sábado, 19 de março de 2016

Prata da casa entra, brilha e muda o jogo para o OL em 15 segundos

Filipe Frossard Papini
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Gaëtan Perrin, de 19 anos, muda o cenário da partida que já estava fadado a terminar em um modorrento 0 a 0. No apagar das luzes, Lacazette ainda marcou o segundo de pênalti. Lyon continua na cola do Monaco na tabela




O Lyon vinha de duas ótimas sequências de vitórias, batendo o PSG e o Guingamp, ambos jogando em casa. Na semana passada, contudo, tinha a faca e o queijo na mão para continuar vencendo, mas mesmo após abrir 2 a 0 no Rennes, sofreu e acabou levando um empate fora de casa. Isso tumultuou um pouco a tabela da competição e o Lyon estava de novo no meio da confusão. Porém, a 31ª rodada chegava e, mais uma vez, o Parc OL era palco de um jogo. O adversário era o Nantes, mais um postulante a parte de cima da tabela. O confronto direto, em casa, tornava o jogo de hoje bem importante para o time de Bruno Génésio.

Bruno que, por sua vez, não trouxe nenhuma grande novidade para o jogo de hoje. Sem Grenier, Fekir e Valbuena, e excluindo Bedimo e Fofana da relação, o treinador do Lyon voltou com Yanga-M’Biwa aos titulares (estava suspenso) e Ferri acabou sendo preterido por Tolisso. Mesmo com a convocação de Jallet para a Seleção Francesa, o brasileiro Rafael, que vem em ótima sequência, mais uma vez ganhava a confiança do treinador e começava jogando. Fora isso, o time era o padrão que já vem atuando nos últimos jogos. Você pode conferir a escalação completa logo abaixo:




Para tentar bater o Lyon, o técnico Michel Der Zakarian armou seu time no 4-4-2. Entre os desfalques, dois nomes importantes e considerados titulares no time visitante:  o zagueiro Koffi Djidji e o meia brasileiro Adryan, ex-Flamengo. Além deles, o volante Valentin Rongier também era peça fora do tabuleiro.  Na zaga, como peça de substituição, o treinador optou pelo franco-albanês Lorik Cana, que coincidentemente voltava ao time após ausência. Em comparação com o jogo anterior, no meio Thomasson herdou a vaga de Adryan e jogava do lado oposto de Bedoya, ambos caindo pelas pontas. Confira como ficou o time armado pelo Nantes:




Com a bola rolando a partida começava bastante estudada e poucas chances foram criadas nos primeiros minutos. O Lyon assustou por duas vezes. Na primeira, Ghezzal limpou o lance na entrada da área, bateu com categoria – a bola sofreu um desvio – e depois do toque do goleiro Riou, a bola tocou no travessão. No lance seguinte, o mesmo Ghezzal cobrou uma falta na cabeça de Umtiti que, sozinho, desperdiçou e mandou pra fora.

O domínio do jogo era do OL, que detinha a maioria da posse de bola e ditava também o ritmo de jogo. O Nantes, acuado e bem fechado, parecia se satisfazer com o empate no placar e, por isso, projetava-se com uma postura de contra-ataque mesmo sem ter qualidade para jogar com tal formação, já que seus homens de frente eram pesados e com pouca habilidade técnica para chegar com precisão.

Aos poucos, o Nantes tentava se soltar um pouco e, certamente, o técnico Michel Der Zakarian deve ter pedido para o time subiu um pouco as linhas de marcação. Isso voltava o equilíbrio do jogo, mas não melhorava a qualidade do mesmo. A única lufada de esperança dos Canários era com Bedoya, pelo lado direito e só. Sigþórsson e Sala eram inócuos e Thomasson ainda mais. O time dependia das chegadas dos volantes para tentar agredir.

Aos 32’, o Lyon voltava a assustar e, por detalhe, quase não abriu o placar. Cornet, que era até então o melhor jogador em campo, partiu em disparada pelo lado esquerdo, foi até a linha de fundo, fez graça para a marcação e esperou o deslocamento de Tolisso. Com um passe milimetricamente perfeito, o volante foi acionado e, bem perto da marca do pênalti, bateu errado e acabou finalizando torto e mandando pra fora. Ele estava livre de marcação.

Interessante a se constatar é que durante todo o primeiro tempo, o Nantes não conseguiu fazer qualquer chuta ao gol de Anthony Lopes e, de acordo com as estatísticas oficiais da Ligue1, foi uma finalização ao longo da primeira parte. O OL, por sua vez, fora a bola no travessão de Ghezzal, também criou muito pouco e teve somente outras duas oportunidades de gol e isso foi muito abaixo da média do que o time vinha produzindo nos últimos jogos.

A estratégia mais interessante para o Lyon melhorar sua qualidade no segundo tempo era voltar num 4-4-2, com Tolisso sendo substituído por Kalulu e o OL ter mais velocidade e gente na frente, pois com a primeira linha de quatro do Nantes, Lacazette era engolido pela dupla de zaga e Ghezzal e Cornet sofriam com a marcação dobrada dos laterais e volantes. Génésio podia cobrar mais movimentação e muito mais toque de bola.

No segundo tempo, o treinador do OL não mudou a formação tática e também não apareceu com alterações. Mas, com certeza, alguma bronca rolou no vestiário. Os jogadores voltaram com mais atenção na troca de passes e o treinador estava com uma feição bem nervosa na beirada do gramado – algo que comumente não se vê. Ele só foi realizar a primeira substituição aos 16’ do segundo tempo, quando colocou Ferri no lugar de Tolisso, mantendo a formação original.

Enquanto o Lyon tentava mudar – ainda sem sucesso – durante a partida, o Nantes tinha uma postura bastante similar a do primeiro tempo: sofrendo demais para sair jogando e sem qualquer habilidade para emplacar um contra-ataque. Um time absolutamente abatido para o jogo e sem qualidade. A primeira finalização no segundo tempo só apareceu aos 22’ do segundo tempo, em um chute de Bedoya que foi parar na torcida.

Aos 26’ do segundo tempo, os dois times mexiam. Bruno Génésio usava sua segunda alteração para colocar o jovem Aldo Kalulu em campo para tirar Cornet. Mantinha a alteração no 4-3-3 e reoxigenava o lado esquerdo. Pelo Nantes, Michel Der Zakarian trocava seis por meia dúzida, colocando Johan Audel no lugar de Emiliano Sala.  O Lyon tentava melhorar em campo... o Nantes buscava um chute ao gol, pelo menos.

Com 30’ de bola rolando na etapa final, Der Zakarian precisava mexer de novo, colocando Birama Touré em campo para saída do bom Rémi Gomis. A troca de um volante por outro se justificava apenas por uma provável lesão, pois Gomis era um dos poucos a fazer um bom jogo pelo time visitante na partida de hoje. Três minutos depois, o Nantes fazia sua primeira boa finalização na segunda etapa, em um chute de Thomasson cruzado que passou perto da trave.

Já nos últimos dez minutos de jogo, o Nantes queimava sua última alteração tirando Sigþórsson e entrando Bammou. Outra troca de mesma posição. Diferentemente do Lyon, que colocava o jovem atacante Gaëtan Perrin para tirar o volante Sergi Darder. E com 15’’ do atacante em campo, ele mudou a história do jogo. Aproveitou boa jogada de Ghezzal que levou a zaga toda, prendeu, finalizou e no rebote da zaga, Perrin marcou o gol da partida. 1 a 0!

Com o gol de Perrin aos 38’ do segundo tempo, a torcida no Parc OL se inflamou e empurrou o jogo no mesmo placar até o apito final. No finalzinho, o Lyon ainda fez o segundo, em lance que Bammou derrubou Ferri na área e Lacazette fez de pênalti. No jogo, a diferença foi a postura e ousadia de cada time, pois demonstraram pouquíssima qualidade, mas o OL, trocando um volante por um atacante, provou que queria mais o resultado. O OL volta para a terceira colocação na tabela do Campeonato Francês.

Em função das datas Fifa, o OL só retorna aos gramados em abril, mais especificamente no dia 03. O adversário será o Lorient no Stade Le Moustoir, em jogo válido pela 32ª rodada da Ligue1. Até lá!

FOTOS: FranceFootbal / L'Equipe / olweb.fr / sport.fr / sports.fr


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