Lyon sofre diante do Ajaccio, perde, e vê PSG disparar

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Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi

Time do goleiro Guillerme Ochoa vence por 3 a 1 e coloca o PSG com três pontos de diferença dos Gones na tabela

A rodada do Campeonato Francês já havia começado na sexta-feira. E o PSG não passou dificuldades ao aplicar 4 a 0 sobre o Toulouse. Dessa maneira, deixava a pressão toda para o Lyon, que precisava vencer o Ajaccio, no estádio François Coty, na Ilha da Córsega, para que os heptacampeões franceses pudessem voltar a encostar nos parisienses na tabela se quem eles disparem na liderança. O ACA, recém promovido da Ligue2, vive uma situação um pouco delicada na competição. Está mais para a zona de rebaixamento do que para a parte de cima da tabela. Qualquer soma de pontos, para eles, já é lucro.

Os donos da casa vinham para a partida com quatro desfalques: David Oberhauser, Fousseni Diawara, Arnaud Maire e Sigamary Diarra. Entretanto, podia contar com suas principais peças no elenco: o goleiro mexicano Guillermo Ochoa, o meia Chakhir Belghazouani e o atacante Adrian Mutu foram para a partida. E contando com a força de sua torcida, o técnico Albert Emon colocou em campo o seu time formado no tradicional 4-2-3-1, segurando muito os laterais, de uma maneira mais defensiva do que o convencional. Confira a escalação inicial, logo abaixo:

Pelo outro lado, o Lyon, já desfalcado de Michel Bastos, que foi vendido no meio da semana para o Schalke04, agora tinha Alexandre Lacazette assumindo a titularidade da equipe de vez. Jogando numa formação que Rémi Garde já vem testando em algumas oportunidades, o OL aplicou um 4-1-4-1 inicialmente, o que deixava – ao menos na teoria – o setor defensivo muito exposto em situação de ataque do adversário. No meio de campo, fixamente na marcação, somente Gonalons tinha essa função. Em relação aos laterais, Umtiti pouco sobe, mas Réveillère se aventura na frente em algumas oportunidades, o que dificultava ainda mais a formação defensiva. Confira abaixo o time titular do OL:

Nos minutos iniciais, o Lyon parecia querer ter o controle do jogo. Tocava mais a bola com muita propriedade, e na linguagem popular, digamos que o OL colocava o Ajaccio na roda. Inclusive, o time do técnico Rémi Garde conseguiu chegar de frente ao gol de Ochoa por duas oportunidades, ainda antes dos dez minutos iniciais. Mas ainda assim, não levava muito perigo ao goleiro mexicano.

O Ajaccio, por sua vez, tinha dificuldades para construir suas jogadas de ataque. Faltava uma boa saída de jogo para iniciar a troca de passes, assim como um meia mais articulador para dar sequência as jogadas no meio-campo. Com a ausência desses jogadores, o Lyon sempre recuperava a bola e sobrava para a defesa do ACA resolver a situação lá na parte de trás. O que já virou uma rotina nessa Ligue1 para equipe do Ajaccio, que se consolida muito mais na defesa do que no ataque.

Apesar de ter Fofana com liberdade no meio-campo e com Malbranque encostando nos homens de frente, o OL também sentia falta de alguém mais cerebral. O experiente meia, muito bem marcado, não era eficiente na partida. Mesmo com as sombras de Grenier e Gourcuff no banco de reservas, o meia não conseguia se desvencilhar dos adversários e criar oportunidades para os atacantes do Lyon. De qualquer maneira, as válvulas de escapes pelos lados, tanto com Ghezzal, quanto com Lacazette, a coisa era ineficiente também, porém menos utilizada. O OL perdia o ímpeto que tinha naqueles instantes iniciais da partida e agora jogava de igual para igual contra os donos da casa.

Aos 32’, o Lyon teria sua primeira grande oportunidade de gol. E até conseguiu marcar, mas o lance foi anulado pela arbitragem. Muito mal anulado, por sinal. Ghezzal, em momento lúcido na partida, cortou dois adversários e bateu rasteiro, da entrada da área. Ochoa defendeu com a ponta dos dedos e Lacazette – longe da posição de impedimento – completou para o fundo das redes, mas não deu nem tempo de comemorar e a bandeira foi levantada, para desespero do atacante do OL.

No segundo tempo, a premissa é de que o jogo se manteria no mesmo formato: Lyon pressionando, mas sem criar chances e com os homens de frente batendo cabeça. Ajaccio sem força ofensiva, esperando o erro do OL, para tentar arranjar um contra-ataque e surpreender a defesa dos Gones. Entretanto, a situação deu uma leve mudada, logo aos 8’ da etapa final do jogo.

Em jogada construída pelo lado esquerdo, Samuel Umtiti avançou, sofreu falta, mas antes de cair conseguiu tocar para Ghezzal sair em disparada até a linha de fundo e realizar o cruzamento. Na área, Alexandre Lacazette não titubeou e mandou logo um baita tiro de primeira, de pé direito. A bola entrou no canto direito de Ochoa, que tentou chegar nela, mas sem eficiência. 1 a 0.

O OL quase aumentou a vantagem no lance seguinte. Gonalons finalizou de cabeça após escanteio, mas o goleiro mexicano, dessa vez, salvou no reflexo. E o Ajaccio não se abateu. Resolveu responder em seguida. Primeiro com Faty, de cabeça, após cruzamento em cobrança de falta. Vercoutre salvou bem, com a ponta dos dedos. Em seguida, O ACA tentou novamente e, agora sim, conseguiu o empate. Cavalli não deixou Bisevac dar o chutão, robou a bola e passou para Belghazouani. O meia marroquino entrou na área e bateu colocado, no canto esquerdo de Vercoutre, que dessa vez não conseguiu chegar a tempo. 1 a 1 no placar do François Coty.

Pouco tempo depois, o Ajaccio resolveu jogar o futebol que ainda não havia apresentado até então. Pressionava o Lyon em busca da virada e fazia por onde. A defesa do OL, bagunçada, não conseguia segurar o ímpeto dos jogadores córsegos. E a virada não demorou a aparecer. Em boa jogada de Belghazouani pela direita, ele achou Cavalli se aproximando do bico da grande área. O meia do Ajaccio recebeu e cruzou de primeira para Mutu. O romeno venceu Umtiti e Lovren no alto e contou com a falha de posicionamento de Vercoutre. Era a virada após cochilo da defesa do OL. 2 a 1.

Mesmo depois da entrada de Yoann Gourcuff no lugar de Fofana, o Lyon não conseguia encontrar a criatividade que faltava. O ex-jogador do Bordeaux entrou muito apagado na partida e não foi o suficiente para dar sustância e volume de jogo no setor ofensivo do OL. A defesa dos Gones, quando recuperava uma bola na frente, preferia arriscar o “chutão” ao sair jogando com os homens de meio-campo. E essa estratégia, obviamente não funcionava muito bem.

Mais pra perto do final da partida, Rémi Garde colocou Anthony Martial no lugar de Rachid Ghezzal. Posteriormente foi a vez de Clément Grenier substituir Steed Malbranque. As alterações não surtiram um efeito muito desejável. Não mudou o contorno da partida. Entretanto, ocasionalmente, Gomis, faltando cinco minutos para o término do jogo, foi derrubado na área. Ele mesmo partiu para a cobrança e Ochoa conseguiu evitar o empate. Mais demérito para o centroavante do OL do que méritos do goleirão mexicano.

Nos últimos minutos o Lyon ainda martelou. Tentou um gol na base do abafa, mas foi ineficiente naquilo que tentava. No outro lado, o Ajaccio ainda conseguiria marcar mais um gol no apagar das luzes. Oliech, em posição de impedimento, entrou em velocidade dentro da área e foi derrubado por Dejan Lovren. O árbitro Lionel Jaffredo marcou pênalti e expulsou o zagueiro croata do Lyon. Na cobrança, Mutu fez o que Gomis não conseguiu. Ajaccio 3 a 1.

Situação da 23ª rodada sem os dois últimos jogos da rodada: Montpellier x Reims e Marseille x Nancy

Agora o PSG é líder disparado do Campeonato Francês e o Ajaccio subiu uma colocação na tabela. Próximo adversário: Lille, pela 24ª rodada da Ligue1, domingo próximo, dia 10/02/13, às 18h. Até lá.

FOTOS: FranceFootball / L'Equipe / olweb.fr / Ligue1.com

GOLS DA PARTIDA:

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