@BrasiLyonnais / @FilipeDidi
Gol de N’Jie foi um lapso de profissionalismo em uma partida de compadres
Última partida do Lyon na temporada 2014/2015. O objetivo já não existia mais. Nem para o OL e nem para o Rennes, adversário do dia. A 38ª rodada como um todo, só iria decidir um time classificado para a fase de playoff da Liga dos Campeões e quem iria se classificar para a Liga Europa. As demais equipes, incluindo o já campeão PSG e os rebaixados Lens, Metz e Evian, faziam figuração de uma competição já com seus contornos pré-definidos. Em campo, o protagonista do campeonato, Alexandre Lacazette, era desfalque. Suspenso, o atacante fez sua última partida na semana passada. Por outro lado, Paul-Georges N’Tep, atacante do Rennes, fazia sua primeira partida como um legítimo jogador da Seleção Francesa. O atleta de 22 anos foi convocado por Deschamps para o jogo contra a Albania, assim como Fekir e Gonalons, que também estavam presentes no jogo de hoje.
Além do craque do time presente entre os titulares, o técnico Philippe Montanier tinha um ótimo elenco em mãos para fazer um jogo bastante franco contra o Lyon, principalmente do meio pra frente. Recém chegado do Ajaccio, o meia Benjamin Andre destaca-se por sua técnica. Além dele e N’Tep, o Rennes tem um trio formado por um norueguês, um polonês e um sueco, que dão ritmo a partir do meio de campo. O norueguês Konradsen é o suporte de Doucuré na marcação. O polonês Grosicki, apesar de ser inconstante, dita o jogo pelo lado direto e serve ao sueco Toivonen, centroavante do time com sete gols na liga. Certamente, o OL teria de ter muito cuidado com essa turma.
Hubert Fournier, como já foi dito, não podia contar com sua principal estrela. Com a ausência de Lacazette e o retorno de N’Jie, estava bem óbvio que o camaronês assumiria o posto. Mas não foi isso que aconteceu. Como o jogo já não valia muita coisa, Yattara ganhou chance entre os titulares. No meio, a lesão de Grenier deu espaço a Malbranque jogar como o legítimo camisa 10, sua função de origem. A outra mudança foi natural: na lateral direita, Jallet – apesar de também ter sido chamado por Deschamps – ainda está machucado e deu lugar a Mouhamadou Dabo (que talvez faça sua última partida com a camisa do Lyon). Na imagem abaixo, você pode ver como ficou o OL escalado para o jogo deste sábado:
No começo da partida, notava-se claramente o equilíbrio. Apesar do Lyon ditar as rédeas do jogo, o Rennes adotava uma postura segura: se defendia bem e sabia exatamente o momento certo de ligar os contra-ataques. O nome mais acionado era N’Tep, mas a marcação dobrada de Dabo e Rose não deixavam o novo jogador da Seleção Francesa se virar pelo lado esquerdo do campo.
A primeira chance de perigo apareceu com Fekir. O meia do Lyon recebeu na região intermediária, carregou e bateu firme em direção ao gol. A bola passou quicando, pelo lado direito de Costil, que tentou acompanhar. Antes disso, o OL já tinha criado uma outra situação de ataque com Dabo achando Yattara no centro da área. O centroavante acabaou finalizando mal de cabeça e mandou por cima, tornando o lance algo não muito perigoso.
O Rennes apareceu pela primeira vez aos 20’. Danzé carregou bola no lado direito e fez o lançamento até o centro de ataque. Com um gesto rápido, Toivonen só escorou de cabeça e achou Grosicki aparecendo pelo lado direito e subindo com muita velocidade. Umtiti não conseguiu acompanhar e o polonês entrou com velocidade na área. Na hora de finalizar, ele não soube ser competente e mandou pela linha de fundo, a direita do gol de Lopes.
Depois que o Rennes chegou pela primeira vez, parecia ter encontrando o caminho das pedras. A melhor oportunidade do jogo foi criada aos 28’, quando N’Tep recebeu ótimo passe, vindo de trás do meio de campo, e saiu em excelentes condições de marcar. De frente para o gol, preferiu a assistência para Toivonen, que estava ainda melhor colocado. O sueco se precipitou e acabou finalizando fraco e sem direção, desperdiçando pra fora a inacreditável oportunidade.
Perto do fim do primeiro tempo, o Rennes começou a mostrar sua força e seu fator casa. Eles pressionaram bastante o Lyon a ponto de quase abrir o placar por duas ou três vezes. A consistência defensiva que havia no começo do jogo, tinha sumido. N’Tep começou a se movimentar mais e chamar o protagonismo e isso começou a trazer muita dor de cabeça para o miolo de zaga lionês, que quase se complicou na primeira etapa.
Para o segundo tempo, o panorama do jogo se mantinha o mesmo. Aquele zero a zero em que nenhum dos times almejam nada e não se entregam totalmente no gramado. Ao mesmo tempo, também não era uma partida “Amigos do Lyon vs. Amigos do Rennes”. Havia algo sendo disputado ali, mas algo pouco empolgante e que, de certa forma, só acontecia para não desrespeitar o torcedor.
Aos 22’ do segundo tempo, o Lyon já havia feito suas três alterações Yattara, Ferri e Malbranque deixaram o gramado para as entradas de N’Jie, Benzia e Fofana, respectivamente. Taticamente, não alterava muita coisa. Fekir agora jogava mais recuado e a frente era composta por N’Jie e Benzia. Fofana cumpria o sistema tático que Ferri já havia fazendo até então.
Não demorou muito para que Philippe Montanier mexesse também. Fez duas alterações quase juntas: colocou o brasileiro Pedro Henrique no lugar de Kamil Grosicki e Habib Habibou no lugar de Ola Toivonen. Os dois atacantes tiveram ótimas oportunidades para abrir o marcador ao longo da primeira etapa e não conseguiram. Montanier, talvez como forma de punição, tirava-os de campo e dava oportunidade aos suplentes mostrarem serviço no último jogo da temporada.
Dentro do gramado, apenas dois jogadores faziam jus ao espetáculo apresentado. Pelo Lyon, o nome era Fekir, que apesar de não ter feito muita coisa, sempre que recebia a bola, tentava algo novo. E pelo lado do Rennes era Paul-Georges N’Tep. Sua convocação parece ter feito bem e o jogador estava, no mínimo, empolgado dentro de campo. Partia pra cima dos defensores do OL e causava pânico ali. Só faltava soltar um pouco mais a bola.
Já perto do fim do jogo, além da displicência padrão de uma partida que não vale nada pra ninguém, também começava a se perceber individualismo pelos dois lados e erros de passes inacreditáveis. O descompromisso era nítido e o espetáculo esportivo perdia boa parte de sua graça em função disso. Em meio a isso, Philippe Kalt, árbitro do jogo, decidiu sair de férias mais cedo e também não apitava faltas.
Quando tudo parecia que ia se encaminhar para o protocolar placar em branco, o Lyon acordou e conseguiu marcar um gol. Um passe longo de Gonalons achou N’Jie correndo nas costas da defesa. Danzé ainda tentou fazer a falta, mas a velocidade do camaronês prevaleceu e o fez deixar ficar frente a frente com Costil. O bom goleiro do Rennes não pode evitar e N’Jie marcou tocando em sua saída. 1 a 0!
Imediatamente após o gol, Montanier colocou Pajot no lugar de Benjamin Andre e agora tentava tirar um pouco de profissionalismo de seu time. Em vão! O quase jogo treino não serviu para o Rennes, que se viu perder no Stade de la Route de Lorient, diante de uma boa quantidade de torcedores, de maneira quase anti-profissional. Um fim de jogo melancólico e desnecessário.
Com o fim da temporada, o Lyon agora descansa, encerra seus trabalhos por enquanto e, no retorno das férias, já tem a Copa Emirates para disputar em julho. Na competição, o OL terá como adversários o Arsenal-ING, o Villarreal-ESP e o Wolfsburg-ALE. Até lá, ou em qualquer momento aqui no blog!
#AllezLOL #TeamOL
FOTOS: olweb.fr / L'Equipe
O GOL DA PARTIDA:
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