sábado, 27 de agosto de 2016

Lacazette se lesiona e Dijon esmaga o Lyon

Filipe Frossard Papini
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Enquanto o atacante artilheiro estava em campo, o OL tinha controle total do jogo, após sua saída, o time se perdeu e os donos da casa se aproveitaram da situação em de jogo de resultado inusitado




Para adentrar ao gramado do Stade Gaston Gérard, o Lyon inspirava moral. Tinha vindo de duas vitórias consecutivas no Campeonato Francês, com Lacazette marcando já cinco gols na competição e o goleiro Anthony Lopes sem sofrer gols. O curto retrospecto na competição era bastante favorável: OL com duas vitórias, Dijon com duas derrotas. Cenário perfeito para o time prosseguir na liderança e fazer valer pontos valiosos no princípio da competição para manter a competição parelha com o PSG. O time da casa, recém promovido da Ligue2, tinha somente a torcida ao seu favor como fator de vantagem.

Comandados por Olivier Dall’oglio, o Dijon tinha como claro objetivo não perder nessa partida. Um empate seria mais do que comemorado. Contudo, o treinador tinha três desfalques que seriam, certamente, peças do time titular: o defensor Bouka Moutou e os meias Belmonte e Marvin Martin, este último, considerado o craque do elenco. Ainda assim, o técnico armou o time no 4-4-2 variando para um 4-2-3-1 com muito poder de marcação e com homens rápidos na frente. A ideia, como todos os pequenos da Ligue1 fazem, era tentar surpreender no contra-ataque. Confira como ficou armando o Dijon:




Pelo Lyon, nenhum grande mistério. O time que Bruno Génésio escalou é o mesmo que pode ser considerado titular e que vem jogando de forma recorrente. Mesmo com o retorno de Christophe Jallet, o treinador optou por manter o brasileiro Rafael no lado direito. No miolo de zaga, o elogiadíssimo Mammana continuava esperando sua oportunidade no banco de reservas. Nas próximas semanas, o OL deve ganhar “um reforço”, quando Ghezzal voltar de lesão e resolver seus imbróglios contratuais. Disputaria, certamente, uma vaga no time titular. De todo modo, veja como ficou armado os Gones:




A superioridade qualitativa do Lyon era clara desde o começo do jogo. Antes mesmo dos 15’ de jogo, o OL já havia criado quatro ou cinco grandes oportunidades de gol claras. Duas delas muito bem evitadas pelo goleiro Reynet. A estratégia de contra-ataque do Dijon pouco incomodava e o time, defensivamente, dava inúmeros espaços para os homens de frente do time visitante fazer suas tabelas e chegar com perigo.

O gol parecia claramente uma questão de tempo. O Lyon praticamente fazia o que queria no seu setor ofensivo. As trocas de passes entre Fekir, Lacazette, Darder, Rybus e Cornet deixavam a zaga do Dijon a ver navios. Mas não foi com tabelas que o OL abriu o placar. Aos 19’, Darder arrancou em velocidade, entrou na área e bateu rasteiro. Reynet defendeu e deu rebote para Tolisso aparecer no segundo pau e fazer 1 a 0!

Cheirinho de goleada era sentido no Gaston Gérard. Parecia que era o momento do OL crescer ainda mais no jogo e fazer valer seu favoritismo monstro naquele momento. Mas não foi exatamente isso que aconteceu. O atacante do Dijon, Julio Tavares, recebeu em profundidade e com muita velocidade deixou os zagueiros pra trás. Quando entrava na área, foi derrubado por N’Koulou. Pênalti marcado, amarelo para o zagueiro do OL – que era pra ter sido expulso – e cobrança convertida por Sammaritano. 1 a 1 com 24’ de jogo.

Tentando impor novamente aquele ritmo que tinha antes de abrir o placar, o Lyon voltava com tudo agitando seus homens de frente. Lacazette parecia estar jogando contra amadores e desfilava em campo. Por outro lado, Maxwel Cornet brincava de perder gols e se cobrava muito a cada bola desperdiçada. Perto dos 30’ de jogo, o Lyon parecia estar muito perto do seu segundo gol no jogo.

E foi exatamente isso que aconteceu. Lacazette estava impossível. A defesa adversária parecia crianças do bairro em comparação ao artilheiro do OL. Ele pegou a bola de fora da área, tabelou com Fekir, recebeu de volta e, de fora da área acertou o canto de Reynet com uma facilidade que saltava aos olhos. O 2 a 1 marcava o placar, mas já era para ter entrado outas três ou quatro bolas. Très facile, já diria o narrador.

O “muito fácil” tornou-se “muito complicado” minutos depois. Lacazette, logo após marcar o gol, desceu direto pro vestiário após sofrer uma pancada no joelho de Varrault. Valbuena entrou no seu lugar e imediatamente após a troca, o Lyon sofreu o empate. Sammaritano avançou pela direita, nas costas de Rybus e colocou na cabeça de Tavares. 2 a 2 em um primeiro tempo injusto.

Para a segunda etapa, o Lyon sem Lacazette perdia muito em qualidade ofensiva, assim como no moral. Os jogadores voltaram um pouco mais dispersos sem sua referência no ataque. Na defesa, o que já era um bate-cabeça no primeiro tempo, voltou ainda mais tumultuado. Aproveitando a deixa, Dall’Oglio mexeu e colocou ainda mais velocidade, com Bahamboula no lugar de Sammaritano.

Não muito tempo depois, Lees-Melou entrava no lugar de Diony enquanto Rybus deixava o campo no OL para dar lugar a Ferri. O Lyon queria a vitória a qualquer custo e sacrificou seu lateral esquerdo para colocar mais gente no meio de campo. O resultado acabou não surtindo muito efeito e tudo continuava no mesmo cenário: o Lyon com mais posse de bola e sem assustar. O Dijon saia em contra-ataque e sempre pegava a zaga de calça arriada.

Ainda assim, o gol da virada dos donos da casa aconteceria não em lance de contra-golpe, mas em uma jogada de bola parada. Em cobrança de escanteio, Bahamboula recebeu do corner  e chutou em cima de Gonalons. No rebote, ninguém conseguiu chegar e Bahamboula apareceu novamente, agora para colocar sutilmente no cantinho de Anthony Lopes. Um bizarro 3 a 2 apontava no placar!

Percebendo o cenário catastrófico, Bruno Génésio fez sua última troca, colocando Clément Grenier no lugar de Nabil Fekir. Do meio pra frente, naquele momento, o OL era uma bagunça só. Ninguém mais sabia suas funções. Não existia ninguém enfiado na área e jogadores batiam cabeça tanto do lado de campo quanto na entrada da área. Definitivamente, o time não estava preparado para jogar sem Lacazette.

Já perto do fim do jogo, faltando pouco menos do que dez minutos para o término, Mathieu Valbuena apareceu sozinho dentro da área após um passe magistral de Sergi Darder e mesmo estando somente frente ao goleiro, Reynet conseguiu levar a melhor sobre o atacante e fazer uma defesa importantíssima para manter a vitória do seu time. O OL assustado, tinha poucas oportunidades como esta para reagir.

A reação, além de não aparecer, ainda teve revés. O Dijon conseguiu ampliar antes mesmo do relógio apontar os 90’. Enquanto tocavam bola perto da área do OL, Lees-Melou recebeu na ponta da grande área, olhou pro gol e bateu colocado como quis. Sem marcação e com muito espaço, ele colocou a bola dentro do gol. Ela encostou na trave antes de entrar. 4 a 2, placar final. O time terá agora duas semanas para recuperar Lacazette e refletir o que aconteceu.

Os comandados de Bruno Génésio agora voltam aos gramados somente no dia 10 de setembro, um sábado, em função das datas Fifa. O jogo será contra o Bordeaux, no Parc OL, às 15h do horário de Brasília. Até lá!

FOTOS: FranceFootball / L'Equipe / olweb.fr 


OS GOLS DA PARTIDA:



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