@BrasiLyonnais / @FilipeDidi
Time do Principado venceu com dois golaços. Gomis descontou. Mas ficou por isso mesmo
No Stade Louis II, o Lyon visitava o Bordeaux para um duelo de opostos, pelo menos até então. O time da casa abria a porta de seu estádio em busca da liderança – e torcendo para o PSG perder para o Saint-Étienne na última partida da rodada –. E, do outro lado, um Lyon que, após vencer o Rijeka pela Liga Europa, buscava a sua segunda vitória consecutiva. Obviamente, pelas circunstâncias da partida, do campeonato, e a diferença de qualidade entre os times, o time do Lyon entrava em campo já vislumbrando que um empate era um resultado satisfatório, ainda mais jogando fora de casa. Hoje, o importante era somar pontos.
Os donos da casa, vieram a campo com algumas mudanças em relação a última partida. O brasileiro Fabinho, lateral direito, acabou perdendo sua vaga para Abidal, que assumiu a defesa e acabou movimentando Raggi para o lado direito. Outra mudança era a volta de Kurzawa ao time, deixando Tisserand no banco de reservas. Numa espécie de 4-2-3-1, o time do Principado ainda tinha a presença de um jogador que marcou época no Lyon: Jérémy Toulalan era o volante do clube monegasco e era o responsável por dar segurança ao setor. Confira abaixo a formação tática do Monaco para o duelo contra o Lyon na tarde deste domingo:
Pelo Lyon, Rémi Garde não abdicou do seu 4-2-3-1, variando para o 4-3-3. O time também sofreu algumas mudanças em relação as partidas recentes. Hoje, Bisevac fazia dupla de zaga com o volante Maxime Gonalons, jogando improvisado. Bedimo era o lateral esquerdo e Dabo o direito. No meio, três jogadores mais defensivos: Ferri, Fofana e Malbranque, sendo o último com mais liberdade para subir e fazer o terceiro homem da linha de 3 do 4-2-3-1. Outra novidade era Gaël Danic que, recuperado de lesão, compunha o banco de reservas e se tornava uma boa alternativa para o segundo tempo. Abaixo, veja a formação tática do OL para a partida contra o Monaco:
Logo no começo da partida, percebia-se qual seria a temática do jogo: forte pressão do Monaco, defesa do Lyon tendo que marcar firme os homens de frente dos adversários, e pressão na saída de bola dos jogadores do OL, que jogava defensivamente e buscava respaldo nos lances de contra-ataque. Nos primeiros 20’ de jogo, nenhuma chance clara de gol, mas era evidente a superioridade dentro de campo da equipe monegasca, que quase não deixava os Gones jogar tocando a bola.
Passada a pressão inicial, o Lyon conseguiu abafar o ímpeto adversário avançado suas linhas de marcação e conseguindo ter mais espaço e calma para tocar a bola com mais eficiência no meio de campo. Mas esse tipo de comportamento dava margem a dois problemas: o primeiro era a dificuldade de chegar perto da área do Monaco, que estava bem posicionado defensivamente. O segundo era o espaço que dava para o adversário armar contra-ataques. E tendo James Rodriguez e Ferreira Carrasco para armarem as jogadas, era um perigo iminente atuar desta maneira. De todo modo, já era algo melhor do que ficar encurralado quase que dentro da área, esperando o ataque adversário vir.
Mas não foi por contra-ataque que o placar foi aberto. A jogada foi criada em lance de bola parada. O Monaco levantou-a na área do Lyon, Anthony Lopes saiu um pouco atrapalhado e mandou o rebote para o centro. O volante Obbadi, sem marcação e de frente para o gol, foi muito feliz ao mandar um chutaço, do meio da rua. A bola entrou com uma potência gigantesca, no ângulo do goleiro português. Monaco 1 a 0.
Antes mesmo do Monaco marcar seu segundo gol, o Lyon teve uma chance baseada na sorte. O goleiro Subasic quase entregou o ouro. Em jogada em que o setor de meio campo recuou a bola para o goleiro, ele teve dificuldades para dominar e deixou ela escapulir. Briand, conseguiu alcança-la, mas foi interceptado por Kurzawa no momento certo. A defesa do Monaco conseguiu afastar o perigo, mandando a bola para escanteio. Mas foi por pouco que o goleirão não comete um erro homérico.
E o segundo tento não demorou a sair. E foi justamente motivado ao avanço das linhas de marcação do Lyon. Em uma jogada despretensiosa, a defesa do Monaco deu um chutão e a bola sobrou para Falcao García, que estava muito bem colocado entre o lateral esquerdo e o zagueiro do OL. Em profundidade, ele recebeu e foi carregando, levando, e esperando a saída de Anthony Lopes. Quando o goleiro se aproximou, o colombiano finalizou de maneira fantástica, encobrindo o arqueiro. 2 a 0!
Ainda antes do término da primeira etapa, o OL teve mais uma ótima oportunidade para marcar. Dessa vez, os méritos foram todos para Malbranque, que com um passe, conseguiu cortar toda a defesa do Monaco e deixar Briand sozinho com Subasic. O goleiro do time do Principado saiu do gol e conseguiu interceptar a finalização do atacante do Lyon. Essa e a diferença entre o craque (Falcao) e o perna de pau (Briand). Um é frio na saída do goleiro. O outro, não sabe nem o que fazer com a bola.
Pouco tempo depois de começar o segundo tempo, Rémi Garde não demorou a mexer. Fez uma substituição não muito ousada. Colocou o jovem Corentin Tolisso no lugar de Mouhamadou Dabo. O atleta que veio do banco joga de lateral direito também, mas tem uma postura bem mais ofensiva. E essa, na visão de Garde, poderia ser a válvula de escape do Lyon para tentar surpreender o lateral adversário, Kurzawa.
Mas foi pelo lado esquerdo do campo que o Lyon conseguiu diminuir a vantagem monegasca. O lateral Henri Bedimo realizou um baita cruzamento e achou, bem posicionado na grande área, Bafétimbi Gomis. Sem marcação, o centroavante do Lyon, com um toque sutil e certeiro, de cabeça fez o terceiro gol da partida. Após o gol, Gomis não comemorou. Provavelmente em protesto ao boicote que sofreu do próprio clube no começo da temporada.
O Monaco buscou uma resposta logo em seguida ao gol do Lyon e quase marcou o seu terceiro na partida. Em contra-ataque, Falcao recebeu a bola, tentou ser abatido pela defesa do Lyon – sem eficácia – e seguiu avançando. Era três homens do Monaco contra dois do Lyon. Na sequência, o colombiano tocou para Ferreira Carrasco que, sem marcação, chutou forte no pé da trave direita de Anthony Lopes. Faltou capricho do belga para concluir a jogada com perfeição.
Perto dos 30’ da etapa final, o Lyon fez sua segunda alteração na partida. Entrou Yassine Benzia no lugar de Bafétimbi Gomis. Uma alteração que só se explicava se Gomis tivesse sentido alguma dor ou então estivesse cansado. Pois era, notadamente, o melhor jogador do time na partida. Posteriormente, foi a fez de Alassane Plea entrar em campo, no lugar de Jordan Ferri.
E o Lyon queria jogo. Em busca de empate, em uma troca de passes entre Benzia e Malbranque, o meia conseguiu achar Briand na área. Pressionado pelo defensor do Monaco, o atacante do Lyon chutou fraco e bola passou bem próximo da trave esquerda do goleiro Subasic. A resposta do Monaco veio logo em seguida, com João Moutinho achando Falcao García na área e, de cabeça, o colombiano não conseguiu transpor a ótima defesa de Anthony Lopes.
No finzinho de jogo, o Monco fez duas alterações. Mas só mesmo para o tempo passar. Ferreira Carrasco e James Rodriguez deram lugar para Lucas Ocampos e o brasileiro Fabinho. Eles jogariam pouco mais do que três minutos de jogo, com a partida já nos acréscimos. Mas não havia tempo para mais nada. O Lyon não conseguiu a vitória, mas se apresentou melhor do que nos últimos jogos. Talvez, possa ser uma evolução para as próximas partidas. No entanto, pela qualidade do Monaco, o resultado ficou de bom tamanho, apesar do Lyon ter tido chances para empatar.
Próximo adversário: Guingamp, às 17h de Brasília do próximo sábado, dia 02/11/13. O jogo será no Stade Gerland, válido pela 11ª rodada da Ligue1. Até lá.
FOTOS: olweb.fr / L'Equipe
OS GOLS DA PARTIDA:
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