domingo, 18 de março de 2018

Lyon vence o Marseille de virada no clássico e diminui vantagem sobre eles na tabela

Filipe Frossard Papini
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Final do jogo teve contornos épicos com virada, gol improvável, Mandada salvando e até uma leve confusão no fim do jogo. Distância do OL para o OM cai para dois pontos




Ao Lyon, só resta a Ligue 1. O Marseille, por sua vez, não decepcionou na Liga Europa e passou o carro por cima do Athletic Bilbao. Por isso, o time que hoje jogava no Vélodrome distribuía suas atenções na temporada e isso poderia ser o elemento que o OL precisava para entrar com foco total no confronto apelidado de “Choc des Olympiques”, ou simplesmente “Olympico”, que nada mais é do que o embate entre Olympique de Marseille x Olympique de Lyon. Em campo, no entanto, uma briga ainda maior: a disputa pela 3ª colocação da competição, que dá vaga nas eliminatórias da próxima edição da Liga dos Campeões.

Para tentar abater o OL em casa, o time do experiente treinador Rudi Garcia não tinha nenhum desfalque. Isso dava ao treinador a dura missão de ter que deixar nomes como Bedimo e Sertic em casa, sem sequer serem relacionados. No banco, também presenças importantes, de jogadores que poderiam ser escalados na grande maioria dos clubes da Ligue 1, como Sanson, Zambo Anguissa e N’Jié, além do ainda contestado Mitroglou, homem de área que tem sido importante em vários jogos para o OM na partida. No entanto, o time titular era quase irretocável. Veja:




Na expectativa de surpreender o seu segundo maior rival, fora de casa, Bruno Génésio tinha seu principal jogador como desfalque: o capitão Nabil Fekir. O meia precisou passar, recentemente, por uma artroscopia e acabou não tendo condições de jogo durante o mês de março inteiro, tendo que voltar apenas no início de abril. Outra ausência, esta por opção, ficava por conta de Fernando Marçal. O lateral esquerdo brasileiro teve uma severa discussão com o treinador na beira do campo do último jogo, na eliminação diante do CSKA, e acabou sendo punido. Ainda assim, houve surpresas na escalação, como a presença de Cornet no lugar de Memphis Depay. Olha só como ficaram os 11 iniciais do OL:




A atmosfera do Stade Vélodrome é uma coisa fora de série. E empurrado por esta populosa torcida, o Marseille começava o jogo de forma melhor e mais intensa. Teve duas oportunidades de gol onde seus jogadores acabaram caindo na área e a arbitragem, chefiada por Ruddy Buquet, não marcou nada de forma acertada. Mas isso mostrava a superioridade do OM no seu campo de ataque.

Antes dos 15’ iniciais, era assombroso o que as estatísticas mostravam: o domínio do Marseille era superior a 81% de posse de bola. O OL praticamente assistia os donos da casa jogarem e quase marcar com um cruzamento onde Payet mandou por cima. O Lyon conseguiu responder também com um outro cruzamento. Quem fez foi Rafael e Mariano Díaz acabou tendo uma finalização errada e mandando pelo lado esquerdo de Mandanda.

O Lyon tinha dificuldades, e isso era um fato. Dificuldades para, inclusive, ter a bola aos pés. Não conseguia aparecer pelo lado esquerdo do campo, apenas com Rafael dobrando junto com quem fosse que aparecesse por ali e, geralmente, era Ndombélé. Traoré, mesmo que jogando pelo setor, era pouco acionado. Da mesma forma que Cornet não aparecia do outro lado. Enquanto isso, o Marseille tinha toda paciência do mundo para tocar a bola e achar espaços.

Traoré apareceu somente aos 27’, quando recebeu uma bola de Mariano Díaz e, depois do cochilo incrível da defesa do OM, apareceu sozinho na meia lua e na entrada da área. Ele avançou um pouco e bateu dali mesmo. Era uma boa finalização, no cantinho, mas Mandanda apareceu preciso para evitar a melhor chance no jogo até ali. Na sequência, Germain tentou responder, mas o chute fraco não assustou Lopes.

Mesmo com o OL criando algumas oportunidades, era inegável que o OM era quem dominava o gramado. A confirmação de que os marseilheses eram melhores apareceu aos 32’ de jogo, quando conseguiram abrir o placar. A jogada foi criada em bola parada, com cobrança de falta cruzada por Payet. Ele colocou na segunda trave, onde Rami escorou para a área novamente e lá estava o outro zagueiro Rolando, para completar de perna direita. 1 a 0!

Logo após o jogo, o Marseille precisou fazer sua primeira troca. Hiroki Sakai sentiu dores e precisou deixar sua vaga para Bouna Sarr. Mas o Lyon queria crescer no jogo. Aos 39’, Cornet recebeu na área e colocou no ângulo. Mandanda, como sempre, buscou. No rebote, a bola bateu na trave e Traoré – já em impedimento – mandou uma furada homérica. No entanto, no lance seguinte, Cornet não perdoou. Um belo cruzamento de Ndombélé o serviu como assistência. Ele completou antes da bola desviar em Rami e entrar. 1 a 1!

O segundo tempo foi diferente. Começou totalmente o oposto do que começara o jogo: era o Lyon quem detinha o comando da partida e, não à toa, conseguiu virar o placar logo aos 8’ de jogo. Em jogada de ataque quase despretensiosa, Traoré passou da direita para Aouar no centro. O jovem talento da base do Lyon nem pensou duas vezes. Bateu de primeira dali mesmo, no cantinho. Mandanda até foi nela, mas não buscou: 1-2!

Naquele momento, toda a força que o OM demonstrava no comecinho do jogo foi por água abaixo. O time parecia desmoronado e nem a incessante torcida ajudava mais. O OL, com o comando do jogo, não se recuava e também não era tão superior assim, mas brigava. Traoré quase ampliou depois de passar driblando três defensores em sequência, já dentro da área. Só não fez por falta de capricho na finalização.

Com pouco menos de 20’ do segundo tempo marcando no cronômetro, o Lyon mexeu pela primeira vez. Génésio precisou tirar Cornet, que sentiu uma fisgada na parte posterior da coxa. Entrou Memphis Depay em seu lugar. Rudi Garcia também alterou, tirando um centroavante pelo outro. Saiu Germain e entrou Mitroglou. Era a segunda troca dele na partida. Mas era o OL quem incomodava de novo. Aouar apareceu novamente, agora pela esquerda e fez ótimo cruzamento para Traoré completar na pequena área. Resultado? Mais um milagre de Mandanda!

Antes mesmo dos 30’ do segundo tempo, Rudi Garcia queimava sua terceira mexida com Ocampos saindo e entrando Morgan Sanson. Dois minutos depois, Génésio coloca Ferri no lugar de Aouar, recuando um pouco seu time na sua segunda alteração. Essa troca, alterava, inclusive, o modo como o time jogava. OL agora dava mais campo pro OM, que chegou até a marcar um gol que a arbitragem, acertadamente, levantou a bandeira de impedimento. O time de Garcia começava a gostar do jogo de novo.

Cornet, Aouar e Morel eram, disparadamente, os melhores do Lyon no jogo. Com Génésio tirando os dois primeiros da partida, a apatia tomava conta do time novamente. E isso não ficou impune. Claro que o Marseille se aproveitaria da situação e iria colocar o bonde todo na frente. E foi assim que saiu o gol de empate. Mitroglou aproveitou uma bola mal rebatida pela defesa e, no ar, ganhou de todo mundo para encobrir Lopes de cabeça: 2 a 2!

Quando tudo parecia perdido para o Lyon, com o OM pressionando em busca do terceiro gol, o time desapontado com o empate e o setor ofensivo dormindo, eis que um gol cai dos céus e resolve a situação para o OL. Em um chutão, Mariano Díaz ganha no alto de Rami. Na sequência, é Memphis quem disputa no ar com Rolando e também ganha. A bola vai caindo sutilmente no ângulo de Mandada, que não chega! 3 a 2 aos 89 e consolidada a vitória no Olympico para o OL.

Em função das datas Fifas, não haverá rodada do Campeonato Francês na próxima semana. Boa parte das seleções iniciam suas preparações para a Copa do Mundo da Rússia e, por isso, o Lyon só volta aos gramados no dia 1º de abril. As portas do Groupama Stadium serão abertas para receber o Toulouse, pela 31ª rodada da Ligue 1. Partida marcada para às 17h (horário de Brasília) do domingo. Até lá!

FOTOS: L'Equipe / olweb.fr / So Foot
CAMPINHOS: L'Equipe


GOLS DA PARTIDA:


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