Chegando a acumular 72% de posse de bola e jogando boa parte do jogo com dois a mais, OL perdeu a chance de golear, mas venceu facilmente os córsegos, apesar do gol no final
O primeiro semestre da temporada 2016/17 não tem sido uma das melhores do Lyon, com sequências de resultados instáveis, um sistema tático não definido e uma zaga ainda não formada, os torcedores até comemoram quando emplacam sequências interessantes de resultados. E era este clima que o jogo contra o Bastia tinha. Após vencer o Toulouse no último final de semana e empatar, fora de casa, com a Juventus, pela Liga dos Campeões, a expectativa era de ter mais uma vitória para poder trabalhar com mais tranquilidade nas próximas rodadas e voltar a visar o topo da tabela.
Jogando em casa, o Lyon tinha apenas uma importante mudança relacionada aos dois últimos jogos. O brasileiro Rafael, suspenso, não poderia participar do encontro. Dessa forma, Jordy Gaspar foi novamente puxado do Lyon B e já entrava jogando pelo lado direito, já que Jallet também está ausente por lesão desde o começo da temporada. Pelo lado esquerdo, Cornet foi escolhido para jogar ao invés de Rybus, que atuou contra a Juventus na quarta-feira. A dupla de zaga, novamente, foi optada por Diakhaby e Mammana, dois jovens que somados, possuem 39 anos. Abaixo, você consegue ver como ficou montada a escalação de Génésio.
O Bastia, por sua vez, vive um momento ainda mais conturbado que o OL. Uma vitória fora de casa poderia dar uma afastada da área em que fica próxima da zona do rebaixamento e poder seguir pela Ligue1 com mais tranquilidade. A grande força do time de François Ciccolini era no seu trio de ataque, formado por Sadio Diallo (25 anos), Alain Saint-Maximin (19 anos) e o artilheiro do time na temporada, Enzo Crivelli (21 anos). Um ataque muito jovem e, consequentemente, muito veloz e arisco. Em contrapartida, no seu meio de campo, na linha logo atrás, o time tinha duas peças muito experientes Yannick Cahuzac (31 anos) e Gaël Danic (34 anos), este último, ex-jogador do Lyon, inclusive. Abaixo, é possível ver como ficou montado:
Como já era de se esperar, o Lyon ditava as ações do jogo. Logo no começo, o time teve duas ou três ótimas chances para abrir o marcador. A primeira veio com um chute de Ghezzal vindo da direita. Na segunda, foi a vez de Fekir dividir com o goleiro Leca. Nos dois lances, o rebote sobrou para Cornet que não soube aproveitar e finalizar em gol. A terceira chance foi em cruzamento de Morel mal aproveitado por Fekir.
Ainda ante dos 20’ de jogo, o Bastia perdeu uma peça importantíssima. Peybernes, o único zagueiro de origem que estava disponível para o jogo de hoje, havia dividido bola com Fekir e acabou levando a pior. Ele tentou se manter no jogo, em vão. Se Marange já estava improvisado na zaga, agora seu parceiro também era. Mostefa entrou para jogar no miolo, com uma dupla formada por dois volantes.
No desenrolar do primeiro tempo, o Lyon seguia ditando as ações, precisando apenas caprichar melhor nas finalizações. Por detalhe, Fekir ou Cornet acabavam não sabendo aproveitar melhor as oportunidades. O Bastia, por sua vez, tentava chegar em contragolpe, mas seu principal homem de velocidade, Saint-Maximin, estava muito bem marcado e não conseguia criar.
Na segunda metade do primeiro tempo e, curiosamente após a saída de Peybernes, o OL perdeu um pouco daquele ímpeto que antes apresentava. As chances já não eram mais criadas com tanto volume, mas isso não quer dizer que o time não chegava. O grande xis da questão era que o Bastia estava totalmente inócuo em campo. Mesmo com OL não chegando, eles também não chegava, causando morosidade na partida.
Ainda assim, aos 37’ de jogo, Lacazette conseguiu abrir o placar do jogo. O Lyon chegou com muita facilidade dentro da área. Fekir segurou a bola ao melhor estilo pivô, esperou, esperou mais um pouco ainda e achou Tolisso chegando. O volante descolou um passe em profundidade para Ghezzal que, na sequência, acabou derrubando o argelino na área. No pênalti, Lacazette marcou o 10º dele na Ligue1, o 5º na marca da cal.
Antes do intervalo, o Lyon ainda perdeu mais algumas oportunidades para ampliar o marcador. Fekir, que já havia perdido vários, agora passou a bola para Lacazette também perder vários. O artilheiro do OL, após marcar de pênalti, perdeu outros dois gols frente a frente com o goleiro adversário. Certamente, o Lyon cochilando em campo sendo que já podia ter matado o jogo ali mesmo, na primeira parte.
Na volta do intervalo, se a situação do Bastia já estava complicada, piorou ainda mais. Logo no comecinho do segundo tempo, Fekir saiu sozinho para marcar o segundo e forçou o goleiro Leca a sair da meta. Fora da área, ele derrubou o atacante do Lyon e acabou sendo expulso. Diallo precisou sair para a entrada do goleiro reserva Charruau. A partir de então, o time visitante jogava com um a menos.
Antes mesmo de Leca ser expulso, Ciccolini já tinha voltado com uma troca no intervalo. Tirou o apagado Saint-Maximin para colocar Lenny Nangis. Depois da expulsão, portanto, com três minutos do segundo tempo, o time já tinha queimado sua 3ª alteração e tinha que jogar daquela forma e com um a menos, até o término da partida. Um prato cheio para OL aproveitar o restante do jogo e com todas as alterações ainda a serem feitas.
A primeira boa chegada do Bastia no jogo foi por volta dos 20’ do segundo tempo. Em chute perigoso, Lopes afastou o perigo e mandou para escanteio. Na cobrança de bola parada, o time da Córsega quase conseguiu o empate. A bola aérea chegou para Marange no segundo pau, que estava sozinho e cabeceou na rede pelo lado de fora. Um susto grande que até rendeu vaias para a torcida pela forma como o OL se colocava preguiçoso em campo.
Após a chegada do Bastia, o técnico Bruno Génésio fez sua primeira alteração. Ghezzal, que parecia ter sentido alguma dor na coxa, deixou o campo para a entrada de Sergi Darder. Naquele momento, o OL abandonava o 4-4-2 e partiria para o 4-3-3, mas com o próprio espanhol Darder jogando bem ofensivo, assim como Tolisso, que já fazia essa função antes mesmo da alteração.
Faltando pouco menos de 15’ para o fim de jogo, o OL quase ampliou com um chutaço de Gonalons, do meio da rua, que acertou a junção da trave com o travessão. O Lyon seguia melhor, mas faltava mais gol. As chances aumentariam ainda mais para os donos da casa quando Cahuzac, que já estava amarelado, entrou firme em Lacazette e acabou vendo o segundo cartão. Naquele momento, o Bastia jogava com nove jogadores. Naquele momento, Génésio tirava Cornet para colocar o volante (!) Ferri.
E foi o volante Ferri quem ampliou o marcador. Quando até Grenier já estava em campo no lugar de Tolisso, o OL tocava bola perto da área do adversário. Ferri recebeu na direita e, quando a marcação iria apertar, ele fazia o cruzamento. No caminho, a bola foi desviada e acabou enganando o goleiro Charruau. 2 a 0! No finzinho, deu tempo de Crivelli aproveitar um chute despretensioso e ainda diminuir o marcador. No final das contas, foi um bom placar, mais uma vitória do OL... Mas um péssimo futebol jogado que saiu sob intensas vaias.
O OL só volta aos campos agora no dia 18 de novembro, em jogo válido pela 13ª rodada da Ligue1. Essa semana sem partidas deve-se ao fato das datas Fifa. O jogo será em Lille, às 17h45 de uma sexta-feira. Até lá!