sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Lyon sofre, perde pra Juventus, mas golzinho salvador fora de casa garante a classificação

Filipe Frossard Papini
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Jogo foi marcado pela arbitragem embaraçosa e uma Juventus ainda mais confusa, guiada sob a batuta de um homem só: Cristiano Ronaldo, autor dos dois gols


Depois de uma espera de quase seis meses, finalmente aconteceu o jogo de volta entre Juventus e Lyon. Em fevereiro, na ocasião, o Lyon havia vencido a primeira partida por 1 a 0 e criou essa vantagem para esse duelo de retorno. De lá pra cá, várias coisas mudaram. A Juventus pegou uma fase ruim e deixou a desejar na reta final do italiano, apesar do título e o Lyon, bem, o Lyon não jogou. Com o encerramento do Campeonato Francês, o clube praticamente ficou de férias o tempo todo e retornou apenas para alguns jogos amistosos e a final da Copa da Liga, ao qual manteve um 0 a 0 diante do PSG e perdeu nos pênaltis.

Com o burburinho dos últimos dias, o principal ponto de dúvida na Juve era com relação a Paulo Dybala. O argentino sofreu uma lesão na coxa e não se sabia se seria relacionado, se ia ficar de fora ou até mesmo se teria condições de ser titular. No final das contas, ele apareceu, mas no banco de reservas. Sendo assim, as únicas baixas mesmo do clube italiano ficaram por conta de Sami Khedira e o brasileiro Douglas Costa. Armado no 4-3-3 e com uma postura mega-ofensiva em busca do resultado, assim ficou a Juventus:


Já o Lyon não teve nenhuma novidade para essa partida. Rudi Garcia já indicava que mandaria uma formação com três zagueiros já desde os jogos da pré-temporada. Da mesma forma como encarou o Paris Saint-Germain há exatamente uma semana. De todo modo, uma pequena alteração nos 11 iniciais chamou atenção. O artilheiro Moussa Dembélé foi preterido e começou no banco de reservas, dando lugar a Karl Toko-Ekambi sob a justificativa de ser um atacante com mais mobilidade e que poderia ter um desempenho melhor em contra-ataques. Abaixo, a escalação inicial dos Gones:


Todo mundo esperava um ataque contra defesa, obviamente, pelo fato da Juventus precisar desesperadamente de uma vitória. Mas o que aconteceu nos primeiros minutos de bola rolando foi justamente o contrário. A primeira chance criada foi por Aouar, aos oito minutos, aproveitando bola alçada na área e um rebote. Ele pegou de primeira e forçou boa defesa de Szczesny, que tirou para escanteio.

Quando o OL chegava pela segunda vez, Bentancur acabou derrubando o mesmo Aouar dentro da área. O pênalti, contestável por alguns, foi sumariamente marcado pela arbitragem sem mesmo consultar o VAR. Para a cobrança, Memphis Depay – aquele mesmo que ficou quase seis meses machucado e já era carta fora da Champions se não houvesse COVID – marcou de cavadinha e colocou o OL na frente, num começo de jogo inesperado.


Depois do gol, o time da Juventus começou a controlar o jogo, mas era visivelmente que o time estava tenso nas suas tomadas de decisão. Em um lance com impedimento já marcado, Cristiano Ronaldo, sozinho, conseguiu bater um chute cruzado pra fora. Em condições normais, o português jamais perderia uma oportunidade dessas. De todo modo, era um combate ofensivo muito pequeno tendo em vista do que precisavam.

Se o OL já tinha uma vantagem antes da bola rolar, agora a situação parecia bem mais cômoda, afinal de contas, dentro do cenário de um 1 a 0 fora de casa para o Lyon, a Juventus teria que fazer três gols. Isso colocou os franceses em estado de calmaria. Praticamente pararam de atacar. Mas, ainda assim, conseguia avançar suas linhas e isso não permita que a Juventus forçasse uma pressão. Era uma defesa consciente.

A situação mudou um pouco de cenário quando duas faltas foram marcadas na entrada da área do Lyon. Na primeira situação, em cobrança de Cristiano Ronaldo, seu compatriota Anthony Lopes buscou e fez uma defesa de cinema. No outro lance, um minuto depois, foi Pjanic quem cobrou. A bola bateu em Memphis Depay na barreira e foi marcado pênalti. Contestável ou não, CR7 dessa vez não perdoou e igualou o placar: 1 a 1.


O gol dos italianos chegou em bom momento para eles. O time retomou a confiança após esse gol aos 43’ do primeiro tempo. A partir dali, até o apito final da primeira parte, com mais quatro minutos de acréscimos, a Juventus finalmente fez o que se esperava dela e começou a pressionar com muito mais inteligência o OL. Por outro lado, o intervalo veio como um respiro necessário para o Lyon retomar o fôlego e arrumar a casinha também.

Para a etapa final, a Juventus começou de uma forma bem diferente como havia iniciado o jogo. Agora, sim, exercia sua pressão e fazia valer não somente seu mando de campo, como também sua superioridade técnica. O problema que tinham era para enfrentar o miolo defensivo dos Gones e isso culminava numa dificuldade enorme de achar espaços para finalização na conclusão final.

E como resolver o jogo quando não se consegue penetrar na área adversária? No talento individual. E quem em campo tem mais talento? Ele, Cristiano Ronaldo. E, obviamente, a estrela brilhou. Do nada, ele arranjou um espaço na entrada da área e mandou um canhão do meio da rua no ângulo de Lopes. Dessa vez, o goleiro do Lyon não conseguiu segurar. 15’ do segundo tempo: 2 a 1!


Após o gol, duas mudanças no jogo. Primeiro, os italianos trocaram o seu “regista”. Pjanic deixava o campo para a entrada de Ramsey. Enquanto isso, Rudi Garcia mexia na zaga, tirando Denayer – aparentemente cansado – e deu lugar a Andersen. Poucos minutos depois, Reine-Adélaïde e Dembéle também entraram. Estes, nos lugares de Memphis Depay e Toko Ekambi, respectivamente. Sarri mexia em seguida com Danilo e Dybala para tirar Cuadrado e Bernardeschi.

A entrada de Dybala tinha tudo para ser um mérito do treinador italiano para colocar um gás final, já que o time precisava de mais um gol, mas a cartada não funcionou. Dybala acabou deixando o campo de maneira precoce e deu lugar a Oliveiri. Enquanto isso, a Juventus continuava sua pressão e, com o OL sem Denayer em campo, começaram a abusar das bolas aéreas, sempre procurando Cristiano Ronaldo. Parecia ser a única resolução.

Já perto do fim, até De Ligt virou atacante. Já não existia mais formação tática. Todo mundo defendia, todo mundo atacava. E na iminência de tomar algum vermelho e, claro, também para gastar tempo, Rudi Garcia aproveitou o finalzinho e suas duas últimas mexidas para trocar, tirando Dubois e Aouar para as entradas de Tete e Thiago Mendes, que praticamente nem encostaram na bola.


Por fim, e da maneira mais apertada possível, o Lyon conseguiu se classificar, mesmo perdendo por 2 a 1. O gol fora de casa salvador foi crucial para fazer valer a vantagem e carimbar o passaporte dos Gones para Portugal, onde será realizado todo o restante da Liga dos Campeões, agora, em tiro curto. Não tem mais jogo fora e nem jogo em casa. Campo neutro e tudo resolvido num embate só.

E já anote na sua agenda. O próximo confronto é sábado que vem, dia 15 de agosto. O adversário? O Manchester City, aquele mesmo que o OL bateu há dois anos pela mesma Liga dos Campeões. Guardiola saiu daquele encontro elogiando meio time do Lyon e agora terá a chance de vê-los novamente. O duelo será no Estádio José Alvalade, sem público, às 16h do horário de Brasília. Até lá!

FOTOS: ol.fr | UEFA.com
CAMPINHOS: UEFA.com


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