Filipe Frossard Papini
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O resultado teve com o zagueiro Jérôme Boateng o principal responsável, após uma atuação completamente desastrosa no 1º tempo
Neste sábado, a temporada acabou para o futebol francês. Com a rodada 38 acontecendo literalmente toda no mesmo horário, às 16h, tivemos um batalhão de jogos. Um deles era o Lyon se despedindo também. Algum objetivo em mente? Até tinha, mas ele era tecnicamente impossível e quase que matematicamente também. Para tentar uma eventual classificação para a próxima edição da Conference League, o Lyon teria que torcer para Lille, Rennes e Monaco perderem e ele ainda tirar 9 gols de vantagem no saldo do Rennes. Ou seja: quase um jogo para cumprir tabela entre times que ficaram no meio de tabela.
O Nice, time da casa, tinha um problema quase do tamanho de um time inteiro. Didier Digard tinha exatamente nove desfalques para essa partida e todos eles por questões clínicas. Com o departamento médico, o banco ficou bem desfalcado e por lá apareceram dois garotos. Trinker, do Nice B e Dacourt, do Nice sub-19 estavam lá. A lista dos desfalques era grande. o lateral esquerdo Bryan (tornozelo), o lateral direito Atal (coxa), o zagueiro Vitti (tornozelo), os volantes Thuram (tendão de aquiles) e Ndayishimiye (joelho), os meias Barkley (virose) e Ramsey (panturrilha), além dos atacantes Brahimi (tendão de aquiles) e Pépé (joelho). Assim ficou:
O Lyon também tinha lá seus problemas, principalmente no setor defensivo. Blanc não podia contar com Gusto, Lovren, Boateng e Dembélé nesse jogo. Repare que os três primeiros são peças consideradas titulares da primeira linha do preferido 5-3-2 de Blanc. Por isso, novamente o treinador precisou entrar com Boateng jogando. O zagueiro que praticamente não atuou durante toda a temporada teria mais uma chance em decorrência dos desfalques e, por isso, Blanc acabou repetindo os mesmos 11 iniciais do jogo anterior, quando o OL venceu o Reims, no 4-2-3-1. A escalação que foi a campo você pode conferir abaixo:
Antes da bola começar a rolar na Allianz Riviera, houve uma homenagem do time da casa para o presente Hugo Lloris, lendário goleiro da Seleção Francesa e do Tottenham, que é cria da base do Nice e fez carreira no Lyon também. Uma festa muito grande acontecia com muita fumaça e sinalizadores. Alguns torcedores sequer viram a lambança monumental que Boateng cometeu com cinco minutos de jogo em um dos gols contras mais bizarros já vistos. OGCN já começava com 1-0 no placar.
O gol acabou minando qualquer expectativa emocional e de confiança que o Lyon tinha com esse comecinho de jogo. Tinha muitas dificuldades para sair jogando com a bola aos pés e não à toa o primeiro chute ao gol aconteceu somente aos 18’ de bola rolando. Foi quando Lacazette dominou na entrada da área e foi “abraçado” por três marcadores e perdeu a bola. Mas Cherki deu continuidade e acertou o meio do gol, ficando fácil para Schmeichel.
Poucos minutos depois, o Lyon acabou tendo três oportunidades em poucos minutos. Primeiro foi com um chute cruzado de Barcola. Schmeichel estava bem posicionado e mandou para escanteio. Depois foi Lacazette quem recebeu dentro da área, girou pra cima do zagueiro e chutou muito torto. E depois, a chance mais clara de todas, com Tolisso colocando na cabeça de Lacazette e ele subindo sozinho, sem ninguém a sua frente ou na marcação e, mesmo assim, acabou cabeceando pra fora.
O Lyon parecia querer crescer no jogo, cada vez mais forte no ataque e criando chances realmente boas. Barcola teria perdido mais um gol dentro da área depois de dar uma caneta no adversário e isso estava começando a ficar comum no jogo. Mas o que era comum também era a ruindade de Boateng. Em um dos ataques do Nice, Moffi deixou de calcanhar para Diop dominar e passar como quisesse pelo zagueiro do Lyon. Ao finalizar, Lopes deu rebote e Laborde completou de cabeça: 2-0!
O Nice daria mais um tapa na cara do Lyon aos 33’ de jogo, quando vieram atacando pelo lado direito do campo ofensivo. Lotomba tabelou com Boudaoui por ali e o volante cruzou na área. Lá estava o atacante Moffi, extremamente bem posicionado entre Boateng e Kumbedi. O nigeriano não teve nenhum trabalho para somente acompanhar a trajetória da bola e empurrar para as redes para marcar o 3-0 ainda tão cedo!
Se Lacazette não conseguiu marcar até aqui, ele ainda perderia mais uma chance logo após o gol de Moffi. Dessa vez, a bola chegou para ele cruzada e ele pegou de primeira. Sem direção, acabou mandando na arquibancada. Mas era mais uma chance perdida. Quem não perdeu a oportunidade que teve foi o brasileiro Jeffinho. Ele tabelou com Cherki, entrou na área e mesmo pressionado por dois defensores, conseguiu tocar na saída de Schmeichel e marcar: 3-1 e tudo isso ainda no primeiro tempo.
No segundo tempo, o Lyon veio com uma mudança que era providencial. Blanc lançou mão do improvisado Thiago Mendes para jogar na zaga no lugar de Boateng, que não tinha a menor condição de estar ali como atleta profissional. Pouco tempo depois, já com bola rolando, quem mexeu foi o Nice. Era a 10ª situação clínica do time. Quem deixou o campo foi Boudaoui para a entrada de Belahyane. O volante sentiu dores no joelho. E antes dos 20’, uma chance de cada lado. Nice com Moffi chutando perto da trave e o Lyon com uma bomba de Tolisso no meio do gol.
Não durou muito tempo para o Lyon mexer de novo. Primeiro entrou Lepenant no lugar de Tolisso, pouco tempo depois, foi a vez e Cherki dar lugar a Amin Sarr. Naquele momento da partida, o jogo era bastante tumultuado. Não havia organização tática de lado a lado. No Lyon, por exemplo, ora Jeffinho aparecia pelo meio, ora Cherko estava na direita, depois era Barcola quem aparecia batendo cabeça com o próprio Jeffinho na esquerda. Um caos.
E em campo, a bola apanhava um pouco. O jogo se transformava em uma batalha física. O árbitro Watellier até conseguia controlar o jogo. Mas era um Deus nos acuda para saber quem ficaria com a bola. Um grande perde e ganha que não resultava em muitas coisas. A bola parecia pipoca na panela quente. Ficava salpicando de um lado pro outro e pouquíssimas chances foram criadas na segunda etapa.
Aos 37’ do 2º tempo, finalmente Didier Digard completou um time inteiro de jogadores machucados. Ele perderia mais uma peça em campo por lesão. Dessa vez, era o lateral esquerdo Melvin Bard que deixava o campo com dores na posterior da coxa. Portanto, a segunda mexida do Nice jogo era com a entrada de Amraoui. Naquele momento do jogo, apesar da bagunça tática e técnica, o Lyon era quem pressionava em busca de mais um gol.
Esse gol não saiu de lado algum e o segundo tempo foi um retrato muito mal contado daquilo que vimos na primeira etapa. Apesar de ali ter Jérôme Boateng como responsável direto pelos três gols do Nice, o jogo em si era muito melhor e, definitivamente, mais organizado. A inconstância de parte a parte no segundo tempo era um reflexo de um jogo que já não valia nada para os dois times e se tornou protocolar.
No finalzinho, Didier Digard ainda colocou suas duas joias que vieram às pressas da base. Dacourt e Trinker entraram nos lugares de Beka Beka e Diop mas literalmente não tiveram um segundo para percorrer o campo com bola rolando, já que o árbitro encerrou o jogo assim que eles pisaram no gramado. Ficou só o gostinho. E para o torcedor faltou a sensação de um segundo tempo bem jogado.
Com o fim da temporada, o Lyon agora terá um período importante e interessante de reconstrução. John Textor, atual CEO do clube (e dono também), certamente promoverá mudanças profundas, seja no elenco ou mesmo na construção da equipe de staff. Situações em que, certamente, vocês acompanharão pelas redes sociais do BrasiLyonnais. Obrigado por mais uma temporada juntos e seguimos. Até lá!
CAMPINHOS: Prime Video
FOTOS: ol.fr | ognic.com
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