sábado, 23 de novembro de 2013

Mesmo sendo bem superior na partida, Lyon fica no empate contra Valenciennes

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Com domínio total no primeiro tempo, OL não soube aproveitar as chances. No segundo, sofreu um gol e foi pro abafa. Em vão.




Após uma semana sem rodada na Ligue1, o Lyon tinha o objetivo de entrar no embalo e, depois de vencer o derby contra o Saint-Étienne, fora de casa, tinha de tudo para começar a vencer de vez na competição. O adversário era o modesto time do Valenciennes, dentro do Gerland. Teoricamente, era este o momento que os torcedores tanto esperavam para o seu time engrenar de vez na Ligue1.

O Lyon, apesar dos retornos de Vercoutre, Miguel Lopes e Gonalons, tinha alguns desfalques sérios. O craque do time, Clément Grenier, estava suspenso. Dessa forma, Gourcuff tinha a missão de substituir o meia e tentar reviver os tempos em que jogava no Bordeaux. Uma tarefa, digamos, impossível de acontecer. Outro que não estava disponível era o lateral Mouhamadou Dabo que, apesar de ser reserva, era a retaguarda defensiva que Rémi Garde tem no seu banco de reservas. Jogando no 4-3-1-2, o Lyon tinha uma formação interessante e quase igual aquela do jogo contra o ASSE. Confira os 11 iniciais do OL para a partida diante do VAFC:




O técnico Daniel Sanchez armou seu time no 4-2-3-1. Mas com uma postura mais defensiva do que vimos no convencional. Parecia que entraria em campo para não perder. E, para isso, tinha só no nome de Pujol como o responsável pelo setor ofensivo. O restante do meio campo era somente um suporte ofensivo. Dossevi era o nome do time que precisava chamar a responsabilidade na partida para que todo o plantel rendesse dentro de campo. A bola, em todas as jogadas ofensivas, passa pelo pé do meia, que nem tem tanta qualidade assim. Mas como já diria o poeta: “Em terra de cego, quem tem olho é rei”. Abaixo, a formação inicial do Valenciennes para visitar o OL:




No início, a partida mostrava-se bem equilibrada. O Valenciennes não se mostrava frágil e, em certos momentos, até conseguiu alcançar a meta de Vercoutre. Claro, em nenhuma delas, chegou de maneira qualitativa, tocando a bola, ou com alguma estratégia bem feita. Era sempre através de alguma jogada individual ou chutões do meio da rua. Fatidicamente o VAFC era um time bastante limitado e parecia não ter forças para provar alguma coisa frente ao Lyon no Gerland.


Aos 17’, o Lyon mostrou que poderia e era, de fato, superior aos visitantes na partida. Em jogada construída pelo lado esquerdo do campo, Bedimo tabelou com Gourcuff e avançou até a linha de fundo. Por lá, visualizou Bafé Gomis no meio de quatro defensores do Valenciennes e, mesmo assim, fez o cruzamento. O centroavante do OL, bem posicionado, cabeceou tirando a bola da direção go goleiro Penneteau e abriu o placar.

Posteriormente ao gol, o Valenciennes diminuiu um pouco a pegada na partida. Assustou-se e encolheu-se. Parecia não esperar sofrer um gol tão cedo assim. O Lyon, por outro lado, quase marcou o segundo poucos minutos depois de ter feito o primeiro. Em jogada feita, individualmente, por Lacazette, o atacante do Lyon avançou pela direita e ia prosseguindo. Quase na entrada da área, foi derrubado por Nery, que acabou fazendo falta e recebendo um amarelo. No prosseguimento do lance, a falta foi mal cobrada e acabou não resultando e lance de perigo.


Sabendo da vantagem que havia construído, o Lyon fazia um jogo burocrático, porém inteligente. Não tinha um ímpeto de ataque palpado na agressividade, mas tocava a bola no campo de defesa do adversário só esperando o espaço e a oportunidade de agir. Com o placar em vantagem, o time tinha a calma e paciência necessárias para poder avançar sem qualquer afobação. Era essa a temática que o time adotava depois de colocar o 1 a 0 no marcador.

Ainda no primeiro tempo, o Valenciennes – que já estava em desvantagem – precisou queimar uma alteração que envolvia um de seus principais homens: Gregory Pujol. O centroavante do VAFC sofreu uma pancada de Bisevac (que recebeu cartão pela entrada) e não suportou as dores na região lombar. No seu lugar, Anthony Le Tallec adentrou ao gramado com a responsabilidade de ter que mudar o placar desfavorável.


Com ou sem Pujol, definitivamente, o primeiro tempo foi absolutamente tomado e domado pelo Lyon. O jogo esteve em seu controle desde o primeiro instante até o apito do intervalo. Diversas oportunidades foram criadas pelos homens de frente, mas nenhuma delas com intenso perigo – fora o gol marcado, obviamente. De toda forma, a superioridade do OL lhe dava credenciais para poder tentar por diversas formas. A apatia do VAFC também era o respaldo que o OL tinha para errar enquanto podia.

Na etapa final, o Valenciennes deixou de ser aquele time passivo. O treinador Daniel Sanchez, provavelmente, deve ter conversado muito com o elenco no intervalo, que voltou com uma postura diferente. Logo nos primeiros minutos, o time incomodou com Dossevi. Posteriormente, antes mesmo dos 10’ do segundo tempo, Vercoutre precisou fazer uma ótima defesa para evitar o empate.


A água no chope foi a lesão de Kagelmacher. Mais uma vez, os visitantes precisariam fazer uma alteração para suprir jogador machucado. O lateral precisou deixar o campo e Sanchez aproveitou a oportunidade para colocar seu time um pouco mais ofensivo. Em seu lugar, o atacante Jean-Christophe Bahebeck entrou. Pouco tempo depois, o treinador do VAFC, agora, por opção, realizou sua última troca. Colocou Maor Melikson no lugar de Mathieu Dossevi que, definitivamente, não fez um bom jogo.

Muito seguro de si, e confiando na ligeira superioridade dentro de campo, Rémi Garde fez uma alteração, digamos, esquisita. Tirou a referência do ataque, Bafétimbi Gomis, e colocou Jimmy Briand. Exatamente no momento em que o Valenciennes gostava do jogo e esboçava uma reação. Uma troca, no mínimo, ousada. Afinal de contas, Gomis era o homem responsável por empurrar a bola para o gol adversário. E Briand não tem essa característica, muito pelo contrário.


E não deu outra. Poucos segundos após o Lyon trocar seu atacante, o Valenciennes empatou o jogo com um belíssimo gol de Bahebeck. Ele aproveitou a saída errada de Malbranque e Miguel Lopes, recuperou a bola e avançou em diagonal. Antes mesmo de entrar na área, bateu com muito efeito na bola e ela entrou, no canto esquerdo de Vercoutre, fazendo uma curva pra dentro. Golaço e empate do VAFC no jogo.

Depois do gol, aí sim, Rémi Garde se moveu. Retirou Yoann Gourcuff, que não havia feito uma boa partida, e colocou o jovem Alassane Plea, jovem jogador que marcou um gol contra o Rijeka, na última partida pela Liga Europa. O Lyon, agora, não tinha um meia central – apesar de Malbranque poder fazer a função. Mas jogava no 4-3-3, com Briand, Lacazette e Plea na frente. Um empate, contra o VAFC, dentro de casa, não era uma boa opção.


Faltando pouco mais de 10’ para o fim de jogo, o Lyon fazia aquela pressão na base do abafa. Todo mundo no ataque e o tradicional bate-rebate nos momentos de tensão. Ainda havia tempo, mas faltava qualidade, principalmente nas chegadas. Fofana era o mais perigoso, quando aparecia como elemento surpresa. Primeiro, com um chute de fora da área, assustou muito o goleiro Penneteau. Posteriormente, após tabela com Plea, perdeu um gol incrível dentro da pequena área.

Enquanto o OL tentava, o VAFC conseguiu um contra-ataque puxado por Bahebeck. O atacante do Valenciennes abusou da velocidade e ainda achou Anthony Le Tallec sozinho. O jogador tinha tudo para virar o jogo, mas na hora de finalizar tremeu na frente de Vercoutre e teve sua jogada interrompida pelo goleiro do Lyon, que saiu muito bem do gol para evitar o segundo gol dos visitantes na partida.


Nos últimos minutos de partida, o OL manteve a sua intensa pressão. Mas não tinha mais tempo para tentar fazer um segundo gol. Pecou no primeiro tempo e não teve capacidade de fazer no segundo. Um empate com muito sabor de derrota, afinal de contas, foi superior ao adversário durante 95% da partida. Não tinha motivos para ter deixado escapar essa empate. Uma perca terrível de pontos que talvez possam fazer falta lá na frente, no final da competição.

Próximo adversário: Real Bétis, dia 28/11, quinta-feira. Jogo válido pela Liga Europa. A partida será no Stade de Gerland às 16h de Brasília.

FOTOS:  Canal+ / L'Equipe / football.fr / SoFoot / Yahoo.fr / sports.fr / le10sport.comlweb.fr


GOLS DA PARTIDA:


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