sábado, 28 de abril de 2012

Acabou o jejum! O Lyon é campeão novamente!

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Zebra Quevilly não deu trabalho e OL conquista a Copa da França 2011/2012 no Stade de France lotado!



Final da Copa da França. O Lyon entra praticamente com a obrigação para levar o título. Deixou escapar a Copa da Liga Francesa para o Marseille e foi eliminado pelo APOEL na Liga dos Campeões. A pressão era grande. O Quevilly, por sua vez, chegava ao jogo como franco atirador. Não tinha pudor em avançar. Estar ali, na final, já era uma vitória para o modesto time da 3ª divisão francesa. E não pense que o Quevilly joga a sua primeira decisão na história. Não mesmo. Em 1927 o time perdeu para o Marseille na decisão do mesmo campeonato.

Rémi Garde escalou um time diferente do que vinha utilizando recentemente. Além de estrear a camisa 3D,  o time voltou a usar o 4-2-3-1. E Gourcuff conquistou a vaga entre os titulares. Na frente, Lisandro caindo pela esquerda e Lacazette pela direita, seria a válvula de escape rápida do OL. Na frente, Gomis era o homem de área. Réveillère e Cris, já 100% recuperados de lesões, também voltam ao time titular. Confira o time:


Pelo time do Quevilly, o técnico Régis Brouard foi até o Stade de France com força máxima. Colocou todas as suas armas em campo e sem desfalque algum, ao contrário do Lyon, que não contava com Mensah, Ederson e Michel Bastos. O Quevilly também vinha armado num 4-2-3-1 e com a referência do time sendo o centroavante de porte, o camisa 29, Joris Colinet, atacante de área do azarão da Copa da França. Abaixo, a escalação do Quevilly.


No começo da partida, o Lyon se mostrou superior e queria ir pra cima a todo custo, diferentemente do que aconteceu na Copa da Liga Francesa, onde Lyon e Marseille não agiam como finalistas e deixavam o jogo seguir um ritmo totalmente morno.  Logo no começo, Lisandro teve três ótimas oportunidades para marcar. Uma delas, inclusive, foi um chute na trave em um belo domínio de bola que desarmou toda a defesa adversária. O primeiro chute de perigo do Quevilly foi aos 13’, quando Jouan arriscou do meio da rua e quase surpreendeu Lloris, que estava um pouco adiantado.

A primeira baixa do Lyon aconteceu aos 17’. Dejan Lovren disputou bola no alto e saiu na pior. O zagueiro croata não agüentou a pancada e precisou ser substituído, dando lugar a Bakary Koné. Rémi Garde perdia uma alteração ainda no primeiro tempo.

Mas a força do Lyon ainda permanecia. O time heptacampeão francês seguia melhor na partida e criando chances de gol. Aos 23’, Lacazette arrancou pela direita, passou do marcador, adentrou a área do Quevilly, se livrou do goleiro e na hora de finalizar, a defesa adversária cortou em cima da linha. Dando sequência ao lance, foi a vez de Gomis desperdiçar de cabeça, quase sem goleiro novamente.

O Lyon parece que tinha o mapa da mina. Pelos lados, ora com Lisandro na esquerda, ora com Lacazette na direita, o jogo fluía com certa naturalidade. O Quevilly dava campo e espaço para os Gones jogar. E foi com esse espaço que o primeiro gol da partida saiu. Goucuff tabelou com Gomis na intermediária do campo. O centroavante viu Lacazette entrando na área e passou. O camisa 17 do OL driblou o goleiro e, sem ângulo, tocou pra trás. Lisandro, esperto e bem posicionado mandou pro fundo das redes. Lyon 1 a 0 aos 26’ de jogo.

Após sair na frente, o Lyon perdeu um pouco o ímpeto de atacar a todo custo. Deu uma recuada natural, e começava a dar espaços pro Quevilly tentar esboçar uma reação. Mas o time de Régis Brouard não tinha qualidades para penetrar na defesa dos Gones. Sendo assim, quando perdiam a bola lá na frente, o OL tentava esboçar contra-ataques explorando justamente aquela área mais frágil do Quevilly: os lados do campo. E  foi assim que quase saiu o segundo gol. Mais uma vez Lisandro fez boa jogada pela esquerda, e achou Gourcuff entrando sozinho na área. O meia chutou mascado e perdeu o lance, a zaga rebateu e o rebote sobrou pra Gomis, que driblou o primeiro marcador, mas mandou pra fora.


No segundo tempo, quando parecia que o Quevilly iria pra cima, para tentar empatar a qualquer custo, foi o Lyon quem assustou primeiro. Aos 5’ da segunda etapa, Lacazette carregou a bola e chutou, quase na entrada da área. Na trajetória, a bola desviou no zagueiro e enganou o goleiro El-Kharroubi. Mas por sorte do Quevilly, a bola bateu no travessão e sobrou nos pés de Källström, que errou na continuidade do lance.

A primeira alteração no Quevilly acotenceu aos 12’ do segundo tempo. Régis Brouard colocou Hérouat em campo e tirou o meia Valéro. A esperança era de dar fôlego novo ao seu time, que não esboçava nenhuma reação por estar perdendo e muito menos jogava um futebol de finalista da Copa da França. Até então, o jogo era inteiramente do Lyon.

Com o domínio do jogo, o Lyon se acomodou dentro de campo. Começou a ser displicente nos passes e errava lances teoricamente fáceis. Não tinha mais o ímpeto de ataque que demonstrava no primeiro tempo. Dessa forma, o Quevilly, enfim, mostrou o que poderia fazer. Laup arrancou em extrema velocidade pela esquerda, deixando Réveillère comendo fumaça. Ao entrar na área, mandou uma bomba em direção ao gol. Lloris se esticou todo e encostou na bola antes dela explodir no travessão. Foi a primeira grande chance do Quevilly na partida inteira.

Vendo que o time estava começando a dar sinais de comodismo dentro de campo. Rémi Garde não demorou em mexer. Colocou Clément Grenier no gramado e retirou Yoann Gourcuff, que poderia ter se consagrado ainda no primeiro tempo, quando errou um gol inacreditável, de frente para a meta.

O Quevilly começava a gostar do jogo e o Lyon sofria um apagão. Aos 28’ do segundo tempo, Lloris tentou sair tocando e passou mal para Källström. O sueco, ao ver que perderia na corrida por Laup, desceu o sarrafo no velocista adversário. Hérve Piccirillo, árbitro do jogo, só marcou falta e deu um cartão amarelo. Era pra ser expulso. O juizão teve compaixão. Após o lance, aos 31, foi a vez de Régis Brouard fazer a sua segunda troca. Colocou Ouahbi em campo e retirou Diarra.

Aos 37’ da etapa final, os dois times queimaram as últimas alterações. Pelo Quevilly, entrou Ayina no lugar de Anthony Laup, que era o melhor do time até então, mas se machucou no lance da dividida de bola com Källström. Pelo Lyon, saiu Gomis, apagado em campo, e entrou Jimmy Briand.

O jogo se encaminhava lentamente para o término. O Lyon já não atacava mais e se segurava no meio-campo para não permitir uma surpresa do Quevilly, que por sua vez tentava timidamente arrumar alguma coisa no ataque, mas com pouca eficácia.

Faltando cinco minutos para o término de jogo, Briand arranjou um contra-ataque, ganhou do defensor, mas ao sair de frente para o goleiro, não teve a astúcia de finalizar bem e perdeu aquele que seria o gol que garantiria a classificação. Em seguida foi a vez de Gonalons desperdiçar um contra-ataque.  Não conseguiu finalizar, quando entrou na área, perdeu na velocidade para os defensores do Quevilly.

Hervé Piccirillo havia indicado 3’ de acréscimo. Desespero na torcida do Lyon. Todos queriam que o jogo acabasse de uma vez. O grito de “é campeão” estava engasgado. O banco de reservas do Lyon já estava na beira do gramado só esperando o apito final. O Lyon, desde 2008 não comemorava um título. E o momento estava chegando...


... Quando o juiz apitou! Euforia no gramado do Stade de France! O LYON É CAMPEÃO DA COPA DA FRANÇA 2011/2012! O jejum estava quebrado. Finalmente o caneco poderá ser levantado. Em uma temporada que, teoricamente, era pra ser uma das piores dos últimos tempos, um título apareceu para colocar panos quentes na situação.

No momento de levantar o caneco, o capitão Cris, em um gesto humilde, convidou o capitão do Quevilly, Beaugrard, para subir no palanque junto com ele. O trofeu foi entregue em mãos pelo até então presidente Nicolás Sarkozy.

Comemorações a parte, a Ligue1 continua. Agora o Lyon enfrenta o Valenciennes, pela 35ª rodada do Campeonato Francês, no dia 02 de maio, quarta-feira, às 14h.

FOTOS: letelegramme.com / olweb.fr / L'Equipe / Le Parisien


GOL DO TÍTULO:



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