A semana começou da melhor maneira possível para o Lyon. No domingo, o time venceu o Paris Saint-Germain dentro do Parc des Princes e assumiu a ponta do Campeonato Francês junto ao Lille, ambos com o mesmo número de pontos. A vitória não só colocava o OL obviamente numa posição mais confortável como também ajudava o elenco em termos de confiança. Para essa rodada completa na quarta-feira, a missão era torcer contra o Lille em seu jogo e também fazer o dever de casa diante do Brest. Só que o Lyon já entrava em campo sabendo da primeira parte: o LOSC havia vencido. Então bater o SB29 era obrigação.
Ainda assim, mesmo pressionado pela vitória, Rudi Garcia decidiu experimentar e mexer um pouco no time que vinha dando super certo. Decidiu poupar algumas peças e dar rodagem para outros nomes. Não era problema de desfalques, já que só tinha Thiago Mendes, suspenso, como ausência. De Sciglio, Bruno Guimarães, Caqueret e Dembélé começavam jogando. Além de suprir a ausência do brasileiro suspenso, eles também entraram no lugar de Cornet, Paquetá e Memphis Depay, poupados. Ficou assim:
Dall’Oglio, que tem uma característica de montar times bem ofensivos, mesmo em condições técnicas inferiores, não decepcionou. Colocou o Brest no 4-2-3-1, mas também veio com mudanças em relação ao que as prévias colocavam. Perraud, Favre, Mounié e Cardona não começaram jogando. Deram lugares a Baal, Lasne, M’Bock e Charbonnier. E o Brest tinha desfalques também. Além do suspenso Belkebla, não tinha Pierre-Gabriel, Bain e Le Douaront, todos machucados. Veja como ficou a formação do time visitante:
Diferentemente do confronto contra o PSG, obviamente no gramado do Groupama Stadium, o adversário praticamente dava a bola para o Lyon jogar seu jogo. O objetivo do Brest nessa quarta-feira era aproveitar o erro do OL e sair em disparada, acionando algum contra-ataque. Só que esse tipo de jogo traz riscos também. O OL obviamente iria criar muitas jogadas e assim começava a se desenhar o princípio do jogo.
Toko Ekambi e Kadewere tiveram duas ótimas chances na entrada da área cada um. Tudo isso antes ainda dos 15’ do primeiro tempo. Os dois fizeram uma jogada individual antes de se aproximar e bater na oportunidade que tivessem. Em ambas, foram paradas pelo goleiro Larsounneur, que só teve trabalho no chute do zimbabuano. Só que antes disso, a primeira oportunidade do jogo foi o Brest, com Battocchio, que perdeu bisonhamente, quase sozinho.
Depois dos dois sustos que o OL colocou no adversário, o Brest assumiu uma postura um pouco menos complacente e começou a agredir mais. Tomou um pouco do controle do jogo e até surpreendia a marcação do Lyon com a algumas triangulações interessantes. Ainda assim, muito pouco para trazer um real perigo. Mas, claramente, mostrava-se um time bem treinado pelo bom Dall’Oglio.
Sem dar moleza pro azar, o Lyon continuava tentando também da sua parte. Fazia uma pressão para buscar o resultado. A melhor chance do primeiro tempo veio com Caqueret, pela direita. Ele cruzou, Aouar conseguiu chegar e fez a assistência para Kadewere completar para o gol. Mas o atacante acabou chutando muito alto. No lance seguinte, foi Marcelo quem apareceu com perigo para cabecear uma bola vinda de escanteio e levar perigo a Larsounneur.
Aos 40’ de jogo, quando o Lyon parecia querer gostar da partida, veio o golpe. Em jogada pela direita, Philippoteaux carregou a bola sem qualquer problema – De Sciglio não fez a aproximação – e ele conseguiu chegar até perto do gol para finalizar. A bola bateu na trave antes de tocar nas costas de Anthony Lopes e entrar cuidadosamente, para azar do goleiro do OL, gol contra. 1 a 0 para o Brest!
No restinho da primeira etapa, o Lyon tentou, mas sem qualquer organização. A velha máxima: bola cruzada, bola alçada por cima, mas chance de real perigo depois de sofrer o primeiro gol não aconteceu na etapa inicial. Inclusive, o próprio time não funcionava bem. O único jogador com relativo destaque no primeiro tempo e que realmente parecia mais interessado em fazer algo diferente em campo era Maxence Caqueret.
Com um retorno apático, Rudi Garcia não pensou duas vezes e em menos de dez minutos do segundo tempo, mexeu três vezes. Trocou justamente quem havia ganhado chance na partida: De Sciglio e Caqueret. Na frente, preferiu deixar Dembélé e tirou Toko Ekambi. Entraram Cornet, Paquetá e Memphis Depay. Foi como se tivesse dado uma vitamina ao time. O jogo virou outra coisa.
O Lyon imediatamente começou a pressionar muito. Em menos de cinco minutos já havia criado três chances reais de gols. A primeira em finalização de Dembélé e rebote de Paquetá para defesa do goleiro. Na segunda, Dubois achou Paquetá na área que fez uma deixadinha para Kadewere perder chance incrível a queima roupa do goleiro. Depois, foi Dubois acertando o travessão em lindo chute. E nem no rebote o empate saiu. Aouar mandou pra fora.
Dall’Oglio não deixou por menos. Também tratou de mexer rapidamente no time. Colocou dois jogadores ofensivos que estavam previstos para começarem jogando. Cardona e Faivre – o segundo, inclusive, interessa ao Lyon. Acabaram saindo Honorat e o (quase) autor do gol Philippoteaux. Por muito pouco a mexida não deu resultado imediato. Battocchio quase aumentou o marcador em chutaço de fora da área que forçou ótima intervenção do goleiro Anthony Lopes.
Se o efeito não surtiu para o Brest, acabou tendo para o Lyon. Em jogada de Memphis Depay pela esquerda, ele entrou sorrateiramente pela área e acabou sendo derrubado pelo zagueiro Duverne, que cometeu pênalti em dois lances seguidos. O árbitro nem precisou ir ao VAR para confirmar a marcação. Na cobrança, o próprio Memphis Depay cobrou e não teve problemas para empatar o jogo aos 24’ do 2º tempo: 1 a 1.
E a situação ainda iria melhorar para os Gones. Pouco tempo depois do gol, Paul Lasne cometeu falta duríssima em Kadewere e acabou recebendo o amarelo. Na revisão do VAR, o volante acabou sendo expulso. E o OL começou a gostar ainda mais do jogo. Memphis Depay colocou bola na trave que Kadewere carimbou a mesma trave no rebote. Mas o gol não demorou a sair. Em jogada de Cherki, que acabara de entrar no lugar de Dembélé, ele achou Aouar, que de calcanhar deixou para Cornet aparecer na esquerda fuzilando e virando o jogo: 2 a 1!
O Lyon queimava sua última troca com Diomande no lugar de Bruno Guimarães, enquanto Magnetti, Mounié e Perraud iam a campo para as saídas de Battocchio, Charbonnier e Baal no Brest. E um lance bizarro pôs fim ao jogo. Já faltando menos de cinco minutos pro fim de jogo, Lopes recebeu uma bola queimando e acabou cometendo um pênalti bizarro em Mounié. Na cobrança, ele chegou a defender na primeira, o juiz mandou voltar por adiantamento do goleiro no lance e na sequência Faivre deixou tudo igual: 2 a 2! E ficou assim. Um empate com gostinho de derrota.
O Lyon volta aos campos da Ligue 1 no próximo sábado (19). A partida está marcada para às 17h do horário de Brasília e o time terá pela frente o Nice, em partida fora de casa. OL continuará na missão de se manter no topo da Ligue 1 nessa 16ª rodada. Também estaremos nesse jogo. Até lá!