sábado, 16 de agosto de 2014

Mesmo quebrando tabu de 9 anos, Lyon sofre primeira derrota na temporada

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


OL não marcava gol na casa do Toulouse desde 2005. Hoje, conseguiu marcar mas, ainda assim, saiu como derrotado na partida




Stade Muncipal de Toulouse, segunda rodada do Campeonato Francês 14/15. O Lyon visitava o time da casa não só com a missão de buscar sua segunda vitória consecutiva na competição, mas também para quebrar um tabu que já durava mais de 9 anos: fazer um simples gol neste estádio. Para tentar cumprir a missão, o OL tinha dois elementos que contavam a seu favor: a preparação física (o Lyon já havia jogado três partidas oficiais na temporada, sendo duas delas pela Liga Europa) e o fato de já estar vindo embalado pela vitória contra o Rennes poderia ser um fator de animação a mais.

Para tentar para o Lyon, o técnico do TéFéCé, Alain Casanova, adotou uma formação tática não muito usual na Europa e no Campeonato Francês em específico: o 3-5-2.  Contudo, independentemente da formação tática, a grande força do Toulouse estava concentrada no seu ataque, formado pelos ariscos Wissam Ben Yedder e Martin Braithwaite. Apesar da derrota na primeira rodada, diante do Nice, ambos deixaram seus tentos no marcador. Os donos da casa ainda contavam com o retorno do colombino Abel Aguilar, que não havia jogado na partida de estreia da competição. Veja abaixo a formação tática do TFC:




Sem poder contar com vários meias armadores (Grenier, Gourcuff, Malbranque e Fekir), o Lyon tinha poucas armas a sua disposição para enfrentar o Toulouse. Além da turma da criação, o setor defensivo também estava prejudicado sem Dabo, Bedimo e Bisevac, o jovem Tolisso acabou tendo que jogar improvisado na lateral esquerda. Contudo, ainda assim, o Lyon tinha um time ajeitado e os remendos não tiram o favoritismo dos visitantes. Abaixo, você pode ver como ficou a formação tática do OL para enfrentar o TéFéCé:




Apoiado por sua torcida, o Toulouse começava a partida com mais ímpeto e vontade dentro de campo. Logo nos primeiros minutos, Braithwaite provou por que era preciso ter cuidado com ele. O jogador dinamarquês recebeu  bola quase na pequena área e finalizou como dava. O goleiro do Lyon, Anthony Lopes, precisou se esticar todo para defender o chute no canto esquerdo e mandar para escanteio. Era a primeira grande chance do jogo.


Ainda nos minutos iniciais, o zagueiro do TFC, Spajic, se chocou com o goleiro do próprio time, Boucher, e precisou receber atendimento dentro de campo. O jogo precisou ser interrompido por alguns três minutos, o que deu uma diminuída no calor do jogo. Naquele momento, o OL procurava aparece mais no jogo e isso favoreceu ao time da casa, que conseguia segurar um pouco mais o adversário no campo de defesa.


Em uma dessas tentativas de saída do Lyon, Jean-Daniel Akpa-Akpro robou bola no meio de campo e acabou armando um rápido contra-golpe. Antes de sair em disparada, ele chegou a deixar a bola com Óscar Trejo, que passou para o lateral de novo que saiu em franca arrancada em direção ao gol de Lopes. Até o momento da trajetória, ninguém parou o jogador, que tocou sutilmente na saída do goleiro do OL, abrindo o placar. 1 a 0 Toulouse.


O gol serviu para o Lyon dar uma acordada no jogo. O time estava apático antes de sofrer o tento. A partir de então, o time de Fournier tentou sair mais pro jogo e quase empatou a partida em um lance de bola parada, em oportunidade criada quase em seguida ao gol tomado. Gaël Danic fez a cobrança do tiro livre e, ao tentar cruzar, acabou cobrando em direção ao gol de Boucher. Contudo, a defesa do TFC fez o corte, evitando o perigo iminente.

Quando o OL tentava retomar o controle do jogo, equilibrando a partida e evitando as subidas repentinas dos donos da casa, o time acabou perdendo uma de suas principais peças: Samuel Umtiti. O zagueiro, ao tentar proteger uma bola na saída da linha de fundo, acabou sofrendo um encontrão de William Matheus e já caiu no chão sentindo a parte posterior da coxa. Ele até tentou permanecer em campo, mas não havia como. Lindsay Rose entrou em seu lugar.


Após a perda de Umtiti, o Lyon não conseguia mais se encontrar em campo. Sofria para articular qualquer jogada ofensiva e ainda dava muitos espaços para o adversário surpreender em seu campo de defesa. Durante todo o primeiro tempo, só trouxe um ou dois trabalhos para Boucher. O golpe final, na primeira etapa, apareceu aos 45’. Ben Yedder cobrou falta e, quando todos esperavam uma bola cruzada na área, ele bateu direto pro gol e surpreendeu Lopes. Era o segundo gol da partida. O segundo do Toulouse! 2 a 0.

No retorno para o segundo tempo, os times não fizeram nenhuma alteração nos vestiários, embora o Lyon tenha adotado uma postura diferente para trabalhar seu futebol dentro de campo. Por questões naturais, o time voltou mais solto, procurando mais o jogo. E isso, consequentemente, dava espaços para o Toulouse trabalhar ainda mais firme nos espaços que já existia. Definitivamente, o jogo ficava mais aberto e com possibilidades de mais gols aparecerem na etapa final.


As duas primeiras oportunidades criadas pelo Lyon no segundo tempo não foram boas o suficiente para incomodar Boucher. A primeira foi construída por Gaël Danic. Que recebeu bola no meio-campo, arrancou em disparada e bateu de fora da área, na região intermediária. A bola passou pela esquerda da meta. Posteriormente, foi a vez de Jallet assustar. Ele tentou cruzar pra área e a bola, antes de chegar em N’Jie, foi cortada por Spajic, que quase mandou contra sua própria meta.

Percebendo que faltava qualidade na criação do time, Hubert Fournier fez a segunda alteração no time. Tirou Gaël Danic – que até se esforçou na partida – e colocou Farès Bahlouli, que é outro meia armador e que possui muito potencial técnico.  Casanova também mexeria no seu time e por duas vezes. A primeira, foi por opção: Veskovac deixou o campo e deu lugar a Moubandje. A outra, foi por lesão. William Matheus sentiu uma lesão em disputa de bola com Lacazette e deu lugar a Sylla.


Minutos depois, Fournier fez sua última alteração e colocou Yattara no lugar de N’Jie. Agora, com Bahlouli e Yattara em campo, o OL estava melhor. Tinha mais qualidade no passe e mais inteligência na frente. E não à toa logo surgiu o gol! Em jogada que passou pelos pés de Tolisso, Bahlouli, Ferri, um corta luz de Yattara e finalização de Lacazette. Um momento de extrema lucidez do ataque dos Gones, que naquele momento tinha mais 15 minutos de bola rolando para buscar um empate.

E a ideia era, realmente, essa. Buscar o campo adversário e tentar o gol da igualdade de todas as formas possíveis. Entretanto, o time ainda pecava pela ineficiência no ataque e era extremamente frágil na defesa. Não tinha segurança alguma para avançar suas linhas de marcação e tentar uma pressão em massa contra a defesa do TFC. E quando isso acontecia, o contra-ataque dos donos da casa era praticamente fulminante. O perigo era sempre iminente para a defesa do OL.


Mesmo com quatro minutos de acréscimos apontado pelo árbitro Bartolomeu Varela, o Lyon não conseguiu reunir forças para empatar a partida. Definitivamente, N’Jie e Danic não podem mais ser titulares do time quando se tem Bahlouli e Yattara como opções. Aos poucos, Fournier precisa ir percebendo suas peças fundamentais no elenco e priorizá-las. Em campeonato de tiro longo, como a L1, não se pode perder pontos e em partidas teoricamente fáceis como esta.

O Lyon agora volta o seu foco para a Liga Europa. Enfrentará o Astra Giurgiu, da Romênia, em mais uma fase eliminatória da competição. O jogo será no Stade Gerland, na próxima quinta-feira, dia 21, às 15h30, horário de Brasília. Até lá!

FOTOS: olweb.fr


GOLS DA PARTIDA:


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Um comentário:

  1. Time foi mal, como você disse faltou um armador, e eu começaria com Bahlouli no lugar do Danic, de qualquer modo se o time quiser brigar por vaga na UCL, a rodada não foi ruim. Achei que o Fournier deveria ter começado com o Rose no lugar do Kone, de qualquer modo que a equipe se recupere na próxima rodada.

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