sábado, 15 de setembro de 2018

Lyon sofre, joga mal, toma virada com um a mais em campo, mas consegue empate no fim

Filipe Frossard Papini
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Caen teve um jogador expulso aos dez minutos do segundo tempo e, mesmo assim, conseguiu marcar




Depois do futebol europeu dar aquela paradinha para as seleções realizarem jogos pela data Fifa, o futebol francês retornou neste final de semana. Na verdade, para ser mais preciso, dois jogos abriram a 5ª rodada da Ligue 1 na sexta-feira mesmo. Mas o Lyon entrou em campo no primeiro horário de partidas deste sábado, enfrentando o Caen, fora de casa, no Stade Michel D’Ornano. A expectativa do elenco lionês era, ao menos, assumir a vice-colocação onde poderiam ficar por ali provisoriamente, a não ser que a aconteça uma série de fatores na rodada. Enfim, somar nove pontos era o foco.

Diante do OL, um adversário que estava, talvez, mais sedento por pontos ainda, já que em quatro jogos, tiveram apenas uma vitória. O Caen, comandado pelo estreante em Ligue 1, Fabien Mercadal, entrava em campo com um time recheado de jogadores com boas qualidades. Destaques para a dupla de volantes: o marroquino Fajr e o ótimo Oniangué. Na frente, perigo também, principalmente com o estreante Khaoui e o centroavante Crivelli. Mercadal não contava hoje com Imorou, Gradit e Marega, mas tinha o retorno do experiente Baysse. Veja como ficou armado:




Na fome pelos nove pontos, Bruno Génésio propôs pequenas mudanças no Lyon que vinha jogando recentemente. A começar pela relação. Deixou de fora nomes como Tete e Ferri por simples opção. Nos titulares, Denayer ganhava mais uma chance entre os 11. Aouar também começava jogando e deixando Terrier no banco. Dembélé finalmente vestiu a camisa do OL para a estreia e, consequentemente, mandou o holandês Memphis Depay para os suplentes. Dentre desfalques, Génésio ainda tem somente os dois que já estavam fora da partida anterior: o lateral esquerdo brasileiro Fernando Marçal e o jovem centroavante Amine Gouiri. Abaixo é possível ver como ficou escalado o time:




Com muito calor em Caen, quando a bola rolou, os times não mostraram logo ao que vieram. Demorou até começarem a mostrar suas qualidades. E primeiro foi o time da casa. Antes dos 20’ iniciais, já haviam chegado por duas ou três vezes ao gol de Anthony Lopes. A mais perigosa delas envolveu um contra-golpe puxado por Ninga pela esquerda, mas ele falhou justamente na hora de finalizar, facilitando a vida de Lopes.

A maior dificuldade do Lyon era saber como atacar. Fekir e Dembélé pareciam apagados em campo e com uma nítida falta de entrosamento. Traoré quase não era acionado pela direita e sobrava apenas a Aouar tentar alguma coisa na esquerda, mas sem muita inspiração. A paciência com a bola aos pés era o que faltava ao time do OL e quando tentavam isso, o Caen dobrava a marcação e forçava o erro de passe do Lyon. Taticamente, o time malherbe era mais eficiente no começo da partida.

Perto dos 25’, o Lyon encontrou uma forma de conseguir chegar com um pouco mais de perigo: pressionando a saída de bola do adversário. Foi assim que Dembélé roubou uma bola na direita e acionou Fekir perto da lateral. O campeão mundial tentou fazer o cruzamento, mas o goleiro Samba antecipou-se bem no lance. Na sequência, foi Traoré quem não soube aproveitar. Ele entrou sozinho na área com Dembélé e na hora de dar a assistência, entregou a bola ao defensor adversário. Era a melhor chance de toda a partida até então.

Enquanto o Lyon tentava buscar alguma forma de pressionar mais o adversário e fazer valer seu favoritismo, o Caen se recuava mais e tentava com, sem muitos recursos, tentar chegar ao gol de Lopes. Geralmente isso acontecia com bolas paradas, ou “chuveirinhos” na área, ou mesmo rebotes de chutes que resvalavam na defesa. Definitivamente, era um primeiro tempo bem pobre na parte técnica, é verdade.

O Lyon se embananava lá na frente, com pouca eficiência, mas o Caen, dentro do que dava para fazer, tentava incomodar. Perto do intervalo, Fayçal Fajr arriscou do meio da rua. O chute não teve força, mas teve veneno. Lopes caiu bem e fez a defesa sem sustos. De fato, o time da casa era ligeiramente melhor em campo, mas sem propor um perigo intenso a ponto de deixar a torcida do OL apreensiva.

O jogo morno parecia que iria para o intervalo com o placar a branco. E de fato merecia. Os times não haviam feito por onde e nenhum jogador obteve um brilho a ponto de se sobressair. Mas o único campeão mundial em campo resolveu aparecer. Nabil Fekir pegou uma cobrança de falta da entrada da área e resolveu tirar o zero do placar. Cobrou no contrapé do goleiro Samba e marcou no último minuto do primeiro tempo. Lyon ia para o intervalo com a vantagem numérica no placar. 1 a 0!

Voltar para o segundo tempo com um gol no placar poderia ser uma vantagem para o OL. Isso se não houvesse um Beauvue querendo cometer a “Lei do Ex”.  Ele recebeu bola sozinho, logo aos 8’ da etapa final, driblou Lopes e quando ia marcar, foi derrubado por Ferland Mendy. Pênalti claro que poderia ter dado a expulsão ao já amarelado lateral do Lyon, mas a arbitragem foi boazinha. Na cobrança, ele mesmo marcou 1 a 1!

Assustado, o Lyon ainda contou com a sorte antes de sofrer uma pressão do time da casa querendo a virada. Em jogada totalmente sem perigo, Djiku levantou a perna e acertou o rosto de Fekir. Viu o vermelho na hora. Caen jogaria com um a menos desde os dez minutos do segundo tempo. Claro que Mercadal mexeu. Tirou o estreante Khaoui e colocou Genevois. Algum tempo depois, o OL também mexia. Fekir e depois Tousart sairiam para as entradas de Terrier e Memphis Depay, respectivamente. Bammou entrava no lugar de Crivelli também do outro lado.

Mas as mudanças saíram pela culatra. Poucos imaginavam, mas o Caen conseguiu virar o jogo mesmo com um a menos. Tudo aconteceu após uma marcação de falta quase no escanteio do lado esquerdo. Na bola, Fajr cobrou na área e Oniangué subiu entre dois defensores do OL para marcar no primeiro pau. Banho de água fria. Génésio, então, lançou sua última cartada, tirando Traoré e colocando Cornet, enquanto Mercadal também mexia com Beauvue por Sankoh.

Faltando pouco para o fim do jogo, o Lyon não via alternativas a não ser começar a forçar jogadas ofensivas na base do desespero. Aquela bola longa, aquele passe mais esticado, chutes despretensiosos e o famoso “bumba-meu-boi”. Jogar a bola na área e torcer para que alguém desvie em direção ao gol. Foi assim, inclusive, que quase saiu o empate, quando Denayer conseguiu cabecear uma finalização no travessão.

Já no finzinho do jogo, o Lyon bem desanimado e não conseguindo criar nem na “base do abafa”, parecia se conformar com o placar negativo e a virada improvável. Mas em campo estava o incansável Ferland Mendy. O lateral – que com o já disse – poderia ter sido expulso no começo do segundo tempo, conseguiu o empate. Ele apareceu na esquerda e arriscou dali mesmo. Rasteiro, no cantinho de Samba: 2 a 2!

Nos acréscimos, mesmo com a marcação de mais quatro minutos pela arbitragem, o Lyon ainda teria tempo de tentar fazer a virada novamente. Sankoh foi pego pelo VAR tentando acertar uma cabeçada em Rafael e foi expulso no último minuto e, mesmo com nove em campo, quem deu o último suspiro de ataque foi o time da casa, antes da arbitragem encerrar a partida em 2 a 2.

Agora o Lyon tem um problema casca grossa para resolver. É hora de voltar sua máxima atenção para a Liga dos Campeões no primeiro jogo da fase de grupos. E sabe quem é o adversário? Ninguém menos que o Manchester City de Pep Guardiola. Vem coisa grande por aí e o OL ainda precisa melhorar muito para fazer bonito. É esperar para ver. Jogo quarta-feira (19), às 16h do horário de Brasília, no Etihad Stadium. Até lá!

FOTOS: ol.fr / smcaen.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


GOLS DO JOGO:

Fekir (0-1):
Beauvue (1-1):
Oniangué (2-1):
Mendy (2-2):

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