sábado, 15 de dezembro de 2012

[LIGUE1 – 12/13] 18ª Rodada - PSG x Lyon

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


FOTO: olweb.fr


TEXTO DE: Eduardo Madeira Jr, do blog EuropaFootball
Todo fim de semana estou de olho no Campeonato Francês e admito que o futebol do país não tem uma cara definida para mim. Afinal, como descrever o estilo de jogo de uma nação que possui um campeonato com dez campeões diferentes em vinte temporadas seguidas e que ainda contou com um time heptacampeão neste período? O “Francesão” é um torneio, de certa forma, imprevisível.

É justamente essa a cara que o principal jogo de dezembro na França nos transmite. Paris Saint-Germain e Olympique Lyonnais conseguiram, em um curto espaço de tempo, passar por momentos completamente opostos, o que torna o desafio do próximo domingo uma tarefa inglória de se prever o resultado.

O PSG passava por grave crise há duas semanas, com Carlo Ancelotti e Leonardo tendo seus cargos ameaçados. O italiano falou que faria “mudanças radicais” e de lá pra cá, foram três jogos, um novo esquema tático e 100% de aproveitamento. Enquanto o Lyon, que há pouco tempo era massacrado pelo Toulouse de Ben Yedder, conseguiu se recuperar e disparar na liderança. Porém, com o inesperado empate diante do vice-lanterna Nancy, a história mudou de figura e um tropeço contra a equipe da capital pode resultar em perda da liderança.

Para o confronto do domingo, o grande trunfo parisiense é Zlatan Ibrahimović. O sueco está impossível e já balançou as redes em 17 oportunidades. O que serve de alento para a torcida do PSG é que, o que era “Ibradependência” semanas atrás, começa a se tornar conjunto. Ancelotti adotou o 4-4-2 no melhor estilo britânico, com duas linhas de quatro e dois homens na frente, sendo um mais móvel. Essa formatação tática tem dado certo principalmente pela participação mais efetiva de Javier Pastore, Jérémy Ménez e Ezequiel Lavezzi.

El Flaco Pastore, caracterizado como um meia mais cerebral e de posicionamento fixado no centro, passou a jogar na beirada do campo e acordou pra vida. O argentino tem mostrado um futebol ainda não visto em terras francesas, com passes mais vistosos, ágeis e inteligentes. A imprensa francesa notou isso e tem elogiado demais o garoto.

Já Lavezzi e Ménez têm ganhado mais notoriedade pela movimentação. Ambos não se fixam em suas posições e flutuam bastante entre a beirada do campo e a grande área, não só confundindo as marcações adversárias, como auxiliando Ibrahimović. A citada dupla teve parcela considerável nas recentes vitórias.

Lá atrás, nem é preciso comentar muito. Thiago Silva tem sido o maestro e um dos poucos alheios as oscilações que o time tem enfrentado. Ao seu lado, vinha ganhando entrosamento com Alex, mas com a lesão do compatriota no duelo diante do Valenciennes, fica a dúvida do rendimento de Mamadou Sakho, que caiu demais do princípio de temporada pra cá. Nas laterais, Maxwell se fixou como um dos melhores da posição, deixando até a pergunta no ar: por que o PSG corre tanto atrás de outros laterais esquerdos?

Mas não custa reforçar: essa é a impressão do PSG dos últimos três jogos, porque anteriormente víamos muita dependência de Ibrahimović, enorme lentidão e pouca organização. Além disso, os jornais franceses destacavam toda hora algumas “guerras de egos” – supracitada em nosso podcast semanal – que podem resultar em transferências na janela de inverno.

Já o Lyon pode sim ser considerado uma das surpresas do campeonato. Tradição à parte, o clube presidido por Jean-Michel Aulas se enfraqueceu demais nos últimos anos e não conseguiu repor seus principais jogadores com o nível desejado. Estar na liderança com uma equipe formada por muitos pratas da casa é uma surpresa.

A cada rodada que passa, os nomes de Maxime Gonalons, Clément Grenier e Alexandre Lacezette se tornam mais conhecidos França afora, todos são crias do Lyon. Até mesmo o veterano Steed Malbranque – que ficou um ano parado -, outro formado no clube, soltou suas manguinhas e é um dos melhores jogadores do campeonato, sendo cogitado até para a seleção francesa. Além destes, Samuel Umtiti, Rachid Ghezzal e Yassine Benzia passam a ganhar espaço com Rémi Garde.

No ataque, a dependência de Lisandro Lopez não é mais tão explícita. O argentino passou algum tempo machucado e a estrela de Bafetimbi Gomis brilhou nesse período. O Predador tem 10 gols no Campeonato Francês – o dobro de tentos que Lisandro anotou -, sendo cinco entre novembro e dezembro.

Protegendo a meta, Remy Vercoutre fez valer toda a confiança imposta por Aulas e tem substituído Lloris a altura. Quem não tem valorizado a força dada pelo presidente é Yoann Gourcuff. O meia até tenta jogar, quando entra em campo colabora bastante, mas seu físico é muito frágil, tanto que só fez oito partidas na Ligue 1, conseguindo completar os 90 minutos apenas duas vezes – o máximo de minutos que jogou até ser substituído foi 74.

Aliás, as lesões tem sido a grande barreira do caminho de Rémi Garde. Além de Gourcuff, nomes úteis como Jimmy Briand e o já citado Clément Grenier também estão no departamento médico. Além disso, Lisandro e Lovren retornam aos poucos de contusão e talvez não atuem por muito tempo.

Esses problemas do Lyon tornam o duelo, de certa forma, mais interessante. Claro que seria melhor assistirmos dois times com forças máximas, mas o contraste das equipes no Parque dos Príncipes será um tanto quanto curioso: de um lado, o Paris Saint-Germain, clube milionário e que busca os jogadores mais caros do mundo a qualquer preço; do outro lado, o Lyon, clube multicampeão na última década, mas que enfraquecido, se vê na obrigação de colher o que plantou em sua horta. Esse é o jogo que deve traçar o futuro das equipes nas próximas semanas, mas o “Francesão” é tão imprevisível que este duelo pode não decidir nada.

TEXTO DE: Eduardo Madeira Jr, do blog EuropaFootball

A partida será transmitida, ao vivo, pelos canais SporTV e ESPN Brasil. Confira abaixo os relacionados para os dois times.



LYON:

GOLEIROS: Rémy VERCOUTRE e Anthony LOPES;
LATERAIS: Anthony RÉVEILLÈRE e Fabián MONZÓN;
ZAGUEIROS: Samuel UMTITI, Dejan LOVREN, Milan BIŠEVAC e Bakary KONÉ;
VOLANTES: Sidy KONÉ, Jordan FERRI, Maxime GONALONS, Arnold MVUEMBA e Gueïda FOFANA;
MEIAS: Steed MALBRANQUE, Rachid GHEZZAL e Michel BASTOS;
ATACANTES: Bafétimbi GOMIS, Yassine BENZIA e LISANDRO Lopéz;
TÉCNICO: Rémi GARDE;
DESFALQUES: Mouhamadou DABO, Clément GRENIER, Yoann GOURCUFF, Alexandre LACAZETTE e Jimmy BRIAND


PSG:

GOLEIROS: Salvatore SIRIGU e Nicolas DOUCHEZ;
LATERAIS: Sylvain ARMAND, Christophe JALLET, MAXWELL e Gregory VAN DER WIEL;
ZAGUEIROS: THIAGO SILVA, Zoumana CAMARA e Mamadou SAKHO;
VOLANTES: Blaise MATUIDI, Clément CHANTÔME, Adrien RABIOT, Thiago MOTTA e Marco VERRATTI;
MEIAS: Javier PASTORE e Jérémy MÉNEZ;
ATACANTES: Ezequiel LAVEZZI, Kévin GAMEIRO e Zlatan IBRAHIMOVIC;
TÉCNICO: Carlo ANCELOTTI;
DESFALQUESALEX, Mathieu BODMER, NENÊ e Guillaume HOARAU


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