Depois do tropeço diante do combalido Marseille, o Lyon conseguiu recuperar sua autoestima. Venceu o Rennes no meio da semana passada e depois ainda goleou o Sochaux pela Copa da França no fim de semana. O desafio agora seria encarar o Reims, 12º colocado da tabela, em jogo fora de casa que poderia valer a liderança provisória da Ligue 1. Portanto, nesta sexta-feira, a 29ª rodada do Campeonato Francês era aberta com o OL visitando o Reims e precisando apenas da vitória.
Para este jogo, o técnico do time da casa não ousou e não trouxe nenhuma surpresa. David Guion armou o seu time no 4-3-3, com uma variação para o 4-2-3-1. Ele tinha dois desfalques para essa partida, mas somente um titular. O goleiro reserva N’Diaye não estava presente no grupo por lesão, mas a ausência do volante Cassamá era a mais sentida. O jogador ficava de fora por suspensão. Como principais armas, o Reims tinha o atacante Dia, com 12 gols na competição, além do meia Chavalerin, pronto para cometer a lei do ex. Veja a escalação!
O Lyon também manteve o seu 4-3-3, mas Rudi Garcia trouxe novidades. Geralmente as mexidas eram no meio de campo ou nas laterais. Dessa vez De Sciglio começou jogando na esquerda e Thiago Mendes no meio, com Cornet e Bruno Guimarães no banco de reservas. Mas a grande surpresa mesmo apareceu no ataque. Mesmo com o retorno de Tino Kadewere, foi Rayan Cherki quem apareceu como titular após uma excelente exibição diante do Sochaux, pela Copa da França. Assim ficou escalado:
No comecinho da partida, o Lyon era nitidamente melhor em campo e parecia querer ser o time a ditar o ritmo de jogo. Tinha mais posse de bola, mas com enormes dificuldades de chegar com perigo no gol adversário. Sem a bola, o Reims se defendia com praticamente cinco homens, além do apoio dos laterais. O OL acabava tendo enormes dificuldades e precisava dos atletas que quebram linhas, como Cherki, Paquetá, Aouar e Memphis Depay, que tinham dificuldades.
A primeira chance de perigo foi criada aos 13’ de jogo. Em um chute de fora da área de De Sciglio, o goleiro Rajkovic espalmou pro meio da área, de forma bem atrapalhada. No rebote, Aouar tinha toda a oportunidade de concluir pro gol, mas no susto da bola rápida, acabou nem tendo a intenção do toque e acabou finalizando quase sem querer pra fora. Imediatamente, o Reims respondeu com um chute fraco de Berisha, de fora da área.
O time da casa chegaria de novo aos 20’ de jogo. E dessa vez com real perigo. A jogada foi um lance individual do artilheiro Dia. Ele dominou na entrada da área, sambou pra cima de Denayer e conseguiu espaço pra fazer a finalização. O chute fortíssimo forçou Lopes a buscar a bola no cantinho e acabou dando rebote. Na conclusão, Marcelo apareceu bem para fechar o chute do adversário.
Enquanto o OL tinha bastantes dificuldades de chegar, apesar de ter mais posse de bola, o Reims parecia querer crescer no jogo. O time da casa precisou somente de uma bola mais quente para conseguir abrir o placar. A jogada foi pelo lado direito do ataque. Mbunku foi quem construiu a triangulação. Foket fez o cruzamento e Cafaro apareceu fechando e se antecipando muito facilmente Dubois para mandar um foguete pro gol: 1 a 0!
Depois do gol, o Lyon parece ter dado uma acordada. Avançou suas linhas e começou a jogar daquele estilo onde o homem mais recuado eram os zagueiros já na marca do meio de campo. Mas continuava sendo uma posse de bola que não se traduzia em nada. Daí o time começava a ficar mais nervoso com a bola aos pés e era muito fácil errar, ou tentar arriscar de muito longe na primeira oportunidade, talvez nem tão clara assim.
No final das contas, o primeiro tempo se encerrou com um resumo bem módico da atuação do Lyon. Sem brilho, quase sem criação alguma, bem como também uma neutralidade em finalizações, além de ter sido engolido defensivamente pelo time da casa. O Reims, como franco atirador, fez um jogo correto. Se defendeu quando tinha que defender e atacou com veneno quando teve a chance.
Para a etapa final, o OL veio com três mudanças logo de cara. Entraram Cornet, Caqueret e Kadewere nos lugares de De Sciglio, Aouar e Cherki. A mudança logo surtiu efeito. O Lyon quase empatou imediatamente. Jogada de velocidade com Memphis Depay que achou Paquetá passando do outro lado. O brasileiro dominou, carregou e finalizou para linda defesa do goleiro Rajkovic. No rebote, Toko Ekambi deu sequência ao lance e mandou um foguete em chute cruzado, de novo Rajkovic interviu bem.
A resposta ao possível ímpeto ofensivo do OL apareceu aos 13’ do segundo tempo em jogada individual de Munetsi. Ele foi pra cima da defesa do Lyon, passou como quis com um drible desconcertante e mandou um chutaço no ângulo. A bola foi com muita força, mas Lopes apareceu para fazer a defesa. No rebote, Mbunku apareceu para tentar concluir, mas acabou desperdiçando a chance de dobrar o placar.
Mas o segundo tempo parecia ser mais do Lyon. Atacava com mais força, mais propriedade, mas ainda atrapalhado. Bolas rebatidas pela defesa, bumba meu boi e muita confusão, mas o gol não aparecia. Enquanto isso Guion ia mexendo aos poucos. Primeiro, colocou Touré no lugar de Berisha. Mais tarde, foi a vez de tirar dois homens de frente e recuar ainda mais. Cafaro e Dia deixavam o gramado para dar lugares a Doucoure e Zeneli.
Já com o jogo se encaminhando para o fim, o Lyon quase conseguiu empate em duas oportunidades muito boas. Depois de uma troca de passes na beirada da área. A bola apareceu com açúcar para Cornet mandar pro gol de fora da área. E assim ele fez. Pegou com força e em direção ao cantinho do gol. Mesmo com a visão atrapalhada, Rajkovic conseguiu chegar até lá para fazer a grande defesa do jogo.
Um minuto depois, mais uma oportunidade para o OL finalizar de fora da área e de novo ficou no quase. Dessa vez, um chute de Caqueret. Ele tentou bater colocado, mas a bola acabou passando com capricho pelo lado direito do goleiro, que só ficou no golpe de vista. E os Gones continuavam nessa de atacar, amassar, lançar bola aérea, colocar no tumulto para ver se a bola acabava entrando. Mas parecia tudo em vão.
No finzinho, Memphis Depay teve a chance de triangular com Kadewere e finalizar girando para quase acertar o ângulo. Mas se não foi nessa, foi na seguinte. Novamente o holandês tentou, agora cruzando pra área. Lá estava o mesmo Kadewere subindo mais alto que todo mundo e decretando o empate nos acréscimos: 1 a 1! No último lance, ainda teve Slimani quase virando a partida num surreal final de jogo.
O Lyon agora faz uma pausa no seu calendário, respira bastante e vai ter tempo demais para estudar o seu próximo adversário, que é ninguém mais ninguém menos que o Paris Saint-Germain. O jogo será no Groupama Stadium no dia 21 de março, no outro domingo, às 17h do horário de Brasília. Partida válida pela 30ª rodada do Campeonato Francês. Até lá!
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