Filipe Frossard Papini
Partida muito truncada e boas chances pelos dois lados deram a tônica da partida que, merecidamente, terminou empatada
Duas equipes e um foco: o G4 do Campeonato Francês. O Lille, que entrava em campo na 4ª colocação na tabela, tinha a necessidade de vencer para re-ultrapassar o Saint-Étienne e voltar para a terceira colocação. O Grand Stade Lille Metrópole recebia, para encerrar a 26ª rodada da Ligue1, o Lyon. O time heptacampeão francês começou o jogo como 6º colocado, podendo ultrapassar o Marseille e ficar colado no... Lille! Um jogo que tinha muitas nuances e interesse nítido dos dois clubes para vencer a qualquer custo. O OL, no meio da semana, foi capaz de poupar seu time titular na Liga Europa para pode priorizar o Campeonato Francês. Por essas e por outras é que a partida de hoje tinha elementos especiais para ser um grande jogo.
Sem desfalques para a partida de hoje, René Girard armou sua equipe no 4-3-3 com um meio de campo bastante defensivo e esperando as qualidades ofensivas de Kalou e Roux para resolver a partida lá na frente. Defensivamente, a dupla de zagueiros também era um ponto forte da equipe do LOSC: Kjaer e Rozehnal (este último, substituindo Marko Basa) colocava muita experiência dentro de campo e poderia ser fator preponderante para uma consistência defensiva, que quase sempre falta em times do Campeonato Francês. No banco, o Lille ainda tinha boas armas ofensivas como Ruiz, Ryan Mandes e Rodelin, caso precise mudar o panorama do jogo no segundo tempo. Abaixo, veja como ficou a formação inicial:
Diferentemente de algumas partidas recentes, e com o desfalque de Gourcuff e Dabo, o Lyon entrou em campo com um time ligeiramente diferente. No meio, Ferri herdou a vaga de Yoann e força o time a jogar com uma formação com três volantes – assim como o Lille. Dessa forma, o OL dependia exclusivamente de Grenier para armar todas as jogadas de ataque do time, podendo ser municiado por Fofana, que tem facilidade para sair jogando com a bola no pé. Na zaga, com a ausência do suspenso Bisevac, Bakary Koné herdou a vaga e formou, normalmente, a dupla de zaga com Samuel Umtiti. Abaixo você pode ver como ficou armado o OL para a partida deste domingo:
Primeiros momentos de um jogo muito intenso no Grand Stade. A quantidade de volantes de marcação dentro de campo permitia uma partida pegada, com erros de passes e muitas faltas. Henri Bedimo sofreu nos primeiros minutos. Levou cotovelada (não intencional, ok. Mas chegou a tirar sangue do lateral), levou carrinho por trás e quase precisou deixar o campo. Sinal de que a partida tinha, sim, elementos de muita tensão em busca da vitória.
A primeira oportunidade de gol – que nem foi tão evidente assim – surgiu somente aos 25’ de jogo. Nolan Roux, o homem mais eficiente do time do LOSC, viu a oportunidade no clarão da defesa do Lyon e arriscou um chute de fora da área. A bola passou com ligeiro perigo, ao lado da trave direita de Anthony Lopes. Posteriormente a este lance, Roux tentou, mais uma vez, de fora da área, mas neste caso, mandou muito alto, lá na arquibancada.
Roux, que já se tornava um dos protagonistas da partida ainda na primeira metade do primeiro tempo, também foi o primeiro a receber um cartão amarelo na partida. Em jogada de ataque do Lille, ele subiu junto com Umtiti, que sem intenção, colocou a mão na bola na hora da disputa. Ele reclamou com veemência a não marcação da penalidade e foi advertido de maneira ríspida pela arbitragem.
Com a quantidade de marcadores dentro de campo e a falta de gente criativa, o jogo se mostrava bastante truncado no primeiro tempo. O Lyon, por exemplo, tinha Grenier e Lacazette praticamente anulados em meio do monte de defensores dos Dogues. Dessa maneira, o time via-se forçado a subir seus laterais para, ao menos, conseguir um único lance de perigo na partida. As bolas alçadas na área, quase sempre procurando Gomis, também não surtiam muitos efeitos.
Por outro lado, o OL também não tinha problemas defensivos. O LOSC, mesmo jogando em casa, não incomodava. O problema era o mesmo. O OL estava muito bem resguardado por seu setor de marcação e quase não dava espaços para Kalou, Roux e Origi aparecerem para criar oportunidades, salve raríssimos lances de jogadas individuais, que nunca davam alguma resposta plausível para o torcedor presente no Grand Stade... Que ainda assim apoiava muito o seu time dentro de campo.
No finalzinho do primeiro tempo, o Lille até conseguiu esboçar uma pressão. Colocou várias bolas dentro da área do Lyon, mas não chegou a criar nenhuma grandiosa oportunidade, daquelas de tirar o fôlego do torcedor dos Gones. De todo modo, o time do LOSC foi, ligeiramente, mais eficiente e teve, ao menos, chance para marcar. O OL, nem isso chegou a criar na primeira etapa.
O segundo tempo começou um pouco mais movimentado. O Lyon, no primeiro instante da etapa final, quase assustou o goleiro Enyeama com um lance de perigo de Gomis. Mas a arbitragem já marcava uma irregularidade. A resposta do Lille veio alguns minutos depois, em cobrança de escanteio que Rozehnal cabeceou e Jordan Ferri tirou a bola em cima da linha, afastando o perigo.
Aos 16’ da etapa complementar, o Lille quase abriu o placar em duas grandes oportunidades seguidas. Primeiramente, em jogada de Kalou. Ele atuou pelo lado esquerdo e colocou a bola na área. No bate rebate, sobrou para Origi finalizar e Anthony Lopes fazer uma bela intervenção com o pé. Crucial! No lance seguinte, Gueye roubou a bola de Bedimo e cruzou rasteiro. A bola chegaria macia para Roux fazer o gol, mas Lopes apareceu de novo para intervir e ser decisivo mais uma vez.
O Lyon demonstrou reação antes mesmo dos 20’ do segundo tempo. Henri Bedimo avançou pelo lado esquerdo e achou Clément Grenier se infiltrando na área. O meia do OL recebeu a bola e, mesmo pressionado pela defesa, conseguiu, com um toque sutil, encobrir Enyeama. Já até dava para sair comemorando o gol quando, de maneira crucial, Souaré apareceu e salvou o Lille, tirando a bola em cima da linha.
Aos 24’ da etapa final, a primeira alteração da partida. René Girard trocou Nolan Roux – que saiu chateada com a alteração – e colocou Ryan Mendes. E o jogo ficava cada vez melhor. Depois da troca, o Lyon apareceu por duas vezes ao ataque. Primeiro com Koné, após cobrança de escanteio de Grenier. Depois foi a vez de Lacazette aproveitar a falha da saída de bola do LOSC para criar uma jogada individual e quase surpreender toda a defesa dos Dogues. O Lille respondeu, depois com um chutaço de Origi que fez a bola bater no travessão após ligeiro desvio de Lopes.
Mas a grande oportunidade do segundo tempo apareceu mesmo aos 30’. Gueïda Fofana, que estava apagado no jogo, descobriu Lacazette se movimentando em direção ao gol. Com o passe feito, o atacante do Lyon recebeu em ótimas condições para marcar, mas foi afoito. Ele bateu firme, mas sem direção. Enyama fez uma ótima defesa e aliviou o iminente perigo de gol dos Gones.
Faltando um pouco mais de cinco minutos para o fim do jogo, Maxime Gonalons precisou deixar o campo de maca e deu lugar ao jovem Corentin Tolisso. Ele jogaria no meio e o OL voltava ao 4-2-3-1, com Ferri e Fofana na volância e fazendo a trinca ofensiva com Lacazette e Grenier. Ainda houve tempo para Tolisso perder um gol na grande área e o Lille ainda ter um gol anulado, de Ronny Rodelin, que entrou nos acréscimos no lugar de Origi. Mas o destino queria que o jogo terminasse mesmo com o placar em branco.
Fim de papo! Com o empate, o Lille passou o St.Étienne na tabela e o OL se manteve em 6º. O próximo adversário agora é o Chernomorets Odessa, pelo jogo de volta da Liga Europa. A partida será no dia 27/02, quinta-feira, às 18h05. O jogo será no Stade Gerland e uma vitória por qualquer placar dá a vaga ao OL. Até lá!
FOTO: olweb.fr / L'Equipe.fr
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