domingo, 20 de dezembro de 2015

Lyon finaliza o ano somando seis jogos seguidos sem vencer na Ligue1

Filipe Frossard Papini
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Hoje, diante do Gazélec Ajaccio, o time se demonstrou apático mais uma vez e coloca Hubert Fournier, definitivamente, corda bamba




O jogo de hoje parecia ser aquelas barbadinhas de apostas esportivas. O Lyon, com um elenco de Liga dos Campeões, enfrentando um recém promovido da Ligue2 e que até há alguns anos atrás era tido como um time semi-amador, disputando divisões inferiores. Em jogo disputado no modesto Stade Ange-Casanova, com capacidade para seis mil pagantes, o OL tinha de tudo para quebrar a sequência de cinco jogos consecutivos sem vencer no Campeonato Francês. E não conseguiu. Sucumbiu diante de um time muito ruim, e uma partida muito pior, recheada de erros individuais e muito sono para os espectadores.

O time da casa, encabeçado pelo ótimo Mohamed Larbi – comandando o meio de campo da equipe da Córsega, tinha como seu principal ponto a qualidade individual de algumas peças. Fora o próprio Larbi, o time contava com a velocidade de Tshibumbu na frente, as experiências de Ducourtioux no meio e Bréchet na zaga, além, é claro, do “espião” Amos Youga, criado na base do OL e que saiu do time sem ter quaisquer chances no time principal, na época sob o comando de Rémi Garde. Abaixo, é possível ver a formação tática do Gazélec Ajaccio para o jogo deste domingo:




Pelo Lyon o maior duelo para a tarde foram as diversas ausências com base em lesões. É de se espantar um time com a estrutura do OL não ter a disposição dez jogadores em função do departamento médico. Era quase possível montar um time inteiro: Gorgelin, Jallet, Bisevac, Umtiti, Morel, Fofana, Valbuena, Fekir, Kalulu e Lacazette. Felizmente, podia contar com Bedimo, que voltava de uma gastroenterite e estava disponível para o jogo. Ainda assim, Fournier adotou uma formação tática jamais vista no Lyon e entrou de uma forma inexplicavelmente recuada, no 5-3-2. Abaixo, é possível ver (porém, não entender) o time que entrou em campo hoje.




Como já era de se esperar, o jogo começou com uma pressão muito forte do Gazélec Ajaccio que poderia ter aberto o placar logo nos primeiros momentos da partida. Somava-se a formação tática defensiva do OL, o fato de ser visitante e o acanhado estádio fazendo muita pressão os jogadores. Todos esses fatores contribuíram para o Lyon demorar muito a entender sua posição dentro de campo e entender o jogo.

O Gazélec Ajaccio poderia ter aberto o placar logo aos 11’ de jogo, quando David Ducourtioux subiu mais alto que todo mundo em cobrança de escanteio de Mohamed Larbi. No entanto, a arbitragem – e só ela mesma – enxergou uma falta de Kader Mangane em cima de Bakary Koné, que nem participavam ativamente do lance e, por isso, o gol acabou sendo anulado, para incompreensão dos jogadores da casa.

Pouco tempo depois do gol anulado, o brasileiro Rafael estendeu a parte do calção que tampava a sua coxa e, claramente alegava dores físicas na região. Ele até tentou se esforçar para continuar em campo, mas rapidamente Hubert Fournier ajeitou uma alteração e queimou sua primeira troca logo aos 14’ de jogo. Jordan Ferri entrava em campo e Corentin Tolisso faria a lateral direita.

O jogo se arrastava de forma lenta e dolorosa para aqueles que assistiam. Muitos erros de passes, jogadas mal conectadas e quase nenhum dos dois ataques sendo acionados – muito em função da má qualidade de ambos também. Mas havia um nome que se destacava em meio aos cegos: Mohamed Larbi. E foi pelos pés dele que o placar foi aberto aos 32’ de jogo, tudo por causa de duas falhas do capitão Gonalons. Explico...

Jogando no miolo de zaga, Maxime Gonalons era sempre o responsável para sair jogando e dar o começo das armações das jogadas. Em um momento em que tinha poucas opções, tentou forçar um passe alto para Malbranque, que foi interceptado pelo adversário que, com muita velocidade conseguiu ligar a jogada à Larbi. O meia técnico do Gazélec Ajaccio partiu pra cima do próprio Gonalons, que errou ao dar o bote e acabou deixando o tunisiano girar e balançar as redes de Lopes. 1 a 0!

Já perto do fim do primeiro tempo, Lopes fez quase um milagre para evitar o segundo gol. Tudo começou com uma pixotada de Bedimo, que recebeu bola no meio de campo e, do nada, deu um chutão pra cima. O Gazélec recuperou a bola e saiu em disparada. Na troca de passes, Tshibumbu saiu de frente com Lopes que conseguiu sair nos pés do atacante adversário e efetuar uma defesa quase que debaixo do gol.

Ainda antes do intervalo, o Gazélec Ajaccio teve mais oportunidades de gol e poderia ter expandido o placar até com certa folga para voltar pro segundo tempo pronto para se poupar para as festividades do fim do ano. Pela falta de qualidade de seu elenco, isso não aconteceu e, felizmente para eles, não fez peso no placar final. Mas, definitivamente, para um time que não quer voltar para a Ligue2, precisariam ser mais eficientes em colocar a bola para o fundo das redes.

A única chance real de gol do Lyon apareceu já nos acréscimos do primeiro tempo. Beauvue recebeu uma bola esticada ainda do campo de defesa, conseguiu dominar de frente para o gol e na hora de finalizar se embananou todo e nos fez lembrar o motivo dele talvez ser a contratação mais fiasco deste primeiro turno do Campeonato Francês. Para se ter uma noção da gravidade de ruindade do lance, veja só a reação do presidente e do diretor do Lyon.




No segundo tempo, o Lyon não mudou sua postura. Continuava aquele time sem combate, sem criação e sem qualquer esperança de uma jogada que resolvesse o jogo. E não à toa o Gazélec Ajaccio chegou ao seu segundo gol. E, mais uma vez, o culpado direto pelo tento adversário foi o capitão Maxime Gonalons. Ele ficou frente a frente com Larbi e, mais uma vez, o meia levou a melhor. Dessa vez, contou com um escorregão do volante improvisado e acabou finalizando para marcar o segundo. 2 a 0!

Com quase todas as alterações já realizadas pelos dois treinadores. O Lyon conseguiu ter um pouquinho mais de ímpeto ofensivo, mas nada que lhe desse garantias de conseguir reverter o quadro. Além de Ferri por Rafael, que já havia ocorrido no primeiro tempo, Fournier também colocou Ghezzal no lugar de Bedimo e depois Darder por Malbranque. OL abandonava sua formação defensiva e se lançava como, costumeiramente, joga. E, dessa forma, conseguiu diminuir.

Em jogada de Ghezzal pelo lado esquerdo, meia canhoto do Lyon levou pela linha de fundo, sambou diante do marcador e, em uma jogada que não tínhamos visto até então no jogo, conseguiu efetuar o cruzamento para a chegada de Grenier marcar de cabeça. 2 a 1! Havia ainda chances de buscar o gol de empate, mas Thierry Laurey também mexeu e deu mais sustentação ao o seu time, que conseguia segurar a vitória.

O OL até tentou, batalhou, mas, realmente não tinha qualidade para tal, mesmo diante de um adversário tão mediano. É preciso muito mais do que foi apresentado em jogo hoje. Para se ter uma ideia, das nove finalizações dos Gones no jogo, somente duas foi em direção ao gol (uma delas convertidas). O Gazélec Ajaccio conseguiu oito. Se não fosse Anthony Lopes, o resultado poderia ser catastrófico.

O Lyon agora dá uma pausa em função das festividades de fim de ano e só volta a campo no dia 03 de janeiro, em jogo eliminatório válido pela Copa da França. O adversário é o pequeno Limoges, da CFA2, equivalente a 5ª divisão da França. O jogo será no Stade Saint-Lazare. Esperamos que, até lá, os lesionados já retornem. Até lá!

FOTOS: L'Equipe / olweb.fr


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