A data FIFA não somente deu uma pausa para os times da Europa, mas também trouxeram alguma certa dor de cabeça. Nesse retorno, com jogos da 10ª rodada da Ligue 1, Lyon e Monaco entravam em campo com problemas vindos do departamento médico. O OL mais encrencado com os jogos de seleção, o Monaco por outras questões. Mas o interessante nisso tudo é que mesmo tendo 11 desfalques no somatório, ainda víamos em campo duas equipes extremamente bem compostas, o que dava um charme a mais para este jogo que também era uma disputa por posições na tabela.
Com menos desfalques, mas não menos importantes, o OL iria para o jogo sem seus dois centroavantes do plantel: Dembélé (já machucado há semanas) e Slimani (que teve uma recidiva da lesão da coxa atuando pela Argélia). Além deles, o goleiro Lopes, suspenso e o meia Reine-Adélaïde, em processo de transição depois de cirurgia no joelho, eram os desfalques. Paquetá, que jogou na quinta-feira pelo Brasil, começava no banco de reservas, mas só de já ser relacionado, foi uma surpresa. Abaixo, veja como ficou escalado o OL, que vinha com duas novidades: o goleiro Pollersbeck estreando como titular em jogos da Ligue 1, e Cherki, atuando de falso nove:
No Monaco, a confusão no departamento médico se mistura a duas ausências importantíssimas por suspensão: Tchouaméni, recém campeão da Nations League pela França, estava fora, junto com Diop, que jogou pela França sub-21 na parada. Mannone, Sidibé, Fàbregas, Golovin e Diatta fechavam a lista do DM. Niko Kovac precisou compor o banco com três jogadores do Monaco B, inclusive. Lemaréchal, Akliouche e o goleiro Lienard (este último acabou ficando fora do banco), completaram a listagem dos relacionados. Na imagem abaixo você confere a escalação do ASM:
Cinco jogadores de meio de cada lado. Isso mostrava que o jogo seria complicado nessa faixa de campo. E logo percebia-se isso com a bola rolando. Aquele setor bem povoado travava um pouco a partida. O OL tentava jogar pelo lado, principalmente acionando o Emerson Palmieri, mas esbarrava em dificuldades. O que restava de lado a lado, era esperar o outro time atacar para tentar achar um contra-ataque.
O primeiro lance de real perigo só aconteceu aos 22’ de jogo. O Lyon conseguiu quebrar as linhas de defesa do Monaco, que defendia com duas de cinco, quando Boateng, lá da defesa, conseguiu achar um passe rasgando essas linhas e encontrou Toko Ekambi entre os zagueiros. Ele entrou na área, tirou o marcador da jogada com um bom drible, mas bateu fraco e facilitou para Nübel.
O goleiro alemão apareceria de novo, ainda mais providencial, somente três minutos depois. De novo era o camaronês Karl Toko Ekambi quem incomodava. Dessa vez, em jogada área. Ele aproveitou um bom lançamento de Caqueret e subiu praticamente sozinho, cabeceando no canto. Nübel buscou com muita elasticidade. Nesse momento da partida, Toko Ekambi era a válvula de escape do OL na partida.
De fato, apesar de não assustar muito, era só o Lyon quem jogava nessa primeira etapa. Aos 3’' por exemplo, teve duas chances seguidas. A primeira com Cherki, recebendo de costas e finalizando meio fraco para fácil defesa de Nübel. Na sequência do lance, Fofana saiu jogando errado e Bruno Guimarães teve a oportunidade de arrematar de fora da área. Mas faltou calma, força e direção. E ele acabou manando pra fora.
Por outro lado, o Monaco não funcionava. A linha de defesa era boa e conseguia prender as principais alternativas do OL. Mas ofensivamente e com a bola, o time não tinha recurso algum. Faltava principalmente qualidade técnica para fazer a bola chegar no Ben Yedder e Volland. Diop, Fàbregas ou Golovin, os nomes que poderiam fazer essa bola chegar, eram ausências, então havia um buraco no setor.
A deficiência do OL na primeira etapa era justamente não ter um finalizador de ofício no setor ofensivo. Toko Ekambi, que já fez às vezes, principalmente na época de Angers, não à toa foi quem conseguiu finalizar mais. Cherki, improvisado na posição, tinha dificuldades, principalmente na hora de receber de costas e quando precisava flutuar para a entrada de outro jogador em um momento específico de movimentação. Paquetá no banco era focalizado pela câmera da TV a todo momento.
Logo no comecinho do segundo tempo, finalmente o Monaco conseguiu finalizar levando algum perigo. Foi com Gelson Martins. O meia do time do Principado aproveitou um erro de Denayer em tempo de bola e carregou ela até a entrada da área, e dali bateu. O goleiro Pollersbeck, do Lyon, acabou mandando para escanteio em bola defesa. Foi a primeira intervenção do alemão no jogo.
O Monaco havia voltado melhor para o segundo tempo. Ben Yedder quase abriu o placar em contra-ataque, depois ir até o fundo e cruzar para Volland demorar a aparecer. Mas ali acendia a luz amarela para o time de Peter Bosz, que começava a ser dominado pelo time do Monaco. Aouar quase conseguiu o dele, depois de boa triangulação e receber passe de calcanhar de Toko Ekambi, mas foi pressionado pela defesa.
Depois desse lance, Bosz imediatamente mexeu duplamente, colocando Paquetá, não 100% por causa do jogo de quinta-feira com o Brasil e Kadewere. Saíram justamente Cherki e Shaqiri, os dois que não foram muito bem na partida de hoje. No primeiro lance, o brasileiro já limpou o meio e acionou um ataque que culminou em uma finalização de Kadewere, que acabou não levando tanto perigo. Ponto curioso: foi só encostar na boal que Paquetá foi ovacionado pela torcida. Já virando ídolo por lá.
Aos 28’ do segundo tempo, o mesmo Paquetá conseguiu um bom passe de infiltração na área. Dois jogadores do Lyon chegariam na bola, mas o zagueiro Disasi chegou para cortar e acabou chegando de sola na perna de Dubois. Sem a ajuda do VAR, o árbitro Amaury Delerue acabou marcando acertadamente o pênalti que Toko Ekambi pegou a bola e cobrou com muita categoria, sem pegar distância para abrir o placar: 1 a 0!
Antes do gol, o Monaco tinha feito uma mexida, com Boadu no lugar de Volland. Depois do gol, até demorou um pouco, mas Kovac, sem muitas alternativas, colocou Jakobs e o estreante Lemaréchal nos lugares de Jean Lucas e Matazo. Mas o seu jogo já era na base do desespero. Avançou seus laterais como alas. Gelson Martins era o mais acionado, mas Ben Yedder continuava escondido no meio da defesa.
Já quase nos acréscimos, o Lyon conseguiu fazer o seu segundo gol. Começando novamente com os pés de Paquetá, ele estava perto da lateral quando viu Emerson Palmieri passando. O ítalo-brasileiro arrancou, foi até o fundo, cruzou e Denayer apareceu para completar, sem qualquer marcação! 2 a 0! Já no finzinho, Akliouche entrou no lugar de Gelson Martins, mas não havia tempo para mais nada. Vitória maiúscula para o OL. Participação fundamental de Paquetá no jogo.
O Lyon agora deita a cabeça no travesseiro e deixa de pensar um pouco no Campeonato Francês para focar somente na Liga Europa. Já tem um compromisso no meio dessa semana, na quinta-feira (21). O adversário será o Sparta Praga, segundo melhor time do Grupo A. Duelo interessante. O jogo será na capital tcheca às 16h do horário de Brasília. Até lá!