sábado, 8 de abril de 2017

Em casa, Lyon toma um passeio do vice-lanterna

Filipe Frossard Papini
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Mesmo abrindo o placar com Tolisso, o time se perdeu e acabou sofrendo quatro gols em um somatório de falhas coletivas e individuais



Ao entrar em campo hoje, o Lyon encarou o jogo como uma partida protocolar. A vitória, claro, era um instrumento que estava sempre à vista, mas pelo simples fato de enfrentar o vice-lanterna da competição, ter sido o único clube – ao lado do Metz – a realizar uma partida pela Ligue1 no meio de semana e ter um confronto de extrema importância no meio da semana que vem, tornou o jogo quase como uma partida-treino. Uma antítese. Do outro lado do campo, uma equipe quase desesperada para sair de uma situação que incomoda qualquer clube. E, mesmo com todos esses fatores, o OL entrava em campo como favorito.

O time de Bruno Génésio tinha alguns nomes poupados. Dois deles, com intensa sequência de jogos: Tousart e Lacazette. Ainda tinha Valbuena que também começava no banco de reservas. Dentre as ausências, a única importante era o titular Morel. Sendo assim, mesmo tendo Maciej Rybus a disposição, Génésio optou por improvisar o brasileiro Rafael na lateral esquerda. Já nas vagas herdadas pelos dois poupados, Ferri ganhou chances no meio e, na frente, quem atuava de centroavante era Fekir. Veja como ficou o time escalado:




Com muito mais problemas em mãos, Bernard Casoni tinha desfalques que poderiam complicar sua maneira de montar os 11 inicias. Conté, Bellugou, Mesloub e Philippoteaux não foram relacionados. Os três últimos são, frequentemente, escalados com o titular e isso diminuía ainda mais a qualidade do elenco. Ainda assim, o treinador contava com o retorno de três outras peças importantes, mas duas delas iniciavam no banco: Steven Moreira – que começou jogando, Cafú e Wakaso. Abaixo, é possível ver como ficou montado os Merlus, que ainda tinha o ex-Lyon, Mvuemba, começando entre os titulares:




No começo da partida, era clara a estratégia dos clubes no jogo. O Lyon queria dominar a partida – e tinha que fazer isso mesmo, mas a diferença é que quando subia muito, ou subia errado, dava espaços ao adversário que subia muito rápido explorando a velocidade do seus homens de frente. Ou seja: o Lorient jogaria no erro do OL e, caso não conseguisse matar o jogo logo, o Lyon poderia ter problemas.

A grande primeira oportunidade de gol surgiu logo aos 15’ de jogo, depois de várias tentativas sem muito perigo. Tudo começou com Rafael pela esquerda. Ele conseguiu abrir para Fekir na entrada da área que, com toques muito rápidos acionou Ferri que, de letra, achou Memphis vindo de trás. O holandês tinha a oportunidade de abrir o jogo para Cornet, que estava sozinho, ou então seguir individualmente. Optou pela segunda e parou em ótima defesa de Lecomte.

O Lorient conseguiu chegar pela primeira vez só aos 27’ de jogo. Wesley Lautoa ganhou no meio de campo, girou pra cima de Gonalons e, a bola perdida acabou caindo nos pés de Aliadière, que de onde estava, mandou um chute colocado, visando o ângulo de Anthony Lopes. A bola cuidadosamente saiu por cima do gol, mas tinha destino se fosse poucos centímetros pra baixo.

A resposta o OL apareceu de imediato. Quando os visitantes até tentavam pressionar de alguma forma, tomaram um banho gelado. Memphis Depay recebeu na direita e abriu pro meio. Com pouco espaço para bater, preferiu a assistência e achou Tolisso entrando perto da meia lua. Dali mesmo, o volante dominou e bateu no canto esquerdo de Lecomte, que dessa vez não conseguiu alcançar. 1 a 0!

O Lyon quase ampliou o marcador no lance seguinte. A jogada, que dessa vez surgiu pelo centro, acabou tendo foco pelo lado direito, quando Jallet tentou receber a bola, ela passou e chegou até Ferri. O volante foi até o fundo e cruzou rasteiro. Na área haviam dois jogadores do OL mas, quem chegou para completar e finalizar para o gol era Cornet. Contudo, em vez de mandar para as redes, ele acabou tirando a bola, como um legítimo defensor.

O que o Lyon não esperava é que o Lorient não estava morto em campo. Em um ataque em que a defesa do OL estava toda atrapalhada, Aliadière recebeu na entrada da área e, sem muito espaço para finalizar, preferiu abrir pela esquerda. Por lá estava Majeed Waris sem qualquer marcação. O ganês bateu do jeito que recebeu a bola e, com muita categoria, acabou por empatar o jogo: 1 a 1, aos 42’ de jogo.

Na volta do intervalo, o Lyon queria liquidar o jogo, mas faltava qualidade e faltava também vontade. Poucos homens do OL pareciam realmente com fome de vencer e isso prejudicava a forma como as coisas iam andando. No intervalo, Casoni colocou Jeannot e Touré nos lugares de Aliadierè e Peybernes. As trocas e a apatia do OL, não à toa, provocaram no Lorient o ímpeto para conseguir a virada rapidamente. Moukandjo recebeu na esquerda, passou por Mammana, entrou na área e acabou perdendo a bola. Ainda assim, ela foi recuperada por Marveaux, que só empurrou para as redes. 2 a 1!

Após o segundo gol sofrido, o psicológico dos jogadores do Lyon entrou em profusão. Passes errados, desespero para tentar resolver tudo logo e sozinho, má atuação. O time que começava pressionando o jogo parecia ser outro. Não conseguia lidar com a desvantagem no placar e, por isso, Génésio mexeu duas vezes: Lacazette e Valbuena foram pro jogo e Ferri saiu juntamente com Cornet, este último vaiado pela torcida.

Naquele momento, o Lyon jogava no 4-2-4 sem a bola e um 4-1-3-2 com a bola. Era extremamente ofensivo e Génésio não parecia disposto a terminar o jogo com uma derrota. Com poucos minutos de Lacazette em campo, ele criou duas excelentes oportunidades. Na primeira, ele serviu Tolisso, na entrada da área, que finalizou em cima de Lecomte. Depois ele mesmo marcou de cabeça, mas estava em posição de impedimento na hora da cobrança de falta cruzada.

A ofensividade do Lyon, que já era forte desde o começo do jogo, tinha um ponto fraco – que também já aparecia lá no começo: a força do contra-ataque adversário. Foi assim que o Lorient conseguiu buscar o seu terceiro gol. Com muita velocidade, Marveaux puxou em contra-golpe e ninguém conseguiu pará-lo. Ele abriu pela direita e Steven Moreira cruzou para Moukandjo completar. 3 a 1!

Com a vantagem larga no placar, Bernard Casoni trocou pela última vez. Colocou Wakaso no lugar de Lautoa. E ainda teve tempo para mais um gol dos visitantes. Dessa vez, com o psicológico nulo e por vacilo do goleiro Anthony Lopes. Ele foi sair jogando e ao fazer um passe curto, acabou entregando no pé de Moukandjo. O artilheiro dos Merlus não perdoou e só teve o trabalho de empurrar. 4 a 1, para incompreensão dos torcedores.

No fim de jogo, Génésio nem optou por fazer sua última alteração. Já tinha pra si que o jogo estava desperdiçado. O Lyon também nem tentava mais nada e a partida ficou protocolar. Nem o OL esperava e nem o próprio Lorient imaginava um placar tão elástico assim. O que restava ao time era aguentar as vaias e os protestos dos torcedores e a sabedoria de esquecer essa partida e se concentrar na quarta.

Agora o foco muda completamente para o Lyon. Seu próximo adversário é o Besiktas, na partida de ida pelas quartas de final da Liga Europa. Esse primeiro jogo é no Parc OL, na quinta-feira, às 16h05 do horário brasileiro. Até lá!

FOTOS: L'Equipe / olweb.fr


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