domingo, 4 de outubro de 2020

Nem com um a mais! Expulsão de Payet no comecinho do jogo não ajuda o Lyon, que segue rotina sem vitórias

Filipe Frossard Papini
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Craque do Marseille foi expulso aos 18 minutos de jogo e, mesmo assim, o OL só conseguiu sair com um empate por 1 a 1, em casa, no clássico




Lyon e Marseille entravam em campo para fazer um dos maiores clássicos do futebol francês. Uns chamam de “Choc des Olympiques”, mas o nome que é mais difundido na França mesmo é “Olympico”, que nada mais é do que o encontro de dois Olympiques, o de Lyon e o de Marseille. Em campo, uma disputa não somente pelo jogo em si, pelos três pontos ou pelo orgulho de vencer o clássico. Também estava em cheque o ambiente do clube. Cinco jogos pra cada lado até aqui. Uma vitória do OL. Duas vitórias do OM. O começo de temporada nada agradável de lado a lado poderá ter um divisor de águas a partir de hoje e essa era a principal luta dentro de campo.

Para o duelo, o Lyon ousou. Rudi Garcia surpreendeu todo mundo em vários fatores. Primeiro, voltou a usar o 4-3-3. Mas na escalação, muitas supresas. Bard começava jogando na lateral esquerda. Thiago Mendes no meio de campo, deixando Bruno Guimarães no banco. Mais na frente, uma trica formada por Cornet, Toko Ekambi e Kadewere. Isso significava a opção de deixar Memphis Depay e Dembélé no banco. Uma decisão bem contraditória que deixou a torcida apreensiva antes mesmo da bola rolar. Ao menos Aouar começava jogando, mas o capitão ficou sendo Dubois – outra escolha diferente. Por fim, Paquetá também nos reservas, em sua partida inaugural. Veja a escalação inicial:


Já o Marseille do técnico André Villas-Boas veio com uma formação que não surpreendeu ninguém, nem mesmo a gente – que já havia previsto na publicação de ontem, de pré-jogo, o mesmo time que acabou indo a campo. O técnico português não inventou moda e, obviamente, mandou para o clássico aquilo que tinha de melhor no seu elenco. Com apenas um desfalque, Bouna Sarr, que deve inclusive sair do clube entre hoje e amanhã, o OM praticamente estava completo para o jogo. E ainda tinha a opção do jovem Luis Henrique, recém chegado do Botafogo, para entrar no segundo tempo. Assim ficou escalado:


Apesar da escalação confusa e contraditória, o Lyon era quem começava bem melhor o clássico. Pressionava, queria jogar com a bola e, diferentemente dos últimos jogos, conseguia criar perigo com ela. Com dois minutos de bola rolando, por exemplo, Dubois teve uma chance clara de empatar, mas acabou isolando a bola dentro da pequena área, quase. Depois, Aouar criou uma chance de cruzamento que passou por todo mundo e Toko Ekambi quase desviou.

A media que o OL ia pressionando, o Marseille parecia cada vez mais acuado. Porém, o bom time de Villas-Boas tinha força ofensiva para mudar isso. E precisou apenas de uma primeira chegada. Foi pelo lado direito, com Thauvin. Ele fez o que quis com a defesa dos Gones passou fácil e achou Payet entrando na área. Mesmo pressionado, o camisa 10 bateu com uma categoria que lhe é peculiar e colocou suave no cantinho. 15’ de jogo: 1 a 0!


Só que a alegria dos marselheses iria durar muito pouco tempo. Em um lance totalmente fora de disputa, Payet acabou acertando um pontapé fortíssimo no tornozelo de Dubois. A árbitra – a primeira mulher a apitar um clássico, diga-se – Stephanie Frappart, acabou dando o cartão amarelo e foi consultar o VAR em seguida para avaliar uma possível expulsão. Rapidamente ela aceitou o pedido e acabou mandando Payet para o chuveiro com 18’ de bola rolando. Um golpe duríssimo para o OM.

É claro que a força que o Marseille tinha criado com o placar aberto, se esvaia de imediato. E o Lyon, que havia começado bem o jogo, queria se aproveitar disso. Continuava atacando. Continuava chegando. E continuava incomodando Mandanda. Mas faltava – como já vem sendo de praxe nesse começo de temporada – a finalização. E isso o Lyon não vinha conseguindo nem com Kadewere e nem com Toko Ekambi, os mais responsáveis por isso em campo.


Aos 26’ de jogo, o Lyon tentava mais uma dessas incursões que acabavam virando jogada pelas pontas e, Melvin Bard, após receber em profundidade, entrou na área e foi até o fundo. Quando ia cruzar, recebeu um pontapé de Álvaro González que acabou se convertendo em pênalti sem a árbitra precisar consultar o VAR. Na cobrança, Houssem Aouar, que vinha sendo a principal peça do Lyon no jogo, converteu no cantinho: 1 a 1!

Já no finzinho da etapa final, o Lyon teve sua chance de virar o jogo, e até conseguiu balançar as redes. Tino Kadewere aproveitou um lance de escanteio e, após chutaço de Toko Ekambi que parou nas mãos de Mandada e depois na trave, a bola sobrou para o zimbabuano sozinho na linha do gol. Ele só teve o trabalho de empurrar. Mas o VAR pegou posição de impedimento de Ekambi e o lance foi acertadamente anulado.


No segundo tempo, o Lyon voltava melhor, até mesmo pela sua superioridade numérica. E o Marseille não agredia mais. Villas-Boas precisava mexer no time, já que havia uma iminência de tomar um gol a qualquer momento. Aos 15’ do 2º tempo, então ele mexeu. Colocou dois jogadores de uma vez: Gueye e Radonjic entraram nos lugares de Kamara e Benedetto, respectivamente.

Ao mesmo tempo em que o técnico português se viu na situação de ter que mexer seu time, Rudi Garcia também tinha e essa iminência, já que precisava marcar para comprovar a superioridade numérica desde o comecinho do jogo, com a expulsão de Payet. Terminar o jogo empatado e com um a mais, seria estranho. Por isso, o técnico do OL também mexeu com Bruno Guimarães e Memphis Depay nos lugares de Caqueret e Cornet, respectivamente.


Mesmo com a superioridade numérica e também técnica, o Lyon dependia muito da individualidade e não tinha um sistema de jogo muito consolidado. Brigava pelo espaço, conseguia avançar as linhas, mas não sabia o que fazer no último terço do campo. Depositava todas as suas expectativas em jogadas de linha de fundo e cruzamentos que quase sempre não terminavam em nada.

Aos 31 do 2º tempo, o Lyon teve mais um gol anulado. Em bate-rebate na área após mais um cruzamento, Aouar conseguiu aproveitar o rebote, mas acabou disputando bola com Mandanda. A arbitragem entendeu que houve falta do meio-campista do OL no goleiro do OM e acabou invalidando o gol. Na sequência, os dois técnicos mexiam de novo. Primeiro, Villas-Boas vinha com Lopéz no lugar de Thuavin. Depois, no OL era a vez Dembélé entrar, para a saída de Kadewere.


O tempo passava e o OL não conseguia fazer o que tinha que ser feito. O gol não aparecia e as chances se tornavam cada vez mais pautadas pelo nervosíssimo. As mexidas tardias também culminavam num tempo muito curto de reação. Já perto dos 40’ do 2º tempo que Garcia queimou suas últimas mexidas, com Diomandé e Cherki para a saídas de Marcelo e Toko Ekambi. Não seria neste domingo a estreia de Lucas Paquetá, inclusive.

As tentativas de alçar bola na área, ou cruzamentos rasteiros, se tornaram frustrações. Enquanto isso, o OM queria uma bola e quase fez com um bom chute de Rongier de fora da área. Para o OL, nem mesmo os quatro minutos de acréscimos foram suficientes, com Memphis Depay errando um chute sozinho ainda no último lance do jogo. Mais um empate e mais um resultado frustradíssimo.


O foco do Lyon agora segue sendo no Campeonato Francês. Mas desta vez, vai visitar o cambaleado Strasbourg pela 7ª rodada da competição. O duelo será somente no dia 18 de outubro, daqui a duas semanas, às 15h do horário de Brasília. A paralisação ocorre em função de mais uma data Fifa, onde jogam as seleções. Até lá!

FOTOS: ol.fr | om.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


OS GOLS DO JOGO:
(se o vídeo acima não rodar. CLIQUE AQUI)

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