sábado, 29 de janeiro de 2011

E cai a invencibilidade de 13 jogos

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Após um primeiro tempo sonolento, Valenciennes dá um show no início da segunda etapa e quase sofre o empate no fim de jogo. Mas provou qualidade e mostrou as falhas do OL.




Depois de cair para o Nice, em uma partida protagonizada por dois ex-jogadores do Lyon, agora o time de Jean-Michel Aulas só possui duas competições a vista: Liga dos Campeões, onde o adversário será o portentoso Real Madrid de José Mourinho e a Ligue1, competição até então liderada pelo Lille. Invicto há 13 jogos no campeonato nacional, o time de Claude Puel parece estar determinado a voltar a ganhar títulos.

Jogando fora de casa, o Lyon, ainda desfalcado pelo brasileiro Ederson, dessa vez também não poderia contar com o zagueiro Dejan Lovren, por conta de uma suspensão. A formação tática permaneceu inalterada em relação aos demais jogos. A mudança, além de Diakhaté na zaga, era a entrada de Jérémy Pied entre os titulares e Lisandro Lopéz começando entre os reservas.




Pelo lado do Valenciennes, o técnico Montanier possuia seis desfalques e até um dia antes da partida, tinha dois jogadores em dúvida. Em 16º colocado na tabela, o VAFC tinha uma árdua missão de quebrar uma ótima sequência do quarto colocado Lyon, e ainda se superar em campo, sem alguns jogadores essenciais. Dossevi, Danic e Pujol eram as três principais armas para tentar abater o adversário.




No início de jogo, o Lyon era um pouco melhor. E parecia saber administrar a bla com um pouco mais de inteligência. Por outro lado, o Valenciennes quando tinha o domínio chegava com mais rapidez e atacava, sem muita cerimônia. Era mais objetivo.

O primeiro lance de perigo veio aos 22’, quando Cissokho cortou um passe de maneira esquisita. A bola foi para o alto e em direção ao seu próprio gol. Na área estava Pujol, que recebeu praticamente um passe de bandeja. Sem deixar a redonda cair no chão, o atacante do Valenciennes arriscou de primeira e Lloris abusou do reflexo. Ótima defesa.

Aos 29’, mais um ataque forte do VAFC. Dessa vez, um contra-golpe rápido. Danic chegou pela esquerda e fez um cruzamento venenoso. Lloris conseguiu evitar, mas a bola sobrou para Pujol, que sem querer a encostou e jogou para a linha de fundo.

Pelo lado do Lyon, as melhores chances eram puxadas pelo brasileiro Michel Bastos, na ponta direita. O lado esquerdo, até então servidos de Källström e Pied, era nulo e não aparecia muito. Percebendo essa dificuldade, Puel provavelmente pediu para que os dois pontas jogassem invertendo os lados do campo, como já é de costume. Feito isso, Pied apareceu um pouco mais no jogo, mas Bastos ainda continuava sendo a principal válvula de escape.

Aos 43’, jogada do OL pela direita, novamente puxada por Michel Bastos. Na área, ele encontrou Pied, que por sua vez disputou a bola com o zagueiro. O rebote sobrou para Gourcuff, que bateu de primeira e mandou, de forma displicente, para fora. Definitivamente foi um primeiro tempo para se esquecer. Um futebol murcho, sem brilho e com advento do frio, e escorregões no gramado.

Com a chegada da segunda parte, notava-se que o Lyon continuava com os mesmos problemas. Meio-campo de armação nulo. Pied com dificuldades para aparecer, Gomis saindo muito da área para buscar jogo e Michel Bastos disposto, mas bem marcado. No primeiro ataque do Valenciennes, aos 49’, Danic entrou na área e recebeu uma rasteira de Toulalan. Muita força na jogada e sem alcançar a bola. O árbitro Sébastien Moreira apontou pênalti e ainda amarelou o camisa 28 do OL.

Na cobrança, Bisevac foi pra bola. Chutou com muita força, no meio-alto do gol. Sem chances para Hugo Lloris. Valenciennes abria o placar no Stade Nungesser.

Aos 54, o VAFC faria o segundo, no entanto, o gol foi anulado. Gomis (do Valenciennes) fez ótima jogada no meio, limpando quatro jogadores. Achou Bong na direita que cruzou bem. Novamente Cissokho se atrapalhou ao cortar o lance, que sobrou pra Danic. Na disputa com Lloris, o atacante se deu bem e no rebote e Dossevi empurrou ao gol. Mas Moreira marcou falta na disputa entre Danic e Lloris. Gol invalidado.

Aos 58, o Valenciennes marcaria o segundo, e dessa vez, não seria anulado. Danic roubou a bola no meio campo, e rapidamente ligou um contra-ataque muito veloz. Sanchez puxou pela direita e encontrou uma defesa desarrumada. Passando pelas costas dos defensores, estava Pujol, que recebeu e fez. Valenciennes 2 a 0.

Após o segundo gol, imediatamente Gourcuff foi substituído por Lisandro. Os ânimos dos jogadores do OL não eram dos melhores. Cris se desentendeu com Pujol e quase saíram as vias de fato. E com o desandar do jogo, os donos da casa provavam sua superioridade em campo e buscavam o terceiro.

Aos 68’, o Lyon dava seu primeiro chute ao gol na segunda etapa. Gomis armou a jogada, lançou Pied na direita. O atacante do Lyon cortou pro meio de chutou com força. Sem problemas para Penneteau. Um minuto depois, foi a vez de Bastos. Em jogada semelhante a anterior, mas dessa vez Pied cruzou e encontrou o brasileiro. Sem deixar a bola cair, chutou e Penneteau fez bela defesa. No rebate, Gomis quase completou, mas a bola passou ao seu lado e não deu para chegar a tempo.

O Lyon pressionava e queria deixar o vexame de lado. Apertado por Cissokho, Bisevac na sua linha de fundo fazia uma proteção de corpo. O lateral do OL conseguiu roubar, tocou para Lisandro. O argentino viu Michel Bastos entrando pela ponta. O brasileiro, melhor em campo pelo Lyon, chutou de perna esquerda, dessa vez Penneteau não segurou. 2 a 1.

Com a entrada de Lisandro, o time do Lyon demonstrava querer buscar o empate. Tudo levava a crer que isso aconteceria. Mas as esperanças quase foram por água abaixo, quando pela terceira vez na partida, Cissokho fez lambança. Dessa vez o lateral tocou a bola pro meio da área e Pujol entrava sozinho, cara-a-cara com Lloris. O goleiro do OL se saiu bem, mas a bola iria continuar com o atacante adversário, quando Cris chegou e deu um chutão para espalhar o perigo. Imediatamente após o lance, Cissokho saiu para a entrada de Briand e Pujol deixou o gramado, dando lugar a Samassa. Puel queria o gol de empate, e Montanier tirava seu melhor jogador, aparentemente cansado.

Aos 86, Lyon já com Delgado no lugar de Pied, o Lyon quase chegou ao gol de empate. Falta e Michel Bastos na cobrança. Cruzamento pra área e linda cabeçada de Toulalan. Penneteau fez uma defesa MILAGROSA! Lembrou Gordon Banks na Copa de 70 (ver no vídeo no fim do post, aos 5min40seg). A torcida aplaudiu e os jogadores do Lyon não acreditavam no lance.

Aos 92’, mais um lance incrível. Lyon todo no ataque. Réveillère recebeu um passe de frente ao gol. Arrematou com muita força, a bola ainda desviou na zaga, antes de Penneteau fazer outra plástica defesa, digna de placa. Definitivamente o goleiro do VAFC foi o responsável pela vitória do seu time.

A derrota do OL mostrou, acima de tudo, que o time de Puel entrou com certa confiança exagerada. Fez um péssimo primeiro tempo e um catastrófico início de segundo. A entrada de Lisandro foi primordial para a reação e Gourcuff provando que vive sua pior fase na carreira. Precisa de alguma injeção de ânimo e calibrar o pé. Jérémy Pied é novo, promissor, mas não tem qualidade para integrar os titulares, ainda mais para deixar Licha no banco.

Próximo adversário: Lyon e Bordeaux, no Stade Gerland. Dia 06/02/11, próximo domingo. Jogo válido pela 22ª rodada da Ligue1, às 18h de Brasília.



Situação da Ligue1 logo após o jogo do Lyon



FOTOS: olweb.fr/ L'Equipe / Ligue1.com


HIGHLIGHTS da partida:

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