Enquanto o mundo todo parava para assistir os jogos da Liga dos Campeões, o Lyon entrava em campo pela Ligue 1 na tarde desta quarta-feira (7), feriado no Brasil. Em partida que havia sido adiada pela 2ª rodada do Francesão, o OL visitou o Lorient, equipe que até então vem surpreendendo bastante na temporada e já flertando com o topo da tabela. O duelo era importante para os dois lados, em caso de vitória. O Lorient subiria para a 5ª colocação, enquanto o Lyon se tornaria colíder da Ligue 1 ao lado do PSG e Marseille.
O problema para o técnico Régis Le Bris nesse confronto é que ele só teria em suas mãos os jogadores que não foram contratados na reta final da janela de transferências, justamente por ter sido um jogo adiado da 2ª rodada, onde nenhum desses jogadores havia assinado ainda, portanto, não estavam inscritos para a competição. A lista não é pequena. Ficavam de fora o goleiro Mannone, o zagueiro Matsima, o meia Aouchiche e os atacantes Cathline e Doucouré. O lateral brasileiro Igor Silva se juntava a Boisgard como os únicos de fora por lesão. Veja como ficou:
O Lyon, por outro lado, tinha boas notícias. O técnico Peter Bosz voltava a relacionar o jovem zagueiro Sinaly Diomandé. O marfinense, cria da casa, esteve lesionado desde o começo da temporada e ainda ficou envolvido em burburinhos de transferências na última janela, quase deixando o clube no último dia, mas acabou permanecendo. Recuperado da lesão e sem compromissos de negociatas, ele voltava ao banco. No meio de campo, uma mudança: Tolisso voltava ao banco, provavelmente ainda não 100% e dava lugar a Lepenant. A única alteração em relação ao jogo passado. Pollesbeck, o goleiro reserva que fez cirurgia no joelho, e o zagueiro Boateng eram os desfalques. O Lyon entrou assim:
Logo no comecinho do jogo, o Lyon sentiu o motivo do Lorient começar essa temporada tão bem. Não demorou muito para Os Merlus mostrarem trabalho, e conseguiram uma falta na entrada da área antes mesmo dos dez minutos de jogo. Na bola, o jovem Le Fée chamou a responsabilidade e decidiu cobrar. O resultado disso foi um golaço, colocado com magia no ângulo de Lopes, sem chance para o goleiro: 1 a 0 com nove minutos de jogo!
Se para os mais desavisados esse resultado parecia acaso, não era isso que o decorrer da primeira etapa mostrava. O time da casa era bastante superior ao OL durante muito tempo. Se defendia extremamente bem, ao ponto de o Lyon não conseguir sequer passar da intermediária, e ao mesmo tempo saia em contra-ataques extremamente velozes. Ouattara, Diarra e Moffi faziam um estrago nos defensores dos Gones.
Parar o ataque dos Merlus não era uma tarefa fácil. Lukeba e Thiago Mendes estavam passando muito aperto com a velocidade do trio adversário. O brasileiro, inclusive, tomou amarelo muito cedo parando um eventual contra-ataque puxado por Moffi. Definitivamente, o Lorient entrou em campo para buscar a vitória, e isso surpreendeu o time de Peter Bosz, de certa forma, já que não conseguiam reagir.
Acontece que quando se tem Lacazette no time, muitas vezes é preciso apenas de uma oportunidade para mudar o rumo de jogo. Foi isso que aconteceu aos 28’, quando Tetê recebeu na intermediária, mais para o lado direito do campo e foi carregando a bola rumo ao centro. Em passe cruzado, achou Lacazette entrando pela esquerda. O centroavante bateu quase sem ângulo e deixou tudo igual: 1 a 1!
Mesmo depois do empate, o Lorient não se entregou. Era melhor e assim permanecia. Sabendo da qualidade do seu ataque, o goleiro Mvogo tentou um chutão aos 33’ de jogo. A bola não achou ninguém e Thiago Mendes saiu jogando, só que errado. Ao ser apertado por Ouattara, perdeu a bola e o burkinabé achou Moffi passando e fez o passe de calcanhar. O atacante só teve o trabalho de tocar na saída de Lopes: 2 a 1!
No fim da primeira etapa, o Lyon ainda tentou furar o bloqueio laranja pela frente, continuava em vão. Tentou pelo meio, pelas laterais e nada. O Lorient, que estava ligado no jogo, continuava forçando o jogo pelos contra-ataques ou pelas laterais, que era onde podia explorar à vontade sua principal característica ofensiva, que era o contra-ataque. Poderia ter saído mais gols no 1º tempo, mas a ocasião não permitiu.
O Lyon voltou para o segundo tempo com três mexidas logo de cara. Peter Bosz abriu mão de Thiago Mendes, Lepenant e Faivre e colocou em campo Damien da Silva, Tolisso e Dembélé, respectivamente. Logo com dois minutos de bola rolando, o volante que acabara de entrar, Tolisso, colocou a bola na cara do gol para Lacazette fazer o facão. E ele fez, mas pegou de canela e mandou pra fora.
Mas era o Lorient quem colocava o jogo no bolso. No primeiro ataque que o time teve, Moffi fez o pivô e abriu com Kalulu na direita. O lateral carregou, carregou, carregou e ninguém encostou. No cruzamento, ele achou Ouattara abrindo do outro lado, também sem qualquer marcação. O burkinabé não teve trabalho de colocar com cuidado no canto esquerdo de Anthony Lopes e ampliar: 3 a 1!
Não demorou muito tempo e o OL chegou até a reagir, num gol de escanteio batido por Tetê e completado por Da Silva, mas foi com toque de mão e acabou sendo anulado. A partir de então, o Lyon começava a ficar nervoso em campo. Não conseguia reagir com calma nos lances em que precisava disso. Não conseguia mais tocar a bola com paciência até achar espaço. Enquanto isso, o técnico Le Bris colocou seu sobrinho, Théo Le Bris em campo no lugar de Diarra, na primeira mexida deles só no com 20’ do 2º tempo.
Perto dos 30’, Peter Bosz queimou suas duas últimas mexidas e lançou os jovens Cherki e Barcola nos lugares de Toko Ekambi e Tetê. Era uma tentativa quase que desesperada de conseguir povoar ainda mais o ataque. De fato, o jogo se fazia dali em diante na parte defensiva do time da casa, mas não era contundente. Não arriscava em gol, não achava espaços e só rodava a bola até perdê-la.
Aos 38’ da etapa final, o OL teve talvez a sua melhor oportunidade de diminuir a vantagem dos adversários, com Lacazette prendendo a bola na direita e deixando para Gusto chegar fazendo um cruzamento perfeito, na cabeça de Tagliafico, que não errou e acertou uma cabeçada firme, mas parando nas mãos de uma defesa milagrosa do bom goleiro Mvogo. Puro reflexo e bom posicionamento do camisa 38.
Por fim, já não havia como fazer mais nada. Le Bris (o técnico) ainda chegou a colocar Koné no finalzinho, no lugar do ótimo Moffi, até mesmo para ganhar tempo e ver seu atacante sendo aplaudido de pé pelos torcedores locais. De todo modo, um revés inesperado para o OL nessa boa sequencia que vinha tendo. Demérito do time, claro, mas também muitos méritos dos Merlus, que fizeram uma partida corretíssima.
O próximo compromisso da agenda do Lyon será no domingo que vem (11). É um jogo que deve encerrar a 7ª rodada da Ligue 1, às 15h45 do horário de Brasília. O adversário será o Monaco, no Stade Louis II. Este, talvez, será o confronto mais complicado que o OL terá desde que a temporada se iniciou. Um verdadeiro teste para o time que vem bem. Até lá!