quarta-feira, 10 de março de 2010

E a humildade falou mais alto... mais uma vez.

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Lyon marca faltando dez minutos para o fim, e mesmo com o empate, desclassifica o Real Madrid em pleno Bernabéu


FOTO: pt.uefa.com

Segunda mão das oitavas de finais da Champions League. O palco era o imponente Santiago Bernabéu. 80 mil fanáticos prestigiando o, até então, jogo mais importante para as duas equipes no gramado. Real Madrid e Lyon prometeram, no pré-jogo, uma dedicação formidável e estavam dispostos a acabar com a “sina das oitavas”.

Manuel Pellegrini, apesar de perder Marcelo, Benzema e Xabi Alonso para a partida, contava com a volta do experiente Guti. Veja a formação inicial:




Visitando a Espanha, o treinador do Lyon, Claude Puel, preferiu utilizar o mesmo time que jogou a primeira partida. Contudo, no banco havia um desfalque importante: Michel Bastos, machucado, sequer viajou. Dê uma olhada no esquema tático inicial dos franceses:


FOTOS: L'Equipe

Ao soar do apito, o Real Madrid, nos primeiros segundos já realizou o seu primeiro ataque. No entanto, Hugo Lloris apareceu para acalmar os ânimos.

Mas a pressão madrilenha continuava. Aos 5’, Cristiano Ronaldo avançou e recebeu um ótimo passe de Guti. O português foi bem mais rápido que o brasileiro Cris e chutou rasteiro. Lloris falhou e o Real abria o placar.

Depois de marcar, o Real Madrid se sentia literalmente em casa. O Lyon até tentava, mas não conseguia achar espaços para penetrar. Enquanto Cristiano Ronaldo e Arbeloa deitavam e rolavam pelo lado direito de Réveillère. Kaká também era uma presença positiva no time espanhol, porém muito bem marcado por Toulalan.

Higuaín, em dois lances seguidos poderia ter mudado a partida. O jovem argentino, aos 25’, conseguiu driblar Hugo Lloris, mas na hora de finalizar acertou a trave. Logo depois, o mesmo Higuaín causou perigo ao OL, mas dessa vez o arqueiro dos Gones estava esperto e evitou o que seria o segundo tento do Real.

O primeiro tempo inteiro se manteve assim. A pressão dos donos da casa era formidável e sufocante. O Lyon, jogando de forma medrosa até ensaiava alguma reação, mas quando a bola chegava ao reduto máximo do ataque – conhecido como Lisandro – voltava com uma velocidade supersônica.


FOTO: Sports.fr

Delgado e Govou não eram os mesmos guerreiros da primeira partida e pareciam estar presos à pressão do caldeirão madrilenho.

Necessitando de alguma mudança drástica, no segundo tempo, Claude Puel voltou com duas alterações. Gonalons e Källström entraram no lugar de Boumsong e Makoun respectivamente. A princípio era uma mudança que não surtia efeito algum no ataque, mas que poderia liberar um pouco mais os laterais.

Nos dez primeiros minutos da etapa final, enfim o Lyon mostrou poder de reação, mesmo que pequeno. Chegou algumas vezes ao gol de Cassillas, mas em nenhum momento assustou os adeptos presentes.

De fato, ao longo do segundo tempo, o Lyon foi evoluindo e mostrando mais futebol do que foi apresentado no primeiro tempo. Jogava no erro do Real, que acima de tudo perdia boas oportunidades para emplacar um bom ataque para liquidar o embate.

Com Toulalan jogando de zagueiro, o Lyon ganhava mais estabilidade e confiança no setor defensivo. Gonalons entrou bem e fazia boa dupla com Källström. Ambos ligados no jogo e dispostos a reverter o resultado.

Pellegrini, querendo o segundo gol, colocou Van der Vaart no lugar do apagado Granero. Mas o efeito não foi o esperado.

Aos 35’ do segundo tempo, o pesadelo chegou aos sonhos do Real Madrid. O bósnio Pjanic empatou a partida e conseguiu botar um “cala boca” nos 80mil presentes. Nesse instante, faltando 10’ para o fim, o time de Kaká e cia, precisava marcar dois gols para se livrar do Lyon.


FOTO: Terra.com.br

Raúl entrou no lugar de Kaká, para quem sabe esboçar uma reação, mas o ânimo dos galáticos se esvairia. A torcida tentava empurrar, mas não era o suficiente.


FOTO: Marca.com

O brasileiro Ederson ainda entrou em campo, no lugar do autor do gol. Enquanto isso Diarra substituía Arbeloa e o Real iria pra cima , mesmo afoito.

Nos acréscimos, Lisandro ainda perdeu um gol cara-a-cara com Cassillas. A pressão falou mais alto e ele chutou pra longe. Depois Delgado ainda cometeu um erro semelhante. Mas mesmo assim, o resultado de 1 a 1 classificava os franceses.

Com o apito final sendo soado, o Lyon classificava em pleno Bernabeu, e calava a boca de muitos, mas muitos madrilenhos que cantaram vitória precocemente na mídia (ver, aqui no blog, o post anterior). Caiu o mundo dos galáticos. O Lyon passa para as quartas de finais e deixa o time espanhol amargando mais uma vez a eliminação nas oitavas.

FOTO: aujourdhui-en-france.fr


Real Madrid 1-0 Lyon: Cristiano Ronaldo



Real Madrid 1-1 Lyon: Miralem Pjanic

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