sábado, 10 de novembro de 2018

Após primeiro tempo tosco, Lyon se recupera, faz quatro na etapa final e bate lanterna

Filipe Frossard Papini
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Memphis Depay foi o destaque do jogo. Deu duas assistências, marcou dois no segundo tempo e com um direito a um golaço de falta. Participou diretamente de todos os jogos do OL




Sábado de redenção para o Lyon. Pelo menos era o que apontava o script. Depois de seguidas atuações que não convenceram a torcida, uma colher de chá. O clube iria enfrentar o atual lanterna do Campeonato Francês, Guingamp, que entrou na rodada somando apenas sete pontos em 12 jogos. Pra completar a situação calamitosa do time da Bretanha, o treinador Antoine Kombouré foi demitido no meio de semana. Mesmo já tendo contratado Jocelyn Gourvennec, dois interinos eram quem iriam comandar a equipe hoje em busca do seu décimo ponto. A questão aqui é: os dois times precisam muito da vitória. Um para simplesmente somar pontos e o outro para dar uma resposta ao torcedor e evitar uma crise maior.

Jogando em casa, o Guingamp não se segurou na ousadia na hora de montar sua formação para o confronto. A dupla de interinos Sylvain Didot e Vincent Rautureau armou a equipe num 4-3-3 com bons jogadores. De fato, os onze iniciais do EAG são um combinado de bons atletas e não se justifica a posição horrenda na tabela. Ainda assim, a dupla não poderia contar com dois nomes para o confronto. Os dois centroavantes Nolan Roux e Ronny Rodelin. Por outro lado, Deaux retornava de lesão na coxa já entre os titulares e Thuram voltava de suspensão. Abaixo, veja como ficou o time:




Do outro lado da moeda, o cambaleado Lyon do contestadíssimo Bruno Génésio, entrou em campo com a mesma formação que abiu 2 a 0 diante do Hoffenheim e depois tomou o empate com um a mais em campo: o 3-5-2. O jogador que mais se beneficia desta formação é Jérémy Morel, que acaba se tornando titular. Hoje, sem Fekir e Traoré, Génésio optou por dar mais liberdade a Aouar no meio de campo, enquanto a dupla de ataque seria formada por Memphis Depay e Moussa Dembélé. Outra novidade era a presença de Kenny Tete no lado direito, com Rafael sendo preterido. No desenho abaixo é possível ver como ficou a formação inicial do OL para o jogo:




No comecinho do jogo, a torcida do Guingamp, que lotava o Roudourou, já sentiu logo uma baixa. Lucas Deaux, o volante que havia ficado de fora durante um mês com uma lesão na coxa, caiu no chão e sentiu a mesma lesão. Não precisou nem mesmo da maca entrar. Fofana foi quem entrou. Primeira alteração com nove minutos de bola rolando. Naquele momento, o EAG era, ligeiramente, melhor em campo.

O que se conseguia notar claramente era uma tremenda desorganização do sistema defensivo do Lyon. Isso era notável. Não havia qualquer qualidade na saída de bola e, em vários momentos, pareciam que estavam muito próximos de entregar a paçoca. Isso quase aconteceu duas vezes antes mesmo dos 20’ de bola rolando. Volta e meia Ndombele precisava recuar para fazer a saída de bola.

Talvez, por isso, o Guingamp era melhor em campo. O Lyon parecia pressionado e assustado, enquanto os donos da casa eram franco atiradores. E os atiradores fizeram jus a sua maior tranquilidade em campo quando, aos 22’, abriram o placar. Jogada construída com um bom toque de bola na intermediária, quando de repente, a bola foi alçada na área e lá estava Marcus Thuram. O filho do lendário campeão de 1998 subiu mais alto que todo mundo e colocou de cabeça, no ângulo de Lopes: 1 a 0!

O Lyon só conseguiu chegar pela primeira vez aos 30’ de jogo. E mesmo assim não foi um lance com muito perigo. Bola alçada na área, rebateu em Dembélé e Ndombele apareceu se infiltrando dentro da área. Conseguiu até finalizar, mas estava pressionado pelos defensores e a bola acabou ficando muito fácil para o goleiro Johnsson. Neste momento, o Lyon era uma verdadeira bagunça tática dentro de campo.

A dificuldade do elenco era tão grande, que não conseguiam trocar simples passes no meio de campo e na defesa. O ataque? Era nulo e nem dava trabalho para a defesa do time lanterna da competição. Quando os passes finalmente eram acertados, havia uma clara dificuldade no simples domínio de bola. E não estamos falando de jogadas plásticas. Eram movimentos comuns, de avanços de espaço no gramado.

Até o cronometro apontar o fim do primeiro tempo, o Lyon se comportava como um time minúsculo. Não conseguiu, sequer, assustar a defesa do pior time da competição até aqui. Uma incapacidade absurda que não condiz com o passado recente do Olympique Lyonnais. Pelas redes sociais, ainda na primeira etapa, a euforia dos torcedores era enorme e em sua maioria não entendem o motivo do clube manter Bruno Génésio no comando.

No segundo tempo, o treinador voltou sem mudanças e, claro, o time continuava apático novamente. Aos 12’ ele trocou. Colocou Terrier e no lugar de Ndombele, que saiu bastante irritado e xingando bastante. Mas a mudança surtiu um rápido efeito. Poucos minutos depois, o OL igualava o placar. Boa jogada de Memphis Depay, que achou Aouar na entrada da área. O meia só teve o trabalho de dominar, olhar pra frente e colocar no cantinho: 1 a 1!

A mudança realmente causou efeito. O Lyon melhorou muito depois da entrada de Terrier. Memphis Depay ficou mais solto em campo e foi ele mesmo quem marcou o gol que anotaria a virada do OL na partida. Em bola parada cobrada curta, Aouar e Memphis trocaram passes na entrada da área. O holandês recebeu com condições e mandou um foguete dali mesmo. Belo gol, no canto esquerdo de Johnsson. 2 a 1!

Logo depois, o Guingamp mexeu. Julen substituía Blas. E antes mesmo do OL colocar Rafael no lugar de Kenny Tete, Memphis Depay ampliou o marcador. Em cobrança de falta, até de certa forma longe do gol, ele mandou um petardo no ângulo. A bola bateu na trave antes de entrar e não tinha qualquer possibilidade de Johnsson pegar. 3 a 1 no marcador e o OL melhorava bastante na partida.

Mas nem tudo era flores e o Guingamp queria o resultado, pois não jogava mal e nem queria perder. Em uma tentativa de ataque, Julen acabou disputando a bola com Lopes, já quase dentro da pequena área. A arbitragem, sem precisar consultar o VAR, marcou penalidade na hora. Para a bola foi Marcus Thuram novamente. Ele concluiu facilmente e colocava o segundo dele no placar: 3 a 2!

Quando o Guingamp encostou no marcador, Bruno Génésio queimou sua última troca, colocando Cornet no lugar de Dembélé. E o marfinense só precisou de encostar uma vez na bola para fazer a diferença em campo. Ele recebeu um chutão de Lopes, dominou no peito, voltou a bola no meio e correu pra área. Memphis pegou a bola, foi pra esquerda e cruzou para o mesmo Cornet conferir: 4 a 2 num segundo tempo alucinante.

Depois do gol, N’Gbakoto entrou na última troca do jogo, tirando Marcus Coco da partida. Para o OL, bastava controlar o jogo e esperar os poucos minutos restantes. E assim conseguiu fazer. Na verdade, se não tivesse completado o tento com Cornet, poderia passar apuros no finzinho, assim como ocorreu em vários jogos desta temporada. Mas o último gol deu uma respirada necessária para a tranquilidade voltar.

Em função das datas Fifa, o Lyon só retorna aos gramados no próximo dia 23, às 17h45, quando recebe, no Groupama Stadium, o seu maior rival, Saint-Étienne. O Derby du Rhône será, possivelmente de torcida única e já se agita nos bastidores. O confronto será válido pela 13ª rodada do Campeonato Francês. Até lá!

FOTOS: ol.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


OS GOLS DA PARTIDA:

Thuram (1-0):

Aouar (1-1):

Memphis Depay (1-2):

Memphis Depay (1-3):

Thuram (2-3):

Cornet (2-4):


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