quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lyon tropeça em casa e fica no empate contra o ex-laterna

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Mesmo com o resultado negativo, o time ainda segue na liderança isolada da Ligue1





Com o PSG voltando a vencer suas partidas e apertando cada vez mais na segunda colocação, o Lyon entrava em campo na tarde desta quarta-feira em encontro contra o pior time da Ligue1 até então: o lanterna Nancy. Com uma diferença de quase quatro vezes mais pontuação, o Lyon, em caso de vitória, poderia ficar com uma distância de cinco pontos do PSG. Já o Nancy, se vencesse, poderia sair da lanterna, mas não da zona de rebaixamento que já lhe incomoda há algum tempo.

Em campo, várias mudanças. A começar pela tática. Rémi Garde adotou o 4-1-4-1. Sem poder contar com Dabo e Gonalons, suspensos, o treinador optou pela volta de Lovren no setor defensivo e colocou Umtiti na lateral. No meio, Fofana herdou a vaga de Gonalons. Quem também ganhou chances foi Mvuemba, que entrou no lugar do lesionado Gourcuff. Michel Bastos, dessa vez, enfim, começava entre os titulares. Confira abaixo o time titular do OL para a partida de hoje




Os lanterninhas da Ligue1 colocaram em campo uma formação um pouco diferente do tradicional. Adotaram um 5-4-1. Uma tática bastante defensiva. A ideia era se defender com consistência, sem deixar espaços pro OL, e tentar sair no contra-ataque explorando o seus velocistas, Yohan Mollo e Lossemy Karaboué. Na zaga, destaque para dois experientes zagueiros: Sébastien Puygrenier, de 30 anos, e o brasileiro André Luiz, capitão do time, com 32 anos de idade. Abaixo, a formação do Nancy.




Com uma temperatura muito baixa em Lyon, a torcida não lotou o Stade Gerland. Muito pelo contrário. Várias lacunas eram possíveis ser vistas no estádio pela transmissão da TV. Mas isso não impediu que os torcedores empurrassem o time. Os gritos vindo das organizadas ecoavam com a mesma intensidade de um estádio cheio.


No comecinho da partida, jogo muito pegado. Até antes dos 15’ iniciais, pelo menos três faltas bem fortes foram marcadas pelo árbitro Jean-Charles Cailleux. No Brasil, certamente essas marcações seriam passíveis de cartão amarelo. Na ocasião, o juizão preferiu ficar apenas na conversa. E essa era a tática do Nancy. Marcação forte e pouco espaço pro adversário. Restava saber se isso daria certo até o fim do jogo.

Pelo lado do Lyon, a estratégia, a princípio, era explorar a velocidade e o talento de Alex Lacazette pelo lado direito – que revezava de lado sempre com Michel Bastos. As tentativas de jogadas do ataque do OL sempre passavam pelos pés dele em tabela com o experiente Steed Malbranque. Mas, atenta, a defesa adversária não permitia lances mais perigosos e que comprometiam a meta do goleiro Damien Gregórini, que pouco precisava trabalhar.


Com a linha de cinco defensores, o Nancy praticamente não deixava o OL trocar passes no seu campo. A defesa muito bem armada dificultava qualquer jogada dos donos da casa, que precisavam de muita calma para tentar chegar com efetividade ao ataque. A situação dos Gones se complicou mais ainda quando Anthony Réveillère precisou ser substituído aos 30’. Jordan Ferri, volante, precisou ser improvisado no lado do campo.

A partir dos 35’ do segundo tempo, a partida começou a ficar interessante. Primeiramente, no lance mais perigoso do primeiro tempo, Gomis recebeu ótimo passe vindo de Fofana e saiu cara a cara, com apenas um homem na marcação. Ele cortou o defensor por duas vezes e exagerou no preciosismo. Na hora que limpou pra finalizar, foi travado e perdeu a jogada. Em seguida, o Nancy respondeu. Depois de desvio em cobrança de escanteio, o zagueiro Lotiès cabeceou e, no reflexo, Vercoutre mandou pra longe.


Após esses lances de perigo, o Nancy se abriu um pouco mais. Dava mais espaços, principalmente pelo lado direito do ataque do Lyon. Lacazette já não jogava mais por ali. Michel Bastos herdou a posição e continuava sendo perigoso naquele setor. O segundo lance de maior perigo da partida também surgiu por ali. O brasileiro do OL recebeu bola, partiu pra cima da marcação, penetrou na área e bateu forte. Grégorini defendeu no susto e evitou aquele que seria o primeiro gol do jogo.

Para o segundo tempo, o Lyon voltou com mais um alteração. Depois de Ferri ter entrado no lugar de Réveillère por conta de uma lesão, foi a vez de Lacazette deixar o campo para o retorno de Lisandro Lopéz, que voltava de lesão. Mas quase que Rémi Garde precisou mexer sua terceira vez de forma obrigatória. Isso porque Gueïda Fofana deu uma entrada crimosa pra cima do adversário e viu só o amarelo. Ele era o único volante de marcação na partida e poderia complicar ainda mais a vida do treinador do OL.


A primeira grande chance da etapa final veio com Lisandro Lopéz, aos 8’. Ele recebeu boa bola de Michel Bastos, vinda da direita. Já dentro da área, bateu em direção ao gol, mas no meio do caminho o brasileiro Hélder cortou a trajetória da bola. O argentino do OL ficou pedindo pênalti. O lance era bastante interpretativo, pois foi um toque de mão não intencional. Entretanto, o Sr. Jean-Charles Cailleux preferiu apontar para escanteio, que por consequência, não rendeu em nada.

Para essa segunda etapa, o Lyon voltou com muito mais ímpeto de jogo do que no primeiro tempo. Era mais incisivo e vertical. Tinha a obrigação nas costas de buscar o gol e vencer o lanterna da competição. A entrada de Lisandro foi importante para o time mudar essa postura. E o Nancy, percebendo que o Lyon deixava espaços, até tentava entrar neles e conseguir algo. Faltava competência para saber aproveitar.


Aos 27’ do segundo tempo, o Nancy chegaria com perigo mais uma vez na partida. Em cobrança de falta, Mollo mandou pra área, ela foi desviada e sobrou para o volante Lotiès. Ele, de meia bicicleta, mandou ao lado do gol de Vercoutre com muito perigo. No lance seguinte, quase uma repetição do lance. Mas, desta vez, Lotiès marcaria. Salif Sane desviu a cobrança de Mollo e Vercoutre, diante de dois atacantes, preferiu defender a bola com os pés ao invés de usar as mãos. A bola rebateu em Lotiès e entrou quase sem querer. Zebra: Nancy 1 a 0 no Gerland.

Depois de sofrer o gol, o Lyon foi pra cima. Rémi Garde tirou Fofana e colocou o centroavante Yassine Benzia. Era o momento de pressão total. Mas, lá na frente, o time parecia nervoso. Não conseguia trabalhar com calma e errava uma série de passes fáceis, que comprometiam o andamento das jogadas. A defesa bem articulada do Nancy também fazia jus ao resultado. Realmente não davam espaços aos adversários.


O gol de empate surgiu de uma jogada pouco trabalhada. Aos 38’ da etapa final, o OL tocava bola na intermediária do Nancy. Pelo lado direito, Michel Bastos começou a jogada, tabelou com Malbranque, que só rolou para o brasileiro voltar ao lance batendo forte de fora da área. A pancada rasteira foi suficiente para Grégorini não conseguir alcança-la. Empate no placar novamente: 1 a 1.

No finalzinho da partida, o Lyon ainda tentou esboçar uma pressão imensa pra cima do Nancy. Martelou de todas as maneiras. Chegou a criar boas chances, mas a aflição tirou a cautela dos jogadores e consequentemente as boas chances que o time, por ventura, poderiam criar em busca da virada. Por fim, a partida terminou no empate mesmo. Empate com sabor de derrota. Com o ponto somado, o Nancy acabou deixando a lanterna da Ligue1.


Situação da 17ª rodada sem os jogos entre Bastia x Marseille e Bordeaux x Saint-Étienne

Próximo adversário: Paris-Saint Germain, no Parc des Princes, domingo (16/12), às 18h, pela 18ª rodada da Ligue1. Até lá!


FOTOS: L'Equipe / Le Progres / Sports.fr / Ligue1.com / Football365.fr / FranceFootball / Sport.fr


GOLS DA PARTIDA:

szólj hozzá: Lyon vs Nancy 1:1 GOALS HIGHLIGHTS


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