lyon. Grande vitória de Garde sobre Puel. Lyon dorme na liderança!
Próximo jogo: Sochaux x Lyon, dia 16/08/13, sexta-feira, às 15h30, horário de Brasília. Partida válida pela 2ª rodada da Ligue1
FOTOS: olweb.fr / L'Equipe
MELHORES MOMENTOS:
Quer notícias diárias sobre o Lyon? Clique no banner abaixo e siga-nos no Twitter