Filipe Frossard Papini
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Time chegou a sofrer muito com o rápido ataque do Lille, mas a estratégia funcionou e a vitória na raça devolve a 8ª colocação aos Gones!
O Lyon e o Lille encerraram a 13ª rodada do Campeonato Francês neste domingo. Enquanto as urnas fechavam no Brasil, os dois times faziam um dos jogos mais interessantes do final de semana no futebol europeu. De um lado, o OL, um time que entrava em campo como 9º lugar, com 17 pontos e que vinha de uma vitória da rodada anterior, tentando retomar a confiança. Do outro, um LOSC que chegava em 7º, com 22 pontos, e querendo vencer para saltar para 5º com apenas essa vitória. Um duelo entre dois times que além de querer, precisavam muito vencer.
Laurent Blanc não ousou em suas escolhas. Optou por escalar o Lyon na mesma formação que vem usando recentemente, com uma linha de cinco defensores. Mesmo não tendo o jovem Diomandé à sua disposição pela expulsão na partida anterior, ele decidiu escalar Da Silva em sua posição, embora soubesse que isso deixaria sua defesa mais lenta. Sem surpresas, manteve exatamente os outros jogadores em suas posições já esperadas. De desfalques, além de Diomandé, tinha o goleiro reserva Pollersbeck e Tolisso. Veja a escalação:
Pelo Lille, Paulo Fonseca, por outro lado, teve problemas um pouco mais complicados para se resolver. Durante toda a semana, ele tinha dúvidas sobre a presença de três de seus principais jogadores: Ounas, Bamba e Ángel Gomes. Esse terceiro era sobre gastrite e havia confiança na sua presença. Dito e feito. Porém, Ounas e Bamba tinham problemas musculares e sequer treinaram na sexta-feira. Contudo, viajaram, embora começassem no banco. Desfalque mesmo, somente o lateral Gudmundsson, com pubalgia. Assim ficou o time:
Com bola rolando, dava pra ver muita movimentação no meio de campo. Dois times que povoavam muito o setor. A primeira chance real de perigo aconteceu perto dos dez minutos de jogo, com Tim Weah chegando com perigo na entrada da área e batendo procurando o ângulo de Lopes. Achou, mas mandou a centímetros do ângulo. O OL demorou alguns minutos para reagir, e foi pressionando a defesa adversária.
O Lille realmente parecia não saber sair jogando com muita destreza através do seu campo defensivo. O OL começou a perceber isso e foi pressionando essa bola que o time conseguiu chegar pela primeira vez. A jogada teve ações de Tagliafico e Lacazette. Mas a finalização foi de Thiago Mendes nas mãos de André Gomes e na frente do árbitro, que ignorou totalmente e sequer foi revisitar o lance no VAR. Pareceu bem claro o toque dentro da área.
Aos 30’ de jogo, o Lille teve a melhor chance do jogo até então. A defesa do Lille espanou uma bola sem perigo e Thiago Mendes, ao tentar recuar para Gusto, acabou armando um contra-ataque para Cabella puxar pela esquerda. O meia do Lille conseguiu achar Jonathan David em excelentes condições. Era ele e o goleiro. O canadense optou pela cavadinha e acabou acertando o travessão em lance incrível!
E o jogo era basicamente pautado nisso. Um time esperando o erro do outro e decidindo criar a partir daí. E uma segunda dependência que eram de seus homens de criação. O Lille com Weah e Cabella e o Lyon com Aouar. Não tinham outro escape. As laterais não funcionavam de lado a lado e isso forçava um jogo por aquele meio-campo tumultuado. O jogo amarrado propiciava a vigília pelo erro.
O curioso a se notar do caso do Lyon nesse jogo eram as quantidades de bolas cruzadas que o time conseguiu criar ao longo da primeira etapa e nenhuma delas obteve êxito em termos de altura. Ou ela vinha muito baixa, ou ela vinha muito alta. Dembélé e Lacazette chegaram a demonstrar descontentamento em vários momentos do time. O que isso significa? Que falta paciência do time com a bola aos pés.
Enquanto isso, o Lille continuava chegando. Perto já do fim da primeira etapa, novamente apareceu a figura de Tim Weah. O norte-americano recebeu um passe nas costas da defesa, mas sem ângulo, decidiu aparar a bola com um toque de cabeça que acharia Jonathan David entrando na área. Novamente, Anthony Lopes apareceu como uma flecha e surpreendeu uma defesa elástica, rasteira e que evitou o perigo.
Para o segundo tempo, os dois técnicos resolveram mudar logo de cara. Não dá para saber o motivo aparente disso, mas foi uma troca de cada lado. No Lille, Alexsandro foi pro lugar de Ismaily. E no Lyon, teve mexida posicional, com a saída de Da Silva para Lepenant. O time voltava no 4-4-2 e parecia povoar um pouco mais o campo ofensivo. Morder o Lille no campo de defesa? Não seria uma má ideia.
Mas se por um lado o OL tinha mais gente no campo de ataque, certamente deixaria mais espaços lá atrás. Foi assim que o Lille quase abriu o placar aos 15’ da etapa final, quando Cabella acelerou o jogo com Diakité na esquerda. O lateral foi até o fundo e cruzou rasteiro para Ángel Gomes receber em condições brilhantes. Não tinha nem marcador perto. Não à toa ele teve tempo de dominar e parar a bola antes de chutar. Lopes brilhou no puro reflexo!
Não demorou para Blanc mexer de novo. Apareceu com duas novas mexidas, colocando Reine-Adélaïde e Toko Ekambi nos lugares de Aouar e Dembélé. Paulo Fonseca, minutos depois, apareceu com Ounas e Bamba – os dois que eram dúvidas para o jogo – e tirou Ángel Gomes e Tim Weah. A quarta mexida do OL apareceria pouco tempo depois, com Caqueret dando lugar a Romain Faivre.
Mas o momento do jogo era todo do Lille. Jonathan David perdeu três ótimas oportunidades nesse meio tempo em que os times mexiam. Lopes seguia brilhando e a defesa do OL comendo mosca e dando muitos espaços. Mas precisou de um lance para Reine-Adélaïde mudar esse cenário. Ele recebeu bola no meio e achou, de trivela, Tagliafico passando pela esquerda. O lateral cruzou rasteiro e Lacazette só completou. Sem dificuldades: 1-0!
Depois do jogo, o cenário do jogo mudou drasticamente. O Lille não se deixava levar pelo resultado e começou a atacar em bloco. Consequentemente o Lyon recuou o time todo e ficou ali sofrendo uma baita pressão durante bons minutos. Depois dos 40’, todas as últimas mexidas foram queimadas. Paulo Fonseca abriu mão de Djaló e André Gomes para colocar Zedadka e Bayo. No Lyon foi Cherki no lugar do autor do gol, Lacazette.
No finzinho, claro que o LOSC tentou de tudo para conseguir igualar o marcador, mas o OL se defendeu de maneira muito competente, mas do jeito que dava também. Ainda teve até uma chance de liquidar o jogo, quando Toko Ekambi apareceu em contra-ataque, frente a frente com o goleiro e acabou tentando uma cavadinha para cima de Chavalier. Mas o goleiro do Lille evitou o 2-0. Foi uma vitória mais da garra e da vontade do que do trabalho tático ou técnico. O OL venceu na vontade. E isso é o maior gás de confiança que o time poderia ter!
O foco do Lyon agora se volta para exatamente daqui uma semana. No mesmo dia, no mesmo horário. Novamente os Gones encerrarão a rodada, dessa vez a 14ª. O adversário será o Olympique de Marseille, no Vélodrome, às 16h45 do domingo (6). Não custa lembrar que esse é considerado um dos maiores clássicos do futebol francês. Até lá!
FOTOS: ol.fr | Getty Images | losc.fr
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