quarta-feira, 19 de agosto de 2020

De forma heroica, Lyon perde pro Bayern e despede da Champions com linda campanha

Filipe Frossard Papini
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Time não aguentou a organização e a frieza do clube alemão que venceu sem dificuldades por 3 a 0, garantindo vaga na decisão diante do PSG




O tão esperado dia chegou. Depois de dez anos, o Lyon estava novamente em campo por uma partida oficial da UEFA Champions League em fase de semifinal. A adversário? O mesmo da ocasião anterior: o Bayern de Munique. Naquela ocasião, o Lyon não se deu bem e acabou sendo eliminado com certa facilidade. O favoritismo, no momento atual, só aumentou em relação aos alemães. Depois de despachar o Barcelona de Messi com um sonoro 8 a 2 e chocar todo o planeta do futebol, a missão dos Bávaros parecia ser mais fácil nessa próxima fase. Mas será que o Lyon ia deixar o jogo tão fácil como os Blaugranas?

Na formação tática, nenhuma surpresa em relação aos dois últimos jogos que o OL fez na Liga dos Campeões. Eliminou a Juventus e, posteriormente, venceu o Manchester City jogando da mesmíssima forma: um 3-5-2 que variava para o 5-3-2 quando o time estava sem a bola. No começo, Caqueret era dúvida em relação a começar jogando. A dor de cabeça envolvia ele ou Thiago Mendes, mas o jovem francês, com atuações brilhantes, pegou a vaga com autoridade. Depois, Toko Ekambi assumiu o ataque no lugar de Dembélé pelo simples fato de ter mais mobilidade, mas Moussa fez dois gols no último jogo. Será que jogaria hoje como titular? Nada feito. Seguiu no banco. Veja como ficou:




Se o Lyon tinha certeza da sua formação tática, o Bayern então entrava em campo pisando nas nuvens. Ter espancado o Barcelona só deu mais confiança e uma certeza pro técnico Hansi Flick: o time está voando. A forma coletiva acima da média que a equipe alemã vem se apresentando, de fato, não sugere qualquer mexida do treinador. Nem mesmo com a volta do lateral Pavard, que conseguiu se recuperar a tempo e começava o confronto no banco de reservas. A lógica máxima do “time que se ganha não se mexe” foi aplicada com louvor e, obviamente, os jogadores que atuaram naquele confronto certamente mereciam começar em campo novamente. Assim foi escalado:




O que se esperava do Bayern no começo do jogo? Intensidade. Mas não foi bem assim que aconteceu. O Lyon, de novo, bem como Juve e City, jogava de igual pra igual. E quase abriu o placar muito no comecinho da partida, ainda aos quatro minutos. Caqueret descolou um passe mágico para Memphis Depay sair em contra-ataque. Ele passou no meio da dupla de zaga alemã e acabou conseguindo finalizar, mas na rede do lado de fora.

O Bayern só teve seu primeiro momento de perigo quando Gortezka conseguiu entrar dentro da área, mas só finalizou com um chute bem torto, que acabou dando um efeito quase bizarro na bola. Ela foi caprichosamente entrando no cantinho, quase enganando Lopes, que conseguiu buscar no cantinho. Como resposta, o OL imediatamente armou um contra-ataque que Memphis Depay quase surpreende de novo. Em um cruzamento, ficou a centímetros de achar a cabeça de Toko Ekambi.


Minutos depois, o Lyon teve sua melhor chance na partida, quando Toko Ekambi avançou com muita velocidade pela direita. Ele recebeu nas costas da zaga, mas entrou na área passando por dois marcadores como quis. Na finalização, chutou no pé da trave de Neuer. Mas o Bayern é Bayern, né? Quem não faz leva. E precisou de uma chance para Gnabry arrancar da direita, ir pro meio, passar por toda marcação e bater no ângulo quando abriu o clarão. Um golaço aos 17’ de jogo: 1 a 0!

Quando o Bayern conseguiu fazer seu primeiro gol, conseguiu trazer pra si toda a responsabilidade da partida e conseguiu colocar no bolso o jogo. Começou a, de fato, dominar os espaços no gramado. As beiradas eram grandes problemas para Lyon. Davies na esquerda fazia o que quisesse com Dubois e o mesmo acontecia do lado oposto, com Cornet no duelo com Gnabry. Inclusive, o segundo gol saiu assim, em vacilo de Cornet e esperteza de Gnabry. Ele recuperou uma bola, avançou e abriu para Perisic na esquerda que cruzou. Lopes salvou, disputou o rebote com Lewandowski e na sobra, Gnabry de novo: 2 a 0!


Se com 1 a 0 no placar já estava difícil conseguir contrabalancear o modus operandi do Bayern de Munique, o 2 a 0 chegou para sacramentar a superioridade e principalmente o modo fatal como os alemães jogam. Sofreram um pouco no começo, mas depois apareceram com um golpe fatal para depois continuar maltratando. De forma fria, o time sabe fazer o que precisa ser feito no momento certo, e o OL foi presa fácil na primeira etapa.

Algo que nenhum time tinha conseguido explorar do Lyon até agora, desde o retorno da pandemia, era a questão dos laterais – como já foi citado. É preciso pontuar que Cornet não é um lateral de origem. Ele é atacante de beirada e vem sendo experimentado, de forma positiva até aqui – pelo Rudi Garcia. Mas o Bayern foi o único time que soube entender esse ponto frágil e explorá-lo bem. Do outro lado, Dubois parecia até fora de forma com a velocidade impressionante de Davies, e era assim que o FCB melhorou muito em campo.


Para o retorno da segunda etapa, os dois treinadores mexeram logo de cara. Rudi Garcia colocou Thiago Mendes para sacar Bruno Guimarães – que não apareceu muito no primeiro tempo. Do outro lado, Hansi Flick fez uma troca que só pode ter sido fundamentada em lesão – ou mesmo para poupar seu jogador. Colocou Süle para tirar Boateng, colocando um zagueiro e tirar outro.

Aos 12’ do segundo tempo, Rudi Garcia mexeu de novo e fez uma alteração bem estranha pra quem está perdendo de 2 a 0. Ele tirou o capitão e o melhor jogador ofensivo do OL no jogo, Memphis Depay, para colocar Moussa Dembélé. Enquanto isso, Toko Ekambi recebia mais uma bola sozinho e, de novo, perdia a chance de fazer um gol nos alemães. Neuer saiu aos pés dele, que não conseguiu finalizar tirando do goleiro.


Perto dos 20’ da segunda etapa, enquanto Hansi Flick tirava Perisic para colocar Coman, Rudi Garcia preparou mais duas trocas, com Kenny Tete e Reine-Adélaïde para os lugares de Dubois e Toko Ekambi, respectivamente. Dessa vez, uma mexida acertada. Como já foi citado, não era uma noite feliz de Dubois, da mesma forma em que Toko Ekambi tinha muitas dificuldades, principalmente na questão dos contra-ataques e finalizações. Depois, foi Cherki quem entrava para saída de Marçal. Lyon ia para o tudo ou nada.

Com a cartada final de Rudi Garcia, imediatamente Flick colocou Philippe Coutinho em campo para a saída daquele que foi o dono da partida, Serge Gnabry, já provavelmente pensando no jogo de domingo. E com as alterações, claro que o Bayern começou a pressionar ainda mais, já que o OL estava com um defensor a menos em função das mexidas. Aos 34’ do segundo tempo, Coutinho, inclusive, teve um gol bem anulado.


Só que hoje não era o dia. Da mesma forma que o comecinho do jogo só deu Lyon, no restante parecia que o destino tinha traçado o caminho para o Bayern. Era o dia deles. E parece ser a Champions deles, de novo, mais uma. No finzinho, uma cobrança de falta do lado direito. Kimmich foi para cobrança e pareceu colocar com as mãos. Certinho. Na cabeça de Lewandoski que subiu muito mais alto que Marcelo e com uma facilidade monstruosa colocou mais um no placar: 3 a 0!

Já não havia mais tempo. Não tinha mais como lutar. A luta que aconteceu desde fevereiro, na vitória heroica diante da Juventus no Groupama Stadium. O retorno no embate contra um Cristiano Ronaldo inspirado, mas não o suficiente. E o calaboca dado ao planeta inteirinho que duvidava da capacidade dos Gones em bater o pomposo Man City. Aconteceu! Mas não deu para dar mais um passo e paramos por aqui. Mas o recado foi dado: somos gigantes!


O Lyon agora ganhou uma pausa de bônus e não vai atuar nessa primeira rodada da Ligue 1, que começa já na próxima sexta-feira (21). Sendo assim, o time só entrará em campo na segunda rodada, só na outra sexta, diante do Dijon, no Groupama Stadium. O jogo será às 16h de Brasília. Até lá! ALLEZ L’OL! Bravo les Gars!

FOTOS: ol.fr | UEFA.com
CAMPINHOS: UEFA.com


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