Memphis Depay participou ativamente dos dois gols do OL no jogo, que agora volta ao meio da tabela
Um jogo que parecia ter sido feito para o Lyon começar a dar a volta por cima. Enfrentar o modesto time do Metz, em casa, é como se fosse um presente para relembrar as vitórias e retomar a tão esperada confiança que os jogadores perderam ao longo da série terrível de partidas sem vencer que o time vem construindo. Antes da partida começar, somente um ponto diferenciava os dois times. O OL, em 17º e o Metz, visitante do dia, em 16º. Claro que a vitória interessava aos dois lados. A diferença aqui é que um time não está acostumado a ficar nessa situação incômoda de flerte ao rebaixamento. A outra está. E o Lyon faria de tudo para reverter esse quadro.
Rudi Garcia novamente preferiu optar pelo 4-4-2, mesma formação que enfrentou o Benfica ao longo da semana pela Liga dos Campeões. No entanto, mudanças estruturais no time principal aconteceram. A começar pelas laterais, que foram assumidas por Dubois na direita e Koné, na esquerda (Marçal ainda está machucado). Na zaga, Andersen ganhou nova chance ao lado de Denayer. No meio, Thiago Mendes volta ao time titular e Aouar joga agora aberto, assim como Reine-Adelaïde. Na frente, Memphis Depay, capitão do time da vez, ficava ao lado de Dembélé. Assim ficou montado:
Pelo lado do Metz, o jovem técnico Vincent Hognon tinha nas mãos um time bem limitado, mas que mandou uma escalação onde, em tese, era mais ofensiva que o próprio OL, usando-se de três atacantes, por exemplo e contando com a força do capitão Habib Diallo, que é o artilheiro do time na competição até o momento. No meio de campo, inclusive, também tinha um nome conhecido do torcedor francês: Kévin N'Doram, emprestado do Monaco, que surgiu como promessa há pouco tempo. De desfalques, o Metz tinha o goleiro Delecroix, o lateral Delaine, o zagueiro Boye e o meia Cohade. Abaixo, o time montado:
Nos primeiros minutos, deu pra ver que o Lyon realmente tenta imprimir um ritmo mais ofensivo sob o comando de Rudi Garcia. Mas, sim, tinha enormes dificuldades em converter isso sequer em oportunidades. Não à toa, o Metz foi o primeiro a incomodar. Com 9' de bola rolando, Diallo tentou uma jogada individual, acertando a rede do lado de fora. A resposta veio dois minutos depois, com cobrança de falta de Memphis Depay que achou Andersen na área. O zagueiro tocou nela, mas não o suficiente para mudar a rota do cruzamento.
Memphis Depay, inclusive, era o jogador com mais potencial de romper linhas no setor ofensivo dos Gones. Eram dos pés dele que surgiam as melhores oportunidades no começo da partida. Ele quase abriu o placar aos 17', quando se livrou do marcador e mandou um chute do meio da rua. Oukidja defendeu sem dificuldades. Mas o grande problema do holandês é justamente quando ele entende que pode resolver tudo sozinho. Aí nada funciona. Seria hoje assim?
Não parecia! O ex-United foi o responsável por abrir o placar aos 28' de bola rolando. Ele recebeu bola na intermediária e viu espaço para progredir. Saiu com a bola, passou como quis por dois marcadores até entrar na área pelo lado direito. Quando teve a oportunidade, bateu cruzado. A bola passou de mansinho e entrou no canto, em chute cruzado. Sem chance para Oukidja. OL 1 a 0!
E não demorou nadinha para o Lyon conseguir ampliar o marcador em casa. Sabe quem foi o responsável direto por isso acontecer? Acertou quem chutou Memphis Depay. Em bola cruzada na área, o holandês teria plenas condições de aparecer para finalizar, mas acabou sendo derrubado pela zaga. Pênalti duvidoso que a arbitragem marcou sem consultar o VAR. Moussa Dembélé foi para a bola. Oukidja acertou o canto, mas não defendeu a cobrança: 2 a 0!
Os dois gols do OL maquiaram um pouco a péssima exibição que o tinha vinha praticando ao longo da primeira etapa. O próprio Dembélé, autor do segundo gol, não recebia bolas. Tanto Adelaïde quanto Aouar, hoje jogando abertos, também não eram muito eficientes, assim como os laterais que tinham dificuldades em atacar. O Metz, inclusive, após ter dois gols de desvantagem no marcador, não se intimidou e procurou alguma reação, mesmo com um time tecnicamente inferior.
Os dois gols anotados foi uma lufada de bons ares ao torcedor que acompanhava e, de certa forma, até enchia o estádio do Lyon. Mas ainda era necessário melhorar muita coisa no modo de jogo do time. Praticamente todos os setores do plantel mostraram-se ineficientes ao longo da primeira parte, mesmo Lopes não tendo suado a camisa. Por sorte dos Gones, era o Metz na outra metade do campo.
No intervalo, Rudi Garcia deve ter dado uma bronca no time, pois o Lyon voltava bem melhor para a segunda etapa. Nos primeiros dez minutos do segundo tempo, o time incomodou muito mais do que toda a primeira etapa. Uniu intensidade a fragilidade defensiva do adversário. Memphis, Dembélé, Aouar e até Tousart tiveram oportunidades boas de aumentar o marcador. Não aconteceu por detalhe.
Percebendo que o Lyon estava querendo tomar conta do jogo - algo que não aconteceu na primeira parte, apesar do placar conquistado. O Metz fez sua primeira mexida logo cedo, aos 13' da etapa final. Opa Nguette saia do banco para substituir Thierry Ambrose, que nada fez na partida. Inclusive, deste time pouco criativo de pouca técnica, é bem estranho que um jogador do nível do Nguette seja reserva.
Claro que a entrada de Nguette deu uma melhorada ofensiva no time visitante, mas não o suficiente para incomodar. Ainda assim, aos 24' do 2º tempo, o OL também mexia, com Cornet substituindo Aouar, que foi pouco efetivo neste confronto. Na sequência, Hognon trocava pela segunda vez, com Gakpa no lugar de Adama Traoré, a medida em que no mesmo tempo, o OL voltava a perder sua intensidade ofensiva.
A medida em que a partida se aproximava do fim, voltava ao "modo sono" que esteve na primeira etapa. O Metz já começava a perceber que não tinha como reagir e o Lyon estava satisfeito com os dois gols fortuitos que conseguiu anteriormente. Angban era a terceira mexida do Metz, no lugar de Maïga, enquanto a bola girava de um lado ao outro do campo, horizontalmente, sem que nada acontecesse.
Somente aos 36' do segundo tempo foi que Anthony Lopes, goleiro do Lyon, fez sua primeira defesa na partida. Uma bola boa, recebida por Habib Diallo em profundidade. Andersen ficou vendido no lance e o passe chegou açucarado ao centroavante do Metz. Atento, o camisa 1 do OL saiu aos pés do matador grená e evitou aquele que poderia ser o gol de honra dos visitantes.
Já nos acréscimos, o Lyon queimou sua última mexida com Jean Lucas no lugar de Memphis Depay. Claramente Rudi Garcia fez isso para que o holandês recebesse os devidos aplausos por ter praticamente resolvido o jogo sozinho. Não deu tempo para o brasileiro mostrar muitas coisas, assim como se houvessem mais uma hora, o Metz também não conseguiria apresentar nada de útil. E ficamos assim: com um 2 a 0 um pouco mentiroso, mas bem útil.
No próximo sábado (2), o Lyon terá a missão de visitar o Toulouse, que também não anda muito bem das pernas na Ligue 1. O jogo, válido pela 12ª rodada do Campeonato Francês, pode dar o tão esperado salto que o OL almeja na tabela e respirar um pouco melhor. A partida está marcada para às 16h do horário de Brasília. Até lá!