@BrasiLyonnais / @FilipeDidi
Em jogo pegado e, mesmo dominando amplamente a posse de bola da partida, Lyon sucumbe diante do tático time do Bordeaux
Depois de conseguir um empate contra o Lille, quase no apagar das luzes, na semana passada, o Lyon volta a campo novamente, agora jogando no Stade Gerland. O adversário da noite era o Bordeaux. Partida para encerrar a 7ª rodada do Campeonato Francês. Após o tropeço do Marseille, líder da competição, que perdeu por 4 a 1 para o Valenciennes, o OL poderia ficar com a distância de apenas um ponto de diferença do primeiro colocado. Para isso, precisava vencer o ainda invicto Bordeaux. Um confronto de dois times que ainda não perderam no torneio. Até momentos antes da partida se iniciar, a promessa era de bom jogo.
Em casa, Rémi Garde abandonou a ideia de atuar no 4-4-2 e voltou ao esquema que adotava anteriormente, o 4-2-3-1. Preferiu deixar Mvuemba e Briand no banco nessa partida e voltou com Grenier e Lacazette entre os titulares. Michel Bastos foi relacionado para o jogo, porém foi cortado dessa relação de última hora. Confira abaixo como ficou o time do Lyon escalado para a partida:
Indo em busca dos três pontos necessários para encostar no G4 francês, o Bordeaux foi a campo armando num esquema um pouco mais defensivo pra os padrões do futebol da França. Jogando numa espécie de 3-5-2, Fraçois Gillot era um adepto da cautela para atuar frente ao Lyon. Sem contar com N’Guemo, Sertic, Maurice-Belay e Ben Khalfallah, o treinador do GdB contava com o retorno do zagueiro Ludovic Lamine Sané, que voltava de lesão. Abaixo, o esquema adotado pelo técnico Gillot.
Nos instantes iniciais de bola rolando no Gerland, notava-se claramente a tensão que a partida aplicaria nos jogadores em campo. Discussão entre atletas depois de dividida, cartão amarelo antes dos 15’ de jogo e jogadores sentindo lesões do jogo truncado e um pouco violento entre Lyon e Bordeaux. Gouffran, por exemplo, quase precisou deixar o campo aos 13’, depois de receber falta dura do lateral Dabo, do OL.
Taticamente o Bordeaux se comportava de maneira certa no setor defensivo. Era superior numericamente e não permita avanços maiores do OL ou qualquer tipo de toque de bola ali naquele setor. Em compensação, quando tentava armar algum lance de perigo lá na frente, o time não tinha saída de jogo, e os poucos atletas que ficavam lá na frente, não eram suficientemente numerosos para ultrapassar a defesa dos Gones. Dessa forma, o Bordeaux se escondia na sua defesa e dava campo pro OL jogar. Praticamente um jogo de ataque contra defesa no primeiro tempo. Quando o GdB tentava sair, usava a velocidade dos seus laterais (principalmente do brasileiro Mariano), mas mesmo assim não era o suficiente para surpreender os donos da casa.
Aos 29’, o Lyon chegou com grande perigo pela primeira vez na partida. Após boa jogada de velocidade de Lacazette pela direita que achou Grenier entrando na área. O meia do OL dominou e bateu no canto direito de Carrasso, que se esticou todo para efetuar uma belíssima defesa, evitando, assim, aquele que seria o primeiro gol do jogo.
Mas essa foi a única boa oportunidade no primeiro tempo, que se resumiu praticamente num esquema de ataque contra defesa. O Lyon não soube aproveitar a vantagem de posse de bola e quase não chegou com muito perigo na primeira etapa. Enquanto isso, os Girondinos pareciam terem ido ao Gerland apenas para segurar um empate, levar um ponto para a casa e continuar com a invencibilidade na competição.
Já na segunda etapa, apesar do Lyon assustar o GdB logo cedo com um lance de Lisandro, o Bordeaux foi quem chamou a atenção. Gillot conseguiu avançar suas linhas de marcação, soltou o seu meio de campo – principalmente Plasil – e conseguiu equiparar a partida e jogar de igual para igual com o OL.
Logo aos 3’, Plasil se deslocou no meio de campo, e com uma boa visão de jogo, achou Gouffran livre pela direita. O atacante do Bordeaux avançou, cortou pro meio quando viu a marcação, e bateu com força. A bola chegou a tocar a rede, mas pelo lado de fora. Primeiro chute ao gol dos visitantes. Aos 9’, mais uma vez os Girondinos assustariam os torcedores do OL. Mais uma vez Plasil começou a jogada. Agora, pela direita. Ele foi até o fundo e cruzou pra área. Diabaté, sozinho, e já na pequena área, cabeceou com força. Vercoutre, bem posicionado, salvou o lance em dois tempos. Providencial para evitar que o placar fosse aberto no Gerland.
Mesmo com os avanços esporádicos do Bordeaux, o Lyon não perdia o seu ímpeto de ataque. O jogo, diferentemente do primeiro tempo, agora estava equiparado, com chances quase iguais para ambos os times. O destaque no setor ofensivo dos Gones era Gomis. O centroavante conseguia dominar todas as bolas que recebia. Sua estratégia era, ou virar em direção ao gol, ou escorar para alguém chegar de trás batendo. Quando optava por qualquer uma das duas, dava certo. Era predominante em cima dos defensores adversários, mesmo com o placar em branco.
Aos 19’ do segundo tempo, o Bordeaux fez aquilo que o Lyon não conseguiu no primeiro tempo. Marcou um gol! Trémoulinas avançou pela esquerda, tabelou com Obraniak, recebeu na entrada da área e bateu pro gol. A bola seria de fácil defesa para Vercoutre, mas no caminho, bateu no pé de Lovren e enganou o goleiro do Lyon. Placar aberto no Gerland. Bordeaux 1 a 0.
O Lyon até esboçaria uma reação no lance seguinte. Gomis recebeu bola em profundidade e, na saída de Carrasso, tentou encobri-lo, mas o goleiro foi bem no lance e mandou para escanteio. Na cobrança, Malbranque colocou na cabeça de Lacazette, que na primeira trave, antecipou a defesa e marcou aquele que seria o gol de empate, se não fosse a intervenção da arbitragem. O bandeira havia marcado que a bola, antes de chegar na área, teria feito uma curva pra fora de campo. Engano no juizão. A bola não saiu. Mas o placar seguia 1 a 0 para os visitantes.
Com a desvantagem no placar, o Lyon voltava a ser aquele time do primeiro tempo. Jogando praticamente no campo de defesa dos adversários, sem dando chances para os visitantes saírem jogando com a bola nos pés. E o Bordeaux se acomodou com o gol que fez. Se recuou novamente igual fazia em outrorar. Dava muito espaço pro OL, que inclusive chegou a ter quatro ou cinco escanteios quase em sequência e colocando Carrasso em perigo a todo instante.
Enquanto todos imaginavam que o Lyon poderia buscar o empate, o Bordeaux, em jogada de contra-ataque, conseguiu achar o segundo gol na partida. Trémoulinas, na esquerda, efetuou um bom cruzamento. Plasil fez o corta luz e atrapalhou Lovren que acabou levantando a bola. No alto, diabaté ganhou de Dabo e do próprio Lovren e mandou fraco pro gol. Vercoutre, mal posicionado, não conseguiu chegar e falhou feio. Lance patético de toda a defesa do OL. Bordeaux 2 a 0.
No fim, já sem estímulo para partir pra cima do adversário, e com as trocas mal feitas por Rémi Garde, o Lyon já não conseguia tentar mais gols na partida. A partida terminava com uma incrível vitória do Bordeaux, que venceu na tática, sem a bola. O OL terminou a partida, segundo o L’Equipe, com 66,8% de posse de bola, com 22 finalizações, contra apenas cinco do Bordeau, e mesmo assim, o time do técnico François Gillot conseguiu a vitória. Méritos para eles.
Próximo adversário: Hapoel Ironi Kiryat Shmona-ISR, fora de casa, pela Liga Europa. Quinta-feira, às 16h de Brasília.
FOTOS: girondins.com / L'Equipe / olweb.fr / Ligue1.com
GOLS DA PARTIDA:
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