quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bale “joga sozinho”, faz dois e garante vitória do Tottenham

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Time inglês imprimiu pressão no começo do jogo, não conseguiu mantê-la na segunda etapa, mas com gol no apagar das luzes, os Spurs levam a vantagem do empate para a França




Depois de fazer uma campanha praticamente irretocável na Fase de Grupos da Liga Europa, agora o Lyon entrava em campo pela segunda fase da competição. É chegado o momento das eliminatórias. O adversário era o Tottenham, atual quarto colocado na Premier League. Além de colocar frente a frente dois times que estão com certo destaque em suas ligas nacionais, o confronto também marcava o reencontro de Hugo Lloris, agora goleiro dos Spurs, diante do seu ex-time.

E esse momento de rever os antigos colegas de clube ficou somente no pré-jogo mesmo. André Villas-Boas, treinador do time inglês, optou por deixar o goleiro francês no banco de reservas e colocou o experiente norte-americano Brad Friedel entre os titulares. Sem poder contar com Younes Kabou, Jermaine Defoe, e o volante brasileiro Sandro, o técnico português escalou o Tottenham no 4-2-3-1. Jogando em casa, a ideia dos Spurs era partir pra cima do Lyon para fazer o resultado tranquilo na Inglaterra para depois não se complicar na França. Confira abaixo como ficou a escalação:




Vindo de duas derrotas no Campeonato Francês, o Lyon também entrou em campo no 4-2-3-1. Dessa vez, contando com o retorno de Dejan Lovren – que estava suspenso contra o Lille – agora volta ao miolo de zaga. Umtiti fazia a lateral esquerda. No meio, Fofana conquistou a chance de começar entre os 11, deixando Grenier no banco. Malbranque, para esta partida, jogava mais adiantado, centralizado nos três homens de frente. De centroavante, Gomis voltava a posição. Dessa forma, Lisandro Lopéz voltava a ser o “ponta” esquerdo. Abaixo, a formação inicial do OL:




Nos primeiros dez minutos de jogo, o Tottenham quis imprimir um estilo de jogo que demonstrasse perigo ao OL. Chegava bem, principalmente, pelos lados do campo. A ideia era não tomar conta da grandeza do Lyon e partir pra cima, pressionando o time francês no seu campo de defesa. A estratégia era boa, principalmente acionando o lateral Assou-Ekotto, que vencia no vigor físico Réveillère e sempre ficava mano a mano com a sua sobra, Milan Bisevac.


Se nos jogos do Campeonato Francês a dificuldade do Lyon é encontrar espaços para finalizar de frente para o gol, nessa partida, especificamente, o problema ainda era maior. O time não conseguia realizar uma simples troca de passes no campo de ataque. A marcação inglesa era firme e intensa e prejudicava o OL que é acostumado com a paciência do estilo de jogo praticado na Ligue1.

Depois da pressão inicial exercida pelo Tottenham, o Lyon começou a entender o ritmo de jogo e evitava trocar muitos passes. Fazia um estilo mais direto, tentando acionar jogadores deslocados ou quem tinha mais velocidade. Dessa forma o OL chegou com perigo por três vezes em pouco tempo. Primeiro, Fofana driblou dois na intermediária e bateu com perigo, por cima. Depois foi a vez de Gomis ficar sozinho na marcação com Vergtonghen, ultrapassou o zagueiro e caiu. O árbitro nada marcou. Na terceira vez foi um cruzamento de escanteio e Lovren subiu mais alto que toda a defesa inglesa, mas a bola parou nas mãos de Friedel.


Percebendo que o OL começava a gostar do jogo, o Tottenham mudou sua estratégia de ataque: antes, quando usava Ekotto pela esquerda, era mais perigoso. Depois que mudou para o lado direito, não era muito eficaz. Umtiti é melhor defensivamente do que Réveillère, e fazia bem o seu papel. Fofana encostando com Gonalons também não permitiam muitas jogadas de perigo por ali.

Faltando pouco mais de cinco minutos para o término do primeiro tempo, o Tottenham teve a melhor chance da partida. Jogada pela direita do campo inglês, cruzamento pra área e Gareth Bale, sozinho, sem goleiro na sua frente, desperdiçou uma chance absolutamente inacreditável. Lance digno de reprises em vários programas esportivos durante a semana. Na sequência do lance Adebayor, também em boas condições, não conseguiu aproveitar a chance construída.


Mas a decepção de Bale não durou por muito tempo. Já nos acréscimos do primeiro tempo, o galês teve a oportunidade de ter uma cobrança de falta de frente ao gol do Lyon. Apesar da distância – de certa forma considerável – o meia do Tottenham bateu com muito efeito, na direção de Vercoutre, que não conseguiu chegar a tempo no lance. Placar aberto no White Hart Lane. 1 a 0.

Na volta do intervalo, o Tottenham continuava pressionando. Inclusive, no primeiro lance da etapa final, Gareth Bale quase surpreendeu e, com poucos segundos, já estava finalizando ao gol de Vercoutre. No entanto, o lance já havia sido paralisado pela arbitragem. Mas o lance serviu para exemplificar que somente o 1 a 0 não interessava muito ao time inglês.


Mas futebol é dois times em campo. Quem disse que o OL estava satisfeito com o placar? Primeiramente, Gomis tentou, em jogada individual penetrar na defesa inglesa. Por motivos óbvios, não conseguiu. No lance posterior, o Lyon subiu ao ataque e conseguiu emplacar o empate. O lance do gol, nessa situação, pouco importa. A bola veio da direita e Samuel Umtiti emendou uma beleza de chute. Mágico. Magistral. De primeira acertou uma pancada cruzada no ângulo esquerdo de Friedel. Lindo lance! 1 a 1 para espanto dos torcedores dos Spurs no White Hart Lane.

E o Lyon queria mais. Pouco tempo depois, foi a vez de Alexandre Lacazette querer fazer o seu gol de placa. E por pouco não aconteceu. O jovem atacante pegou a bola pelo lado direito, cortou três defensores que passaram pelo seu caminho, entrou na área, mas finalizou mal. Ainda assim, Brad Friedel precisou se esticar para realizar uma grande defesa, evitando assim a virada dos franceses.


Depois de sofrer o gol, o Tottenham ficou inseguro na partida. Não atacava com tanta propriedade igual fazia no primeiro tempo. Com a pressão de precisar fazer um gol, tinha dificuldades em ter a paciência necessária para fazer o certo. Errava muitos passes fáceis e era frágil na marcação do meio campo. André Villas-Boas mexeu, colocando Holtby e Sigurdsson nos lugares de Dempsey e Lennon. Melhorou um pouco o sistema de jogo dos donos da casa, mas nada de forma substancial a ponto de regular a forma de jogo do time inglês.

Posteriormente, já faltando menos de dez minutos para o término de jogo, Rémi Garde fez a sua primeira troca no jogo. Colocou Clément Grenier e tirou Steed Malbranque. Substituição puramente em prol de retardar o jogo, além de descansar o exausto Malbranque, que correu muito na partida de hoje. Depois, no finalzinho, Lisandro deu lugar ao jovem Ghezzal.


Nos minutos finais, o Lyon se segurou na defensiva, com uma pressão enorme do Tottenham, mas não deu conta do recado. Tudo bem que não permitiu os avanços mais perigosos dos Spurs. Mas derrubou Gareth Bale na entrada da área, de novo, igual ao primeiro tempo. E o galês não perdoou novamente. Quase um replay do primeiro gol. Bola com muita curva e sabotando Vercoutre, que ficou zonzo no lance. Final de jogo: 2 a 1. Agora o Tottenham viaja até a França podendo empatar para se classificar. O Lyon pode ganhar por 1 a 0 que garante a vaga.

Próximo adversário: Bordeaux, no Chaban-Delmas. Jogo válido pela 25ª rodada da Ligue1. A partida será no dia 17/02, domingo próximo, às 10h da manhã. O confronto de volta entre Lyon e Tottenham será no dia 21, na outra quinta, às 15h.

FOTOS: uefa.com / L'Equipe / olweb.fr


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Um comentário:

  1. resultado ficou de bom tamanho na frança o lyon reverter esse resultado e se classificam pode ter certeza

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