Comandados pelo português Leonardo Jardim, o compatriota Gelson Martins marcou e o luso-brasileiro Rony Lopes decretou a derrota do OL no Louis II em jogo que Memphis Depay chegou a perder um pênalti no 2º tempo
No meio de semana, o Lyon surpreendeu meio mundo ao conseguir para o todo poderoso ataque do Barcelona, com Messi, Suárez, Dembélé e companhia. O jogo pela Liga dos Campeões foi importante para dar um pouco mais de ânimo para os jogos seguintes, tanto para o duelo de volta, como também para conseguir seu objetivo na própria Ligue 1, onde tenta alcançar o vice-líder Lille. Por isso, o OL voltava aos gramados hoje pelo Campeonato Francês para visitar um “novo” Monaco, com Leonardo Jardim de volta e um elenco muito mais qualificado do que aquele do primeiro turno.
Já fora da zona de rebaixamento e olhando apenas pra cima, o Monaco projeta um segundo turno bem diferente daquilo que vinha enfrentando recentemente. E uma vitória diante do OL poderia mudar tudo e dar um gás para bater essa meta de espantar de vez a questão do rebaixamento. Ainda assim, Jardim tinha problemas. Oito desfalques para este duelo: Raggi, Jemerson, Vainqueur, N’Koudou, Mboula, Geubbels, Pellegri e Jovetic. Mas, dentre os titulares, peças importantes que vieram da janela, como: Ballo-Touré, Adrien Silva, Fàbregas e Gelson Martins. Veja só como ficou o time:
Bruno Génésio mudou algumas coisas para encarar o ASM. A começar pela formação tática. O time abandonou o 4-2-3-1 e foi a campo em um clássico 4-3-3. De diferente do jogo contra o Barcelona, Marçal e Tousart começavam jogando hoje. O lateral entrava no lugar de Mendy em uma troca simples. Tousart fazia a trinca com Ndombele e Aouar no meio de campo. Por isso, Memphis Depay era banco, perdendo a vaga para o mesmo Terrier que jogou na terça-feira. Rafael (suspenso), Morel e Gouiri (machucados) e principalmente Fekir, eram os desfalques do OL. O capitão não enfrentou o Barça por suspensão, mas acabou sentindo dores no meio da semana e não entrou em campo novamente. Veja a escalação:
Definitivamente, o Monaco era outro. Bastava lembrar do confronto entre os dois times no primeiro turno do Campeonato Francês, onde o time do Principado havia sido engolido durante todo o jogo. Hoje não era bem assim. Um time muito melhor, mais ágil, mais vertical e com muito mais calma nos pés. Aos oito minutos, inclusive, quase abriram o placar com uma bicicleta lindíssima de Falcao García, que passou ao lado do gol de Lopes.
Aos 11’, o Lyon sofreu uma baixa importante. Fernando Marçal, que ganhava chance no time em uma rotação do plantel com Mendy, acabou sentindo uma dor muscular em uma jogada defensiva e precisou deixar o campo bem cedo. O próprio Mendy entrou em campo. Não demorou nem dez minutos para o Monaco abrir o placar, em cima do próprio Mendy. Ballo-Touré cruzou para Gelson Martins. Ele recebeu na entrada da área e mandou um foguete no cantinho de Lopes: 1 a 0! Gol e assistência duas recentes contratações.
O gol não surtiu efeito prático na postura do Lyon. Continuava tomando uma pressão cavalar do Monaco e não conseguia finalizar. O jogo chegou aos seus 30 minutos com o time do OL apenas defendendo. E qual é a consequência disso? Sofrer defensivamente. E era exatamente isso que acontecia. E foi assim que saiu o segundo gol. O luso-brasileiro Rony Lopes roubou bola na esquerda, avançou como quis pra cima de Dubois e Marcelo. Entrou na área, esperou a saída do seu xará Lopes e fez. Fácil assim: 2 a 0, fora do baile!
Se a situação parecia complicada para o Lyon, quem disse que não poderia piorar? Depois de perder Fernando Marçal, o Lyon também perdia Terrier. O atacante tentou fazer um lançamento, mas acabou sentindo a região do púbis. Deixou o campo imediatamente e deu espaço para Memphis Depay, que era outro que estava sendo poupado para este jogo. Génésio queimava sua segunda alteração ainda na primeira etapa.
Com substituições, ou não, fato é que o Lyon não conseguia jogar. O Monaco dominava as ações e, realmente, colocava o OL em seu campo de defesa, pasmo, praticamente sem qualquer reação. Pressionando a saída de bola dos Gones, o Monaco toda hora criava situações de tensão entre a intermediária e a entrada da área. O Lyon só conseguiu pouquíssimas oportunidades em bola cruzada na área, mas ainda sem finalizar.
No finzinho da primeira etapa, o Lyon até tentou chegar com alguma presença mais forte. Memphis Depay melhorou um pouquinho o toque de bola na frente, mas os melhores lances – se é que podemos falar desta forma – foram construídos por Traoré. Mas ainda faltava. Faltava muito, já que foi uma etapa inteira sem sujar a camisa do goleiro adversário, em uma atuação para, realmente, ser esquecida.
Na volta do intervalo, o OL conseguiu incomodar pela primeira vez em todo o jogo até de uma forma mais rápida do que o esperado. Mas em lance de bola parada e não construindo as jogadas. Foi com Memphis Depay. Em cobrança de falta cruzada, ao invés de colocar na área, ele resolveu bater direito. A zaga do Monaco foi providencial e tirou para escanteio quando ela já se aproximava da linha.
A resposta do Monaco veio logo em seguida. E tudo por causa de uma outra saída de bola errada do Lyon. Mendy forçou um passe pelo meio e acabou entregando nos pés do colombiano Falcao García. Ele saiu em disparada, não com muita velocidade, mas teve tempo de parar e tentar colocar no ângulo. O chute foi bom, a bola chegou a bater na trave e sair cuidadosamente. Lopes já estava vendido e só deu um golpe de vista.
O segundo tempo era melhor para o Lyon. Não se sabe se foi o Monaco que colocou o pé no freio ou se foi uma chacoalhada que Génésio supostamente deu no intervalo. De fato, o OL criava mais e errava menos. Isso não significava que o time estava melhor que o Monaco, mas não era presa fácil mais. E poderia ter mudado um pouco o cenário, quando Dembélé sofreu pênalti aos 26’. Memphis Depay foi pra bola e ela parou nas mãos de Subasic.
Enquanto Leonardo Jardim fazia sua primeira troca (Aholou por Golovin) e o OL mexia pela última vez (Cornet no lugar de Aouar), o OL parecia cada vez mais desanimado no jogo. Na altura dos 38’ do segundo tempo, já pareciam entender que o jogo não poderia ser mais virado, numa clara desanimação displicente. Não tinha qualidade, não tinha criação e não tinha vontade. Um tanto quanto vergonhoso.
Perto já do fim do jogo, os dois times tiveram chances de grande perigo. Primeiro, o Monaco, com Falcao. Ele recebeu um passe em profundidade de Rony Lopes. De primeira, bateu cruzado e a bola passou tirando tinta da trave. Quase em seguida, o OL devolveu com um chute de fora da área de Traoré. Ele aproveitou um rebote mal feito e forçou Subasic a buscar no cantinho rasteiro em mais uma boa defesa.
Nos acréscimos, ainda deu tempo de Leonardo Jardim colocar em campo o brasileiro Carlos Vinícius. Mas ali já não havia mais tempo para praticamente mais nada. O jogo protocolar no finalzinho já mostrava que a vitória era do time do Principado e o Lyon, exausto e sem perna já, só resistia. A situação física preocupa. Dois lesionados durante a partida e expressões extenuadas de alguns jogadores ao longo da partida. Génésio terá problemas?
O Lyon agora dá uma pausa em Campeonato Francês e volta seu foco para a Copa da França, onde vai disputar uma vaga para as semifinais da competição. O adversário será o Caen, em jogo no Groupama Stadium. A partida será na próxima quarta-feira (27), às 17h. Será jogo único e quem vencer avança. O Caen é, atualmente, o antepenúltimo colocado na Ligue 1, com 20 pontos e logo atrás do Amiens e do próprio Monaco.
FOTOS: asmonaco.com / ol.fr
CAMPINHOS: L'Equipe