domingo, 9 de dezembro de 2012

Lyon mantém tabu histórico, vence o ASSE e se isola na liderança

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Na base da raça e da vontade e com um a menos, brasileiro Michel Bastos garante vitória no derby do Ródano




O Lyon já entrou em campo no clássico com a primeira colocação na tabela já garantida. Isso porque o Olympique de Marseille falhou e perdeu diante do Lorient por 3 a 0. Em caso de vitória, o OL poderia abrir cinco pontos de diferença do segundo colocado. Se a vitória fosse dos Verts, eles poderiam se igualar ao PSG na vice colocação da tabela. O clássico, acima de tudo, colocava em frente um tabu gigantesco: o Saint-Étienne não vence o Lyon há 12 anos! E, jogando um bom futebol nessa temporada, tinha de tudo para tentar quebrar essa sina no jogão de hoje.

Jogando em um estádio absolutamente lotado, o Saint-Étienne tinha a força dessa sua torcida ao seu lado. Desde terça-feira passada, o Geoffroy-Guichard já havia esgotado todos os seus assentos. Em campo, numa formação bem avançada, no 4-3-3, Christophe Galtier armou sua equipe disposta a explorar os três homens de frente: Hamouma, Gradel e Aubameyang. Sob a batuta de Cohade no meio de campo, a ideia era pressionar o OL desde o princípio do jogo. Abaixo, observe como ficou a formação tática do Saint-Étienne para enfrentar o OL no clássico da rodada:




Rémi Garde mudou um pouco o time que, normalmente, vem atuando como titular. A principal alteração foi a entrada de Grenier entre os titulares, deslocando Gourcuff para o lado esquerdo no 4-2-3-1. Quem acabou perdendo a vaga no time titular foi o jovem Rachid Ghezzal, que começava a partida no banco de reservas. Outro que ficava no banco de reservas, após voltar de lesão e atuar os 90min na partida de quinta-feira era o brasileiro Michel Bastos. Confira na imagem abaixo a formação do Lyon para o jogo contra o Saint-Étienne no Geoffroy-Guichard.




No ritmo de um grande clássico, a partida começou frenética e muito intensa. Os jogadores pareciam querer dar uma resposta rápida dentro de campo. A princípio, nos primeiros 10’, de jogo, não se via um time melhor do que o outro. Partida levada muito mais na garra do que no futebol praticado. No entanto, uma coisa é preciso destacar. Mesmo sob a pressão intensa da torcida do ASSE, o OL não se intimidou e jogava, normalmente, o futebol que comumente pratica nas outras partidas.


A notícia triste da partida foi a lesão do jovem Clément Grenier, logo aos 11’ de jogo. Ele, primeiramente sentiu uma fisgada na coxa e se manteve em campo. No lance seguinte, já não aguentava mais ficar em pé. Desesperado com a situação, o atleta do Lyon caiu no gramado em prantos. Foi apartado pelos companheiros de clube e deu lugar ao também jovem Gueïda Fofana.

Em termos práticos, o Lyon dominou o primeiro tempo na posse de bola e nos domínios da partida. Conseguia, inclusive, tocar a bola dentro do campo adversário, mas esbarrava naquele mesmo problema do começo da temporada: não conseguia finalizar. Roda, roda, roda, mas não chega até aos finalmentes. A primeira boa chance do OL veio em cobrança de falta aos 29’. Gourcuff rolou para Gomis chegar chutando, mas o artilheiro do Lyon mandou muito longe do gol.


Em seguida, aos 32’, o OL chegaria novamente. Réveillère saiu em disparada pela direita, avançou até o ataque, tabelou com Gomis e recebeu a bola novamente. Na saída de Ruffier, ele finalizou de forma sutil, tirando do alcance do goleiro adversário. Mas a bola saiu cuidadosamente pra fora, no canto oposto do gol. Falha  do setor defensivo do ASSE pelo seu lado esquerdo do campo.

Após as boas oportunidades de gol, o Lyon deu uma pisada no freio. Consequentemente deu campo para o Saint-Étienne querer gostar do jogo. E os Verts avançavam principalmente pelo lado direito do campo, acionando Hamouma e Aubamyang. Isso dava trabalho aos defensores do OL, principalmente Umtiti e Dabo, que contavam com o auxílio de Malbranque, que corria o campo inteiro, mesmo tendo a idade mais avançada. Entretanto, o primeiro tempo se encerrava dessa maneira. Partida bem equilibrada. Poucas chances reais para cada lado e muita rivalidade em disputa.


No segundo tempo, a partida voltava no mesmo ritmo do segundo tempo. Muito intensa. Rivalidade a flor da pele e muito mais raça do que futebol apresentado. O Saint-Étienne jogando de igual para igual contra o OL e com quase nenhuma oportunidade de gol para cada lado.

A situação pro Lyon piorou quando Mouhamadou Dabo sofreu falta de Max Gradel, o árbitro Tony Chapron marcou, mas não contava com o inesperado. Dabo reagiu mal e deu um leve encostão no adversário, que valorizou muito a situação, caiu no chão como se estivesse sido agredido. O juiz apartou a discussão e expulsou o jogador do Lyon de forma injusta. O OL tinha 35’ para aguentar o jogo com um a menos. Após a expulsão, Rémi Garde tirou Gourcuff e colocou Michel Bastos. Até mesmo para dar mais movimentação na marcação do seu time.


A troca surtiu efeito instantâneo. Em jogada individual pela direita, Alexandre Lacazette driblou dois e quando iria passar pelo terceiro sofreu falta na intermediária. Para a bola, ele, Michel Bastos foi pra cobrança. Chutou forte e reto, a bola passou dentro da barreira e ofuscou a visão de Ruffier, que caiu para buscar a bola, mas não conseguiu. Analisando friamente, foi falha do goleirão. O OL abria o placar aos 20’ da etapa final, com um a menos. Brilhou a estrela do brasileiro. Lyon 1 a 0.

Depois de sofrer o gol, o Saint-Étienne foi com tudo para buscar o gol de empate. Não só pela desvantagem no placar, mas também pela desvantagem numérica. E tome pressão! O ASSE apertava a defesa do Lyon que, muito bem postada, deixava poucos espaços para os donos da casa tentarem atacar com perigo. Bisevac e Umtiti faziam uma impecável partida.


Faltando pouco mais de dez minutos para o término da partida, Galtier fez suas três alterações: colocou Alonso, Guilavogui e Aleksic em campo e tirou Lemoine, Cohade e Max Gradel. Substituições pouco técnicas e mais devido ao cansaço dos jogadores. ASSE queria vencer o OL no fôlego.

Faltando cinco minutos para o término da partida, Alejandro Alonso, que havia acabado de entrar, recebeu um cartão amarelo em discussão com o zagueiro Umtiti. No minuto seguinte, em disputa de bola, o mesmo Alonso entrou muito forte no defensor do OL e viu o vermelho. Não ficou nem cinco minutos em campo e foi pro chuveiro mais cedo. Esse merece uma suspensão gigantesca pela direção do ASSE.


Mesmo igualado no número de jogadores em campo, o Saint-Étienne pressionou o OL até o final da partida. Na base do abafa mesmo. Alçando bolas na área na expectativa de aparecer alguém para completar. Na primeira tentativa, Perrin mandou por cima do gol. Na segunda, foi a vez de Hamouma forçar uma excepcional defesa de Rémy Vercoutre. E mesmo o juiz dando quatro minutos de acréscimos, o ASSE não conseguiu igualar o marcador.

Final de jogo: Lyon vence a partida por 1 a 0, com um gol de Michel Bastos de falta e se mantém isolado na liderança do Campeonato Francês com 34 pontos, cinco a mais do que o vice-líder PSG.




Próximo adversário: em casa, o Lyon recebe o lanterna Nancy, pela 17ª rodada do Campeonato Francês. A partida será na quarta-feira, dia 12, às 16h de Brasília. Até lá.

FOTOS: L'Equipe / olweb.fr


GOL DA PARTIDA:



Quer notícias diárias sobre o Lyon? Clique no banner abaixo e siga-nos no Twitter

Nenhum comentário:

Postar um comentário