Filipe Frossard Papini
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O placar de 4-2 deu a Caqueret uma ótima oportunidade de mostrar trabalho. O volante participou de três dos quatro gols da equipe
Depois daquela pausa para a Copa do Mundo, o Lyon retomou sua rotina. Tudo de volta ao normal, campeonato retornando em sua 16ª rodada. Nesse primeiro embate de retorno, um confronto entre dois clubes que precisavam da vitória por distintos motivos. O OL quer sair do meio de tabela e voltar a brigar lá em cima. Vencer hoje era fundamental para buscar esse objetivo. O time da casa, por sua vez, tinha como objetivo parar de ficar na rabeira da zona de rebaixamento, e os três pontos seria essencial para isso.
Para encarar o Lyon, o time da Bretanha tinha uma mudança em relação ao que a gente previu aqui no site ontem mesmo, no pré-jogo. Ao invés de Lees-Melou no meio, o técnico preferiu colocar Pereira Lage. De resto, todo como nos conformes. O Brest tinha os desfalques do lateral direito Kenny Lala, ainda não inscrito e recém chegado. Do zagueiro Achraf Dari, que disputou a Copa por Marrocos. E o centroavante Irvin Cardona, por suspensão. Bruno Grougi, técnico interino e ainda sem diploma UEFA era quem comandava o time da casa. E ele armou a equipe da seguinte forma:
O Lyon, diferentemente do seu adversário do dia, não tinha nada dentro dos conformes. O time não tinha laterais disponíveis para esse jogo. Todos desfalcados. Tagliafico está de folga por ter vencido a Copa com a Argentina, Henrique e Gusto se machucaram no jogo amistoso da semana passada e até o lateral esquerdo da base tá suspenso. A solução foi improvisar Da Silva em uma das laterais e chamar o jovem Kumbedi, de 17 anos, pra estrear do outro lado. Além deles, Aouar sentiu dores musculares ontem mesmo e nem viajou. Fecha a lista o goleiro reserva Pollersbeck, retornando de cirurgia, mas já treinando com o time. Assim ficou escalado o OL:
Nos primeiros minutos, a intensidade tomou conta da partida. O Brest assustou logo nos primeiros segundos e quase pegou a defesa do OL de supetão. Por muito pouco não saiu um gol relâmpago. Mas o Lyon retomou o prumo e rapidamente tomou o controle da partida. Cherki e Lacazette pareciam bem e ditavam o ritmo do ataque. O jovem meia, inclusive, quase abriu o placar com uma pancada rasteira de fora da área.
Os Gones continuavam pressionando bastante e Bizot, goleiro do Brest, era bastante acionado nos primeiros minutos. Não muito tempo depois, precisou intervir de novo ao parar uma tabela – meio aos trancos e barrancos, é verdade – de Tetê e Lacazette com a finalização do brasileiro. Outra vez o goleiro do Brest foi fundamental para manter o seu time sem revés no placar.
Mas era em vão, o Lyon parecia querer mais jogo. E não à toa, finalmente abriu o placar. A jogada surgiu dos pés de Castello Lukeba, lá da zaga. Ele encontrou um passe rasgando geral e direto para Lacazette no ataque. O craque do Lyon só teve o trabalho de entrar na área e fazer o passe rasteiro e cruzado para Caqueret aparecer como uma flecha, quase como um grande centroavante para só empurrar e decretar o 1 a 0 no placar!
O Brest parecia não se abater e jogou seu time pra frente. Anthony Lopes brilhou em tentativa de perigo do meia Frank Honorat, o principal jogador do time da casa. Mas foi em bola parada em que o time da Bretanha conseguiu alcançar o empate. Pereira Lage – que nem deveria começar jogando – bateu falta da entrada da área e a bola desviou no cotovelo de Toko Ekambi, enganando Lopes e entrando no canto oposto de onde o goleiro ia: 29’ de jogo e 1 a 1!
Sequer deu tempo da torcida no Stade Francis-Le Blé começar a comemorar. O Lyon estava on fire e decidiu não se apegar ao empate. Foi pra cima novamente e fez valer a estrela do jovem Rayan Cherki. Ele recebeu um bom passe de Caqueret na região central do ataque. Não deu conta da defesa e livrou-se deles com muita técnica. Na finalização, bateu de esquerda e pôs o OL na frente novamente: 2 a 1 com 32’ de jogo.
A intensidade do jogo ainda fez o Lyon marcar mais um, e logo com um minuto depois de ter feito o 2º. Sabe quem apareceu de novo? Ele mesmo! Maxence Caqueret. Na segunda tentativa de finalização dos Gones em jogada de ataque, o volante tentou a finalização, mas acabou sendo bloqueado por Chardonnet. Mas o capitão do Brest foi com o braço na bola. O árbitro marcou pênalti na hora, sem auxílio do VAR e Lacazette converteu sem problemas! 3 a 1!
A etapa inicial foi intensa até o apito do intervalo, sem acréscimos dado pela arbitragem. E o segundo tempo retomou a partida numa velocidade parecida com aquela que havia acabado. Demorou apenas quatro minutos para o OL conseguir fazer mais um. Dessa vez a jogada surgiu do lado esquerdo do campo. Toko Ekambi teve tempo de olhar para ver quem fechava na área e fazer o passe para Tetê concluir em gol. Apagão da defesa adversária. 4 a 1!
Mesmo com uma desvantagem colossal no placar, o Brest não esmorecia. Tinha incontáveis problemas no seu time, mas o ataque era ligeiro. Camara quase diminuiu o marcador depois de aproveitar um bate-rebate na área do Lyon aos 15’ do 2º tempo. O lance foi para escanteio. Na cobrança, o rebote sobrou para Romain Del Castillo pegar um chutaço, já dentro da área, mas mandar por cima do gol.
Os times mexiam no decorrer da segunda etapa. Brest foi com Magnetti e Slimani nos lugares de Camara e Pereira Lage. O Lyon primeiro trocou Tolisso por Lepenant para depois mexer com Cherki por Faivre. Mas era o Brest quem dominava todo o segundo tempo. Talvez pelo fato de o Lyon já ter entendido que o jogo estava no papo, mas não funciona bem assim. Aos 27’ do segundo tempo, o Brest fez mais um. Del Castillo cobrou escanteio e Mounié subiu mais alto que toda a zaga do OL para concluir no ângulo e de cabeça: 4 a 2!
Depois do jogo, o time da casa mexeu mais duas vezes, colocando Hérelle e Karamoko nos lugares de Fadiga e Honorat. Praticamente mexidas protocolares, sem muita ousadia. Mas isso significava gás novo no time, enquanto o OL seguia com o pé pisando no freio e longe do gol adversário. Claro que uma oportunidade de contra-ataque ali resolveria o jogo, mas flertava o com o perigo, certamente.
Já perto do fim do jogo, o Lyon colocou em campo Dembélé e Thiago Mendes, tirando de campo Tetê e Caqueret, enquanto o Brest vinha com sua última mexida. Era Camblan no lugar de Del Castillo, um dos homens mais proativos do time da casa nos minutos finais e que poderia propor o jogo mais do que qualquer outro que estava em campo. Decisão controversa que não ajudou muito, no frigir dos ovos.
No fim, aquele perigo que se imaginava que o Lyon poderia correr, não aconteceu. O time do Brest era frágil e pouco técnico. Também pouco tarimbado para conseguir resolver partidas nessas circunstâncias. O OL venceu pelo vigor físico, por saber acabar com o jogo de forma certeira e no momento correto e também por ser claramente superior em todos os quesitos, em comparativo ao adversário do dia.
O próximo compromisso do OL já é neste próximo fim de semana, já em clima de ano novo. O adversário será o Clermont e eles irão até o Groupama Stadium, casa do Lyon, para consolidar a partida pela 17ª rodada do Campeonato Francês. O duelo será às 13h do próximo domingo (1). Até lá!
CAMPINHOS: L'Equipe
FOTOS: ol.fr | Getty Images
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