sábado, 30 de novembro de 2019

Jogando muito mal, Lyon vence mais uma na base da superação e já integra parte de cima da tabela

Filipe Frossard Papini
Twitter: @FilipeDidi / Twitter: @BrasiLyonnais
Facebook: /BrasiLyonnais / Medium: @BrasiLyonnais


Vitória diante do Strasbourg não foi merecida pelo futebol praticado, mas o objetivo de Rudi Garcia de somar 12 pontos em 15 foi conquistado. OL sai de campo como 4º colocado




A pane que atingiu o Lyon no meio da semana pela Liga dos Campeões poderia atrapalhar o momento de retomada do time no Campeonato Francês? Essa era a grande dúvida que pairava no ar para o encontro dessa 15ª rodada da Ligue 1. Os Gones foram visitar o Strasbourg no Stade de la Maineu. A vitória era importante para o OL escalar a tabela e começar a incomodar a parte de cima, encostando no G4. O mesmo caso funcionaria para o Strasbourg, mas em vez de buscar G4, sairiam da parte debaixo da tabela e ficariam entre os dez primeiros. Certamente, só a vitória interessava a ambos.

Thierry Laurey, querendo fazer seu dever de casa, não poupou esforços para colocar em campo sua melhor equipe possível. O treinador tinha apenas o desfalque do meia Moataz Zemzemi e, assim, tinha todo o restante do plantel para escalar da maneira que melhor optasse. Em campo, uma formação que variava do 4-3-3 para o 4-3-1-2, com Thomasson sendo o homem a flutuar para servir os bons atacantes Mothiba e Ajorque. Outra parte fundamental nesse time do RCSA é a sua defesa, que é muito segura. Veja abaixo o time:




No Lyon, os desfalques incomodavam bem mais o técnico Rudi Garcia, a ponto de na coletiva pré-jogo questionar os próprios métodos da comissão técnica, antes de sua gestão, em permitir tantos desfalques por lesões físicas. Não tinha a sua disposição nesse jogo – além do suspenso Fernando Marçal – Thiago Mendes, Houssem Aouar e Memphis Depay. Entrando em campo com um 4-3-3, trouxe novidades. Tete de titular, assim como Marcelo, Caqueret e Cornet. Dessa vez, ficavam no banco Dubois, Andersen e Traoré. Olha como ficou:




Com pouco tempo de bola rolando, era possível entender como seria a dinâmica da partida. O Strasbourg, por mais que jogasse em casa, sabia que iria sofrer uma relativa pressão. Então, foi preparado para isso. Jogando um pouco mais recuado por imposição, e esperando o erro do OL para agredir, logo nos primeiros minutos já levou perigo jogando dessa forma, que também é perigosa por si só.

A falta de organização técnica e tática do ataque do Lyon também era um problema. Já foi contra o Nice, contra o Zenit e parecia evidente hoje. Tudo girava em torno da inspiração de Reine-Adélaïde, uma vez que Terrier e Cornet ajudavam pouco a municiar Dembélé em sua posição de centroavante. Não à toa, nos primeiros 20 de bola rolando, o OL só conseguiu chegar perto do gol com um lance de bola parada em que Marcelo subiu muito alto para cabecear.

Enquanto o Lyon se atolava na lama com a bola do meio campo pra frente, na parte do meio campo pra trás, era um sinônimo de incerteza. Com um poder de marcação pouco confiável, o torcedor fica apreensivo em qualquer momento de troca de passes ou alguma jogada em velocidade. Foi unindo as duas coisas que o Strasbourg abriu o placar aos 22’. Com velocidade e bom toque de bola, saíram de trás do meio campo tocando até achar Fofana na direita, que já entrou na área marcando o 1 a 0!

Depois de sofrer o gol e ficar atrás no placar, esperava-se uma postura mais agressiva do OL, e não foi bem isso que aconteceu. O time da casa foi quem melhorou no jogo e conseguia até mesmo melhorar sua posse de bola. Duro gol para o Lyon, que jogou todo o restante da primeira etapa sem confiança, sem conseguir permanecer com a bola e ainda correndo o sério risco de levar um segundo gol a qualquer instante.

Em meio ao caos, era curiosa a situação do centroavante Dembélé. A bola raramente chegava até ele. E quando chegava, era nas piores condições possíveis. Ainda assim, ele batalhava para conseguir mantê-la em posse, muitas vezes brigando com dois ou três defensores. Em vão. O restante do setor ofensivo, principalmente Terrier e Reine-Adélaïde, hoje eram pouco efetivos e não ajudava.

Perto do fim da primeira etapa, enquanto o Strasbourg quase fazia o segundo – mais uma vez salvo pelos reflexos de Anthony Lopes, o Lyon conseguiu o empate em contra-ataque. O jovem Caqueret, que começou como titular hoje, achou um belo passe para Cornet aparecer fazendo o facão pela direita. Ele dominou, carregou e bateu no cantinho de Sels, que não alcançou. O OL ia para o intervalo com o salvador, embora não merecedor 1 a 1 no placar.

A sonolência do primeiro tempo se repetia na volta do intervalo. Mesmo cenário, mesmo panorama, mesma situação. O Lyon era acuado pelo time da casa e não tinha qualquer ambição em criar situações de perigo na frente. Enquanto isso, o Strasbourg, mesmo dando um show de passes errados e jogadas estranhas, ainda assim conseguia ser ligeiramente melhor em seus domínios.

Percebendo que precisava mexer no time ou dar um gás diferente, Rudi Garica mexeu. Mas mexeu de maneira estranha, uma vez que trocou o latera esquerdo Koné, pelo lateral direito Dubois, que entrava improvisado. Possivelmente uma troca tática para conter um pouco mais as subidas de Mothiba, que realmente conseguia achar espaços por ali. Ele ajudaria a dobrar a marcação, junto com Denayer.

Acaso, ou não, o Lyon conseguiu a virada pouco tempo depois dessa mexida estranha. E tudo saiu dos pés de Cornet. O contestado marfinense, que já havia marcado o primeiro gol do OL no jogo, conseguiu fazer a assistência para o segundo. Ele descolou um cruzamento de cinema para achar Jeff Reine-Adélaïde aparecendo sozinho no segundo pau. O meia só teve o trabalho de aparecer e conferir de cabeça: 2 a 1 para os Gones!

Imediatamente após sofrer o segundo gol, o Strasbourg mexeu. Thierry Laurey mandou a campo Bellagarde no lugar de Thomasson e agora assumia de vez a postura de um 4-4-2, liberando de vez Mothiba e Ajorque. Pouco tempo depois, isso mudava de novo e o 4-3-3 aparecia, com Nuno da Costa e Zohi entrando nos lugares de Fofana,, autor do gol, e Mothiba. No Lyon, Dubois, que havia entrado no segundo tempo, saiu amparado com uma lesão e deu lugar a Rafael, na segunda troca do OL.

O gol, não merecido, diga-se de passagem, foi a água no chope do Strasbourg, que de certa forma vinha fazendo um jogo mais atrativo e com mais impacto do que o Lyon. Mas como futebol é bola na rede, o restante da partida acabou sendo protocolar. O time da casa sentiu muito o golpe e não conseguiu mais reagir em campo, mesmo depois das trocas de Thierry Laurey. O OL só tentava fazer o cronometro andar.

Com quatro minutos de acréscimos apontado pelo árbitro Mikael Lesage, o Strasbourg tentava, sem muito ímpeto, ao menos sair com um pontinho do jogo injusto. O Lyon ainda ganhou tempo com um atendimento a Cornet e uma substituição de Dembélé por Andersen no finalzinho. Rudi Garcia conseguiu o que queria. Atrasou o jogo e conseguiu sair com a vitória do Meineu, mesmo jogando uma partida muito abaixo do nível. Tirou leite de pedra, efetivamente.

O próximo duelo do Lyon já é no meio da semana, pela mesma Ligue 1, agora em prol da 16ª rodada. O jogo será no Groupama Stadium, em casa, diante do Lille – atual vice-campeão da competição, mas que não vem muito bem nessa. A partida está marcada para às 17h da próxima terça-feira (3). Até lá

FOTOS: ol.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


OS GOLS DO JOGO:
(se o vídeo acima não rodar. CLIQUE AQUI)

Quer mais informações sobre o Lyon via BrasiLyonnais? Clique nos botões abaixo e siga-nos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário