Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais /
@FilipeDidi
Vitória do OL diante dos Girondinos, com 4 gols, não acontecia desde 1977 e premiou a bela atuação de Clément Grenier e os acertos de Rémi Garde no segundo tempo
No Stade Chaban-Delmas, os dois times entram em campo numa busca ferrenha pela vitória. O Bordeaux, dono da casa, queria sair da 8ª colocação e querer almejar algo melhor na competição. O time vem de uma derrota diante do Ajaccio e precisava dar uma resposta positiva ao seus torcedores. E era essa mesma resposta que os jogadores do OL precisavam dar, também, para a sua torcida. O Lyon vem de três partidas sem vitória. Perdeu para o Ajaccio e para o Lille, ambos por 3 a 1. Na última quinta-feira, o time não conseguiu vencer o Tottenham, e caiu por 2 a 1 lá no White Hart Lane. A partida de hoje, fora de casa, era essencial para o Lyon se manter na cola do Paris-Saint Germain.
Com o apoio de seus torcedores, o Bordeaux do técnico Francis Gillot, entrou em campo num 4-3-3, que mudava para o 4-2-3-1 ou 4-5-1. Como novidades, os Girondinos tinham dois nomes: Julien Faubert e Diego Rolan. O primeiro, após passagem pelo futebol turco, começava sua primeira partida como titular na Ligue1 desde maio de 2007. E o segundo, recém contratado do futebol uruguaio, apesar de já ter estreado, fazia sua primeira aparição como titular no clube francês. Abaixo você pode conferir como ficou a formação do Bordeaux para a partida:
Pelo Lyon, o time pouco se alterava em relação a partida diante do Tottenham. Na real, a única diferença era a lesão de Malbranque, que acabou dando lugar a Clément Grenier dentre os titulares. Gueïda Fofana recebia mais uma chance entre os titulares e, desta vez, com um pouco mais de liberdade no meio-campo, podendo encostar mais nos homens de frente e deixar o piano para Gonalons carregar. Umtiti, definitivamente, assumiu o lado esquerdo, deixando Dabo no banco de reservas. Na frente, o trio Lisandro, Lacazette e Gomis novamente eram titulares. Confira a formação inicial do OL:
Nos primeiros minutos de partida, o Bordeaux imprimiu bom ritmo de jogo. Em casa, fazia o certo: colocava pressão no Lyon, tinha mais posse de bola, e chegava até a incomodar o goleiro Rémy Vercoutre. No entanto, a força ofensiva com Maurice-Belay, Saivet e Diego Rolan era pouco eficiente no momento de fazer o objetivo final. O Lyon se colocava, de certa forma, recuado, esperando a oportunidade de contra-golpe, que não demorava em aparecer.
Aos 14’, o placar seria aberto no Stade Chaban-Delmas. Gomis recebeu e dominou a bola perto do círculo do meio-campo. Dotando de uma visão muito boa, o centroavante do Lyon viu Clément Grenier se deslocando atrás da linha de zaga adversária a acionou o meia. Grenier conseguiu ganhar da zaga, saiu de frente com Carrasso, e finalizou tirando do goleiro do Bordeaux. 1 a 0.
Depois de sofrer o gol, o Bordeaux se lançou um pouco mais ao ataque. Fazia suas jogadas mais pelo lado esquerdo, com o apoio fundamental de Benoît Trémoulinas, que ajudava bastante nas subidas de Henri Saivet. E o Lyon mantia o seu estilo de jogo de esperar a falha dos Girondinos para fazer o seu jogo.
Com esse “aperto” na marcação adversária, o OL cometia faltas desnecessárias e, de certa forma, tumultuava o jogo no meio-campo. Umtiti já havia tomado um cartão amarela por uma entrada forte em Saivet, e isso deixou o time em alerta. Nicolas Rainville, árbitro do jogo, já mostrava que poderia distribuir cartões sem titubear muito.
A jogada de maior perigo do Bordeaux, na primeira etapa, foi através de uma cobrança de escanteio, aos 32’. Jaroslav Plasil cobrou escanteio na primeira trave. Chegando junto, o zagueiro Marange, sem precisar pular, cabeceou meio sem jeito e fez com que a bola passasse rente a trave esquerda do goleiro Rémy Vercoutre. Aos poucos, o Bordeaux apertava o cerco da defesa dos Gones.
A arma do Lyon na partida era aproveitar as subidas em excesso do lateral Trémoulinas e deixar Lacazette mais ligado no jogo, já que ele atua justamente ali, por aquele lado do campo. Entretanto, quando o OL ligava seus contra-ataques, jogava mais pelo centro do campo e pouco explorava o buraco deixado pelo bom lateral esquerdo do Bordeaux, que nessa altura do jogo, já era quase que um ponta-esquerda.
Ainda antes do intervalo, o Bordeaux tentou igualar o marcador, fazendo uma pressão um pouco maior em cima do Lyon. Mas a defesa dos Gones, bem postada, sequer deixava os donos da casa incomodar o goleiro Vercoutre. Em suma, o primeiro tempo se resumiu em uma maior posse de bola do Bordeaux, mas com um OL muito bem defensivamente.
Na segunda etapa, Francis Gillot colocou o Bordeaux em campo já com duas alterações. Saíram Marc Planus e Diego Rolan para as entradas de Grégory Sertic e Fahid Ben Khalfallah. Pouco tempo depois, antes mesmo dos 10min do segundo tempo, Rémi Garde também fez uma alteração. Tirou Lisandro Lopéz e colocou Rachid Ghezzal.
Ainda antes dos 20’ da etapa final, Rémi Garde, até de forma desnecessária, fez sua segunda alteração na partida. Tirou a referência do ataque do time, Bafé Gomis, e colocou o volante Jordan Ferri. O jovem jogador, formado nas categorias de base do OL, já havia jogado de lateral direito. Nessa partida, entrava mais avançado, na linha de 3 (do 4-2-3-1) e deslocava Lacazette para a referência no ataque.
E o que parecia que não iria acontecer, aconteceu! Mesmo recuando mais o time, o Lyon conseguiria aumentar o marcador. Logo depois da entrada de Jordan Ferri, Fofana, agora com um pouco mais de liberdade, dominou a bola na intermediária, cortou um marcador e bateu forte. A bola pegou uma curva muito acentuada e não deu chances para Cédric Carrasso chegar até ela. Chute no ângulo esquerdo do goleiro do Bordeaux. 2 a 0 para o Lyon no Chaban-Delmas.
Com o Bordeaux adiantando sua linha de marcação, o Lyon tinha mais espaço para atacar – quando criava essas oportunidades. Pouco tempo depois de marcar o segundo gol, Réveillère, dominando bola ainda no seu campo de defesa, viu Fofana se deslocando lá na frente. O lateral lançou o volante, que dominou e foi derrubado de maneira vergonhosa pelo lateral Faubert. Pênalti claríssimo que o árbitro nem pensou duas vezes ao marcar. Na cobrança, Clément Grenier marcou, cobrando no canto esquerdo de Carrasso. 3 a 0.
E não perca as contas. O Lyon ainda chegaria ao quarto gol, também pouco tempo depois de marcar o terceiro. Mais uma vez Réveillère, em passe longo, lançou a bola para área. Dessa vez, não encontrou ninguém, mas a bola foi muito mal cortada por Marange, que deu de presente para Alex Lacazette, da entrada da área, pegar de primeira e marcar o quarto gol do OL na partida, de perna canhota! Goleada no Chaban-Delmas.
As duas últimas alterações na partida não alterava muita coisa em termos táticos. Pelo Lyon, Arnold Mvuemba fazia sua 150ª aparição na Ligue1, entrando no lugar de Clément Grenier. Pelo Bordeaux, Ludovic Obraniak dava lugar a Abdou Traoré. As trocas não surtiram efeito algum sobre o panorama do jogo como um todo. O Bordeaux continuava tendo mais posse de bola, porém sem nenhuma objetividade lá na frente. Os recorrentes erros de passes fazia com que o Lyon ficasse tranquilo, mesmo jogando bem recuado.
Lyon reassume a vice-liderança da Ligue1 e agora dá uma pausa no Campeonato Francês para voltar suas atenções a Liga Europa. Próximo adversário: Tottenham, no Stade Gerland, jogo de volta da segunda fase da UEL. Quinta-feira, 21/02, às 15h de Brasília. Até lá.
FOTOS: sports.fr / L'Equipe / olweb.fr / ligue1.com
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