A situação de Lille e Lyon na tabela são relativamente similares. Foram dois times que fizeram uma boa Ligue 1 na temporada passada, mas que nessa estão devendo bastante. E o retrato disso é justamente a posição de ambos na tabela. OL entrou em campo como 13º colocado, enquanto o LOSC era o 11º, com uma diferença de apenas um ponto entre eles. Por outro lado, os dois seguem muito bem nas suas competições europeias. Lille passou em primeiro no seu grupo da Champions e o OL fez o mesmo pela Liga Europa.
Para este jogo, o time da casa tinha alguns desfalques importantes e também curiosos. Os dois goleiros reservas do Lille estavam fora para esse duelo: Jardim e Karnezis. Chamaram o jovem Raux para o banco. Dá parte que realmente importa, Gouvernnec não teria o excelente lateral esquerdo Reinildo Mandava, além do atacante Timothy Weah. Com exceção do defensor, os outros três desfalques são suplementes. Basicamente, o LOSC vinha com praticamente força total para enfrentar os Gones. Assim ficou:
Já o Lyon não tinha a mesma felicidade. Vários desfalques forçaram Peter Bosz a escalar um time bem diferente no convencional. Novamente ele optou pelo 3-4-3, mas sem Denayer, Diomandé, Shaqiri, Reine-Adélaïde, Toko Ekambi e principalmente o suspenso Paquetá, o time que entrou em campo era inédito. Nomes como Lukeba, Da Silva, Henrique, Gusto, Thiago Mendes, Slimani e Dembélé começam jogando. Até pouco tempo atrás, praticamente todos os citados não eram considerados titulares. Abaixo você pode ver como ficou montado os titulares:
No comecinho do jogo, poucas movimentações ofensivas e um meio de campo muito tumultuado e presente. Jogo embolado por ali e pouca criatividade. Surpreendeu por parte do Lille, mas não por parte do OL, que tudo indicava, iria tentar jogar pelos lados. Mas tinha dificuldades para fazer qualquer coisa. Aouar, que em tese deveria ser o nome a conduzir a parte técnica do time, não aparecia em campo.
A primeira chance do Lyon foi um chute de fora da área de Dembélé, que passou rente a trave, bola rasteira, que levou pouco susto aos nove de jogo. A resposta do Lille só aconteceu aos 22’, quando Djaló fez boa jogada pela esquerda, a bola rebateu e sobrou para Yilmaz. O atacante turco conseguiu finalizar, mas pegou mal na bola e mandou pro lado do gol de Lopes, sem muitos sustos.
Jogando com dois centroavantes, o OL tinha pouca mobilidade no ataque. Quem deveria abrir pelos lados eram os laterais Gusto e Henrique, mas isso não acontecia. Aouar, quando recebia a bola, tinha que resolver sozinho e literalmente não achava o passe para ninguém. Enquanto isso, tanto Dembélé, quanto Slimani, faziam dois paredões para nada. Pouca movimentação, nenhuma velocidade e a bola, obviamente, não ficava no setor ofensivo.
Diferentemente do OL, o Lille tinha algumas válvulas de escape bem mais interessantes. Tinha o grandão na área, Yilmaz, mas também tinha os homens de mobilidade e velocidade, como David, Ikoné e principalmente Bamba, que era o jogador que mais procurava espaços para os Dogues. Nesse aspecto, pelo menos o OL conseguia encaixar a marcação e dava poucos espaços para os adversários.
Aos 33’ de jogo, o Lyon foi forçado a fazer sua primeira mexida quando Henrique desabou no gramado sentindo dores na posterior da coxa. Imediatamente foi trocado por Emerson Palmieri, que é naturalmente o dono da posição. Henrique havia sido recompensado pela boa partida no meio da semana, diante do Ranger e hoje tinha uma das raras oportunidades para começar jogando.
Antes do intervalo, o Lyon até tentou avançar um pouco mais suas linhas, mas esbarrava em muitas dificuldades ofensivas. Paquetá, suspenso, fazia falta? Claro. Mas esse não era apenas o único problema do time. Faltava balanço e equilíbrio. Cherki começar essa partida no banco de reservas era um pouco. Dembélé de cabeça e Aouar em remate da entrada da área, acabaram fechando um primeiro tempo bastante mediano do OL.
Para o segundo tempo, nenhum dos dois times mexeram, apesar de Peter Bosz ter ensaiado algumas trocas logo no comecinho. E, obviamente, o panorama se manteve para a segunda etapa. Jogo truncado no meio, pouca objetividade e aquela sensação de muita gente perto da bola. Dembélé, pelo Lyon, parecia mais solto. Mas ainda faltava muito para ser um jogador agudo e capaz de mudar algo.
Aos 23’ do 2º tempo, a melhor chance do jogo até aquele momento. Pelo meio, Ikoné achou um belo passe para Yilmaz receber dentro da área e finalizar. Lopes operou um milagre para o mesmo Ikoné pegar o rebote e mandar por cima, antes de ser substituído por Angel Gomes. O Lille depois chegaria de novo. Mais uma vez com Yilmaz e de novo fazendo brilhar a estrela de Lopes, com uma defesa ainda mais incrível do que a anterior.
O LOSC começava a gostar do jogo e Peter Bosz fez duas mexidas de uma vez. Tirou o amarelado Thiago Mendes e o inoperante Slimani. Para seus lugares, foram a campo Caqueret e Kadewere. Alguns minutos depois, foi a vez do Lille mexer, com Gudmundson no lugar de Bamba. E era o Lyon quem parecia querer gostar mais do jogo. Aouar era o melhor do time, mas parecia jogar sozinho, muitas vezes. Esforçado, Dembélé também era destaque, mas faltava mais qualidade técnica.
Logo depois do OL queimar suas últimas mexidas com Cherki e Dubois nos lugares de Aouar e Gusto, o Lille quase abriu o placar já aos 41’ do 2º tempo. Bruno Guimarães perdeu a bola e Yilmaz chegou até o fundo, cruzou rasteiro e a bola passou por todo mundo na defesa até chegar no segundo pau, onde Gudmundsson apareceu com ótimas condições para finalizar. Até conseguiu, mas mandou pra fora em excelente oportunidade.
Já quase nos acréscimos, o LOSC colocou Onana no lugar de Benjamin André e foi quase essa mexida que decidiu o jogo. O volante teve uma oportunidade dentro da área, onde acertou um chute que bateu no braço de Caqueret, que nada foi marcado pela arbitragem. E, mesmo com 5 minutos de acréscimos, o OL não conseguiu fazer muita coisa depois disso. O Lille dominou o restinho do jogo, mas também sem gol.
O placar final foi o retrato de um jogo com pouca capacidade técnica de parte a parte. O Lille, especialmente nesse duelo, tinha mais qualidade técnica. O OL, com vários desfalques, fez um jogo muito abaixo, mas satisfatório pelo adversário que enfrentou e pelas circunstâncias, além de ser um compromisso fora de casa com um time, pelo menos no momento, melhor. Mas o pior de tudo foi pra quem assistiu. Não foi um jogo bonito de se ver.
O compromisso do OL agora é com outra competição que ele fará sua estreia nessa temporada: a Copa da França. Pelos 32 avos de final, o Lyon encara o primo pobre do PSG, o Paris FC, clube que vem fazendo boa campanha na Ligue 2 e atualmente se encontra na 4ª colocação. O jogo é de partida única e será realizada Stade Sébastien Charléty, às 17h da próxima sexta (17). Até lá!