@BrasiLyonnais / @FilipeDidi
Pelo placar mínimo, OL bate o OM, quebra a série de vitórias do líder da Ligue1, alcança a terceira colocação e atinge sete jogos de invencibilidade
Dia de decisão eleitoral no Brasil e confronto importante na França. Enquanto aqui escolhíamos entre Dilma e Aécio, lá, o choque era entre os Olympiques! Marseille, líder isolado do Campeonato Francês visitava o Lyon, que vinha de duas goleadas sobre dois recém campeões da Ligue1: Lille e Montpellier. A vitória daria o OL a ascensão de uma posição na tabela: passaria a ser o 3º colocado, ultrapassando o rival Saint-Étienne e fazendo sombra ao poderoso PSG. O OM, por sua vez, tinha a oportunidade de aumentar a sua vantagem para os parisienses em sete pontos. O clássico, definitivamente, colocaria de frente duas equipes que buscariam a vitória a todo custo e a promessa era um jogo de muitos gols.
Hubert Fournier, treinador do Lyon, tinha em mãos uma das grandes armas que todos os técnicos adoram: repetir a mesma formação anterior que deu certo. O time que venceu o MHSC por 5 a 1 era o mesmo que entrava em campo hoje. Gourcuff, que teve uma atuação brilhante naquele jogo, novamente ganhava um espaço no meio de campo e Fekir jogava um pouco mais avançado. No banco, N’Jie continuava sendo a arma para o segundo tempo com sua velocidade desproporcional. Dentre os desfalques, o OL lamentava as ausências de Grenier, Dabo, Fofana e Benzia. Abaixo, você pode conferir a formação dos 11 iniciais do Lyon para enfrentar o Marseille:
Marcelo Bielsa também tinha algo em mãos que todo treinador gosta muito: departamento médico vazio. O Marseille tinha todos os seus jogadores disponíveis para o confronto e poderia abrir uma zona de conforto bastante sugestiva em relação ao PSG. El Loco armou o time numa espécie de 5-4-1 quando o time não tinha a bola e 3-5-2 quando está com a bola. Thauvin e Ayew eram as grandes armas do treinador argentino para tentar surpreender a defesa do Lyon, os dois jogadores, que atuam abertos, eram espécies de coringas e suas destrezas e velocidades poderiam limpar o jogo e servir Gignac da maneira como ele mais gosta: pronto para fazer o gol! Na imagem abaixo, veja a formação do Marseille, que tinha o brasileiro Dória no banco de reservas:
Nos primeiros 10’ de bola rolando, o Lyon se comportava de maneira melhor. A torcida, como sempre, se comportava de maneira exemplar e empurrava o time em busca do resultado esperado. Durante este período, o OL chegaria com perigo em três oportunidades. As duas primeiras, com duas bolas paradas de Gourcuff levantadas pra área e a terceira com uma disputa de bola, no alto, entre Lacazette e N’Koulou. Quando o atacante do Lyon chegaria para concluir, Mendy mandou pra escanteio.
O OL tinha uma arma interessante para quebrar o sistema defensivo de três homens montado por Bielsa. Lacazette, Fekir, Ferri e Tolisso tinham muita velocidade e apareciam com certa frequência. Apoiado pelos laterais, o poderio de fogo aumentava ainda mais. O OM não tinha outra alternativa, a não ser parar com falta. Na primeira metade do tempo regulamentar, O OL teve ótimas oportunidades em bola parada e não teve a capacidade de colocar muito perigo ao gol de Mandanda. Mas, por ali, havia um caminho que poderia ser explorado.
Pelo OM, a dificuldade de chegar ao ataque era ainda maior. As poucas oportunidades que apareciam eram em contra-ataques, quando a defesa do OL estava ligeiramente desarrumada. A primeira oportunidade de gol do time visitante só apareceu aos 26’, quando Payet inverteu o jogo e achou Ayew sem marcação do outro lado. O filho de Abedi Pelé cortou o marcador e bateu firme, Lopes se esticou e mandou pra escanteio, arrancando suspiros dos torcedores no Stade Gerland.
Aos 34’, o Marseille se viu obrigado a fazer sua primeira troca. Em disputa de bola entre Coco Tolisso e Brice Dja Djédjé, o lateral do OM sofreu uma pancada na cabeça e precisou deixar o gramado. Saiu de maca, imobilizado, porém consciente. Para o seu lugar, Bielsa colocou Mario Lemina, volante, que jogaria improvisado. Ele poderia colocar o brasileiro Dória e jogar o Romao para a direita. Também tinha a opção de usar Rod Fanni, que é lateral de origem e estava no banco. Mas El Louco não tem lá ideias muito bem definidas e sabe-se lá o que ele estava pensando do seu time.
No segundo tempo, o panorama do jogo se alterou um pouco. O Marseille parece ter voltado querendo mais jogo. Em duas oportunidades, antes mesmo dos 15’ da etapa final, o OM poderia ter marcado dois gols. A primeira chance foi depois de uma saída errada do OL. Thauvin recuperou e achou Gignac na área. Lopes fez uma defesa brilhante... mas o centroavante do OM já estava sendo pego em posição irregular. Posteriormente, foi a vez de Payet descolar um passe para Mendy que, da meia lua da entrada da área, bateu firme e a bola acertou o pé da trave esquerda do goleiro do Lyon.
Percebendo a desenvoltura superior do rival na partida, Fournier mexeu pela primeira vez. Colocou Clinton N’Jie no lugar de Nabil Fekir. Mas quem agia era mesmo o Olympique de Marseille. Dessa vez, quem apareceria com destaque era Anthony Lopes novamente. O ganês recebeu uma assistência brilhante dentro da pequena área e finalizou bem, de primeira. O goleiro do Lyon, com puro reflexo, fez uma enorme defesa com os pés. Arrancando aplausos dos torcedores.
Mas no melhor momento do Marseille na partida, foi o Lyon quem apareceu com mais eficácia. Em contra-ataque, Lacazette foi acionado pelo lado esquerdo do campo. Ele viu Gourcuff se deslocando dentro da área e fez o passe. Em ótimas condições de marcar, o meia do OL deu uma refugada, cortou pro meio e levou toda a zaga. Com o espaço mais livre, ele ainda teve a técnica de bater firme e com força no ângulo de Mandada: 1 a 0!
O OM tentou responder logo em seguida. Através de um escanteio muito bem cobrado por Dimitri Payet, André Ayew conseguiu subir mais alto que todo mundo e cabeceou firme em direção ao chão. A bola quicou na frente de Lopes e acabou encobrindo o gol. O goleiro já estava batido e a bola saiu caprichosamente pra fora. Após o lance, Bielsa mexeu e abdicou de seus cinco defensores. Saiu Jérémy Morel e entrou Romain Alessandrini. Posteriormente, El Loco colocou Barrada e tirou Payet. O OL também mexeu, colocando Mvuemba no lugar de Ferri.
Nos últimos dez minutos para o término do jogo, o Marseille tentava de maneira desesperada amassar o OL em seu campo de defesa. Mas as linhas defensivas do Lyon estavam muito bem compactas e quase sem buracos. A aflição deixava o time de Bielsa nervoso dentro de campo e forçava passes desnecessários até perder a posse de bola e gerar contra-ataque para Lacazette e N’Jie ativar suas respectivas velocidades... que quase sempre não tinha os seus companheiros para tabelar. Dessa forma, eles seguravam o jogo o quanto dava no campo de ataque.
Aos 40’ da segunda etapa, Fournier fez sua última alteração. Gourcuff - autor do único tento da partida – dava lugar a Steed Malbranque. Uma troca que, além de ganhar tempo, dava ao Lyon um oxigênio novo no meio de campo. Alguém que tinha qualidade pra sair jogando, mas que também poderia auxiliar seus colegas no meio de campo na parte de marcação, que era essencial para parar a intensa pressão marselhesa.
No finalzinho do jogo, o OM parecia ter perdido o fôlego e até mesmo a vontade de continuar atacando. A defesa do OL se comportava de maneira ímpar e os espaços não eram dados. Sem nervosismo, o Lyon voltava a dominar a partida e se tivesse o seu ataque mais povoado nos momentos de contragolpes, poderia até mesmo ter ampliado o placar. Contudo, taticamente, o time preferiu não se arriscar lá na frente com a vantagem no placar. A ordem parecia ser administrar a vantagem e o placar favorável.
Por fim, Fournier venceu Bielsa. O treinador do Lyon conseguiu ser cirúrgico. Correu poucos riscos na partida e soube aproveitar a oportunidade que teve. Com a vantagem de gols a seu favor, não sentiu medo e muito menos tensão, mesmo com o plantel de pouca idade. O Marseille pode até ter sido ligeiramente melhor no jogo, mas não soube jogar o xadrez do futebol. Méritos do OL, que agora está na cola do PSG agora e visa o topo.
Depois de jogar o mês inteiro de outubro dentro de casa, agora o OL saia de seus domínios. Vai encontrar o Nice, que acabara de golear o Guingamp por incríveis 7 a 2, e poderá assumir a segunda colocação. O jogo será no dia 01/11, próximo sábado, às 16h. Partida válida pela 12ª rodada da Ligue1.
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