domingo, 9 de agosto de 2015

Lyon e Lorient colocam bolas na trave, mas não saem do zero

Filipe Frossard Papini
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Na estreia das duas equipes na temporada da Ligue1, ambos ficaram devendo e o resultado é uma nítida falta de preparação e ritmo de jogo



O Lyon não começou a temporada com o pé direito, isso é um fato. Teve uma pré-temporada que assustou os torcedores, perdendo quatro jogos dentre os cinco disputado – sendo um deles uma derrota por 6 a 0 diante do Arsenal. Não bastasse isso, disputou a Supercopa da França, no Canadá, diante do PSG e foi vítima fácil dos parisienses que venceram por 2 a 0 e com o pé no freio o jogo inteiro. O início péssimo fez o OL se agitar no mercado. Morel e Beauvue, que já estavam no elenco, fizeram companhia ao recém chegado Rafael (ex-Fluminense e Manchester United). Além dele, Mapou Yanga-M’Biwa (da Roma) e Mathieu Valbuena (do Dinamo Moscou), devem fechar a qualquer momento. Isso porque o jogo diante do Lorient, pela primeira rodada, nem havia acontecido ainda. E o Gerland seria palco pra ele na tarde deste domingo.

Com a suspensão de Gonalons, e as lesões de Jallet, Rose, Fofana, Grenier e N’Jie, o time ganhou nova cara. Manteve o 4-3-1-2 com alterações. Rafael já ganhava sua primeira chance entre os titulares. Na esquerda, a dúvida entre Morel e Bedimo, acabou o camaronês levando a melhor. No meio de campo, Tolisso se tornou o primeiro volante e Malbranque herdou a vaga na linha de três. Na frente, Beauvue tinha oportunidade de jogar ao lado de Fekir e Lacazette – este último de contrato renovado e assumindo a braçadeira de capitão na ausência de Gonalons. Abaixo a formação do OL:




Sylvain Ripoll também tinha lá seus problemas para escalar os Merlus. Ao todo, quatro desfalques foram sentidos pelo treinador: Rafidine Abdullah, Rémi Mulumba, Didier Ibrahim N'Dong e Yann Jouffre, todos eles do setor de meio campo. Por outro lado, uma nova contratação já podia estrear e começava entre os titulares. Trata-se de Benjamin Moukandjo, atacante  vindo do Reims, que tem a esperança de se tornar a referência de gols da equipe. Além dele, outro homem de frente também foi contratado: Majeed Waris (vindo do Trabzonspor), este, por sua vez, apesar de ter sido relacionado, acabou não indo, sequer, para o banco. Abaixo os titulares do Lorient:




Férias na França e estádio não muito cheio. Talvez a presença pouco envolvente do Lyon na pré-temporada tenha afastado os torcedores do estádio. E isso colocava uma pressão na partida que, naturalmente, não deveria ter. Entretanto, aqueles que se faziam presentes cantavam a todo instante e apoiavam bastante o clube, com certa empolgação quando Rafael encostava na bola.


Ainda assim, o primeiro lance de perigo surgiu pelos visitantes. Em saída de bola errada, pelo lado direito o jovem Bouanga apareceu em velocidade pelo lado direito e, talvez pela falta de experiência, acabou finalizando mal e mandando pela rede do lado de fora. Após o susto, o Lyon incomodou duas vezes. A primeira com Fekir, depois de tabelar com Rafael e achar espaço. A bola desviada acabou indo pra fora. Posteriormente, Fekir cobrou falta por cima do gol.

A chance mais incrível do jogo apareceria aos 16’, quando Fekir finalizou e mandou na trave, no rebote, Lacazette bateu firme e o defensor do Lorient cortou em cima da linha, mais um rebote e, dessa vez de cabeça, Lacazette mandou mais uma vez na trave. O lance só sossegou quando o goleiro Lecomte agarrou firme a bola e aliviou o perigo iminente, para desespero dos homens de frente do OL.


Apesar do Lyon se colocar melhor dentro de campo, ainda assim não exercia uma pressão muito grande. Ainda é nítida a falta de entrosamento entre Beauvue e os demais homens de frente e isso fazia com que várias oportunidades fossem desperdiçadas. Enquanto isso, o Lorient não se comportava como um time passivo. Tentava, a todo instante, achar seu espaço e criar chances e isso não raro acontecia.

Aos 36’, foi a vez do próprio Lorient criar sua melhor chance. Raphaël Guerreiro conseguiu aparecer sozinho após corte errado de Bisevac. O lateral franco-português entrou na área, conseguiu driblar o goleiro Lopes e, na hora de finalizar, bateu forte. Mas ele não contava com a destreza de Samuel Umtiti dar um ligeiro toque de cabeça, o suficiente para desviar a bola e sair pela lateral antes de tocar com força no travessão.


Para o segundo tempo, os times não voltaram com o mesmo ímpeto do primeiro tempo. Os times pareciam estar mais cuidados e menos propensos a deixar espaços para o adversário penetrar. E, com menos de 10’ da etapa final, o OL já fez sua primeira alteração. Colocou Arnold Mvuemba no lugar do já veterano Steed Malbranque, que praticamente sumiu durante o jogo.

Aos 13’, o OL teve a chance de abrir o marcador. Ferri fez ótima jogada pelo meio de campo, chegou perto da meia lua, limpou o defensor e foi interceptado pela zaga. No rebote, a bola sobrou limpa para Fekir na entrada da área. Ele tinha de tudo para fazer o que sabe muito bem fazer, mas bateu forte e alto, mandando muito em cima do gol do goleiro Lecomte. Foi a primeira oportunidade de gol da segunda etapa.


Com o OL pressionando um pouco mais e tentando buscar mais espaço no campo de ataque, o Lorient se viu um pouco acuado e precisava dar sangue novo. Romain Philippoteaux entrou no lugar de Benjamin Moukandjo. Depois foi a vez de Maxime Barthelmé substituir Raphaël Guerreiro. Mas, ainda assim, era o Lyon quem continuava a pressionar. Fekir, em jogada individual, bateria cruzado e colocava perigo na meta de Lecomte. Após o lance, Rafael saia no OL e dava lugar a Morel.

O Lyon continuava pressionado e buscando seus espaços. Mvuemba, que acabara de entrar, arriscou de fora da área e forçou um milagre do goleiro Lecomte, que foi buscar lá no ângulo, evitando aquele que poderia ser o primeiro gol do OL. Definitivamente, o goleiro dos Merlus fazia uma atuação digna de ser coroado como o melhor em campo. Evitou, ao menos, uns dois ou três gols claros do adversário. Enquanto isso, Ripoll esperava um placar positivo e colocava Traoré no lugar de Jeannot.


Faltando pouco menos de 15’ para o fim do jogo, Hubert Fournier queimou sua última alteração, colocando Rachid Ghezzal no lugar de Claudio Beauvue – outro que também não fez uma partida decente e perdeu muitas bolas numa tentativa de tabela com Fekir e/ou Lacazette. Na nova formação, o Lyon jogava num 4-3-3, com Lacazette centralizado, Fekir pela direita e Ghezzal pela esquerda.


Já perto do apito final, o Lyon, em um lance de bola alçada na área, acabou perdendo seu artilheiro Lacazette. O atacante subiu com Lecomte para disputa de bola e acabou sofrendo uma joelhada na lombar. Apesar da massagem e da aplicação de remédios na beirada do campo, ele não suportou continuar na partida e o OL terminou com um a menos o jogo contra o FCL.


Por fim, o Lyon sucumbiu aos seus próprios erros e o Lorient não conseguiu ter capacidade o suficiente para explorar a fragilidade demonstrada por seu adversário. O placar em branco foi sugestivo e merecido. As duas equipes apresentaram pouquíssimas armas para se projetarem em direção a abertura do placar. E em determinado momento, parecia que o empata era interessante para os dois dentro de campo.

O próximo adversário do OL será o Guingamp, ex-time do atacante Claudio Beauvue. O jogo será no próximo sábado, às 15h do horário de Brasília e válido pela 2ª rodada da Ligue1. Até lá!

FOTOS: olweb.fr / sports.fr


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