domingo, 17 de janeiro de 2016

Pelo placar mínimo, Saint-Étienne vence o clássico

Filipe Frossard Papini
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Em noite pouco inspirada do ataque do Lyon, ASSE apareceu uma vez, em falha da defesa adversária, e fez o que devia ser feito




A Ligue1 teve sua rodada encerrada neste final de semana com  a honra de receber o tradicional Derby du Rhône, o duelo entre Saint-Étienne x Lyon. Era o 100º encontro entre os dois times em Campeonatos Franceses e isso só colocava ainda mais tempero na partida que já começava com ares de decisão. Isso se deve ao fato dos rivais, além de todo folclore, também disputam posições diretas na tabela e, hoje, o possível vencedor poderia alcançar a 5ª colocação na tabela e brigar de vez pela parte de cima da tabela. Outro elemento que colocava emoção ao jogo era o encontro entre os treinadores Christophe Galtier e Bruno Génésio que, segundo a mídia francesa, hoje são considerados melhores amigos e com passado de trabalharem juntos no próprio Lyon, na equipe de staff em um passado recente.

Na tentativa de bater sua amizade, Galtier entrou em campo com uma formação muito parecida com a que Génésio gosta de utilizar: o 4-3-3. Sem poder contar com o lateral Assou-Ekotto, o zagueiro e capitão Loïc Perrin, o meia Romain Hamouma e o atacante Nolan Roux, o treinador do ASSE usou Polomat, Bayal Sall, Corgnet e aproveitou o retorno de Bahebeck para lança-lo no ataque ao invés de Eysseric, que vinha atuando. Abaixo, é possível ver como ficou montada a formação do Galtier:




Pelo Lyon, as boas notícias vem chegando aos poucos.  O time que acabara de anunciar a venda do atacante Claudio Beauvue, contava com os retornos de Valbuena (já disponível pro jogo e iniciando no banco) e Fekir, que retorna aos poucos a treinar. Com exceção deles, somente Bedimo poderiam ser considerados os titulares ausentes. Isso significava que o OL vinha com grande força para o derby, mas um pouco mais cansado, pois atuou no meio da semana pela Copa da Liga na derrota para o PSG. Na imagem abaixo é possível ver os 11 iniciais escolhidos por Génésio.




Como não poderia ser diferente, o clássico começou bastante disputado. O Lyon, por ter um elenco ligeiramente melhor, dava as cartas no início, mas a intensa pressão da torcida da casa fazia o contrapeso e a posse de bola do OL era um mero detalhe diante de um verdadeiro clima de clássico. O ASSE também chegava, mas com menos intensidade que o Lyon. E isso indicava que o jogo seria acirrado até o fim.

Desde quando assumiu o Lyon no comecinho do ano, Bruno Génésio tem utilizado Rachid Ghezzal jogando pela direita. A estratégia é simples: aproveitar a perna canhota do meia e deixar que ele sempre bata pro gol quando tiver oportunidade de penetrar pelo meio. E foi isso que permitiu os primeiros chutes ao gol dos Gones no jogo. Faltava somente caprichar na pontaria.

Nos primeiros 25’ de jogo, a estratégia do Lyon parecia ser mais facilitada pelo lado direito do campo. Além do próprio Ghezzal caindo por ali, Jallet, Ferri e Lacazette faziam trocas de posições que permitiam uma melhor penetração pelo setor. A dificuldade era o último passe. O caminho não era tortuoso, mas encontrar o clarão para bater pro gol ou fazer a assistência era a grande dificuldade.

O primeiro tempo se resumiu em uma ampla vantagem do Lyon com posse de bola e pouca efetividade. O ASSE até começou tentando, mas passou grande parte da etapa inicial se defendendo das tentativa de ataque do OL, com Lopes praticamente não trabalhando de forma efetiva. A grande sorte do time da casa é que os Gones encontravam muitas dificuldades para chegar próximo do gol.

E quando isso aconteceu, lá estava Stéphane Ruffier apareceu de forma heroica para salvar o ASSE. Em jogada pelo lado esquerdo do ataque do OL, Morel fez o cruzamento rasteiro, Lacazette deixou passar e na finalização, Ghezzal apareceu chutando quase caindo e, mesmo assim acertou o alvo. Ruffier, se esticando todo, fez uma defesa maravilhosa, no contrapé e evitou que o placar fosse aberto.

Para a segunda etapa, o Saint-Étienne tentava mudar seu ímpeto. Não apareceu com alterações de imediato, mas se lançava com uma postura ligeiramente mais ofensiva sem trocar peças. Mas se no Lyon faltava qualidade na frente para definir as jogadas, no ASSE isso era duplamente mais complicado e uma jogada de escanteio era motivo para levantar os torcedores das cadeiras.

Ainda assim, foi o Lyon quem apareceu com mais perigo na etapa final. Rachid Ghezzal, dessa vez pelo lado esquerdo do campo, recebeu bola e sambou pra cima do lateral Théophile-Catherine. Quando apareceu a brecha, ele bateu com muita força. A bola ainda desviou no defensor antes de explodir no travessão, surpreendendo a todos, até mesmo o goleiro Ruffier, que nesta contou com a sorte e já estava batido no lance.

Aos 23’ do segundo tempo, apareceu a primeira alteração do jogo. Galtier resolveu a dúvida que tinha antes do jogo e trocou Bahebeck por Eysseric. O ex-meia do Monaco entrava para mudar a formação tática do ASSE, que passou do 4-3-3 para o 4-2-3-1, sendo ele o responsável direto  pela ligação do meio com o ataque. Uma solução teoricamente inteligente, analisando o cenário do jogo. Minutos depois, foi a vez de Génésio colocar Valbuena em campo, voltando de lesão, e tirar Ferri.

No momento em que Galtier aproveitou pra fazer sua segunda troca ao tirar o alterado Lemoine para colocar Cohade, o Lyon vacilou de forma fatal, na saída de bola, quando Umtiti jogou na fogueira para Tolisso que não dominou. Na sequência do lance, Søderlund aproveitou e apareceu sozinho na área. Lopes ainda tentou sair aos pés do atacante para evitar o gol, mas foi em vão. 1 a 0 para o time da casa!

Com desvantagem no placar, o Lyon não via outra alternativa ao se lançar ainda mais para o ataque. A consequência é que isso gerava é uma maior abertura no setor defensivo. E por muito pouco o ASSE não explorou isso. Faltou categoria para Søderlund não ampliar. Ele recebeu de Cohade e, dentro da área, bateu em cima de Monnet-Paquet, que evitou o gol do seu próprio time.

Precisando do resultado, Génésio lançou Aldo Kalulu no lugar de Grenier e partia para o 4-2-4. Galtier trocava um atacante por outro, tirando Søderlund e colocando Neal Maupay. Mas o Lyon era quem dava mais respostas dentro de campo. Ghezzal era, disparado, o jogador mais perigoso do OL, mas faltava o gol e Ruffier fazia de tudo para evita-lo, demonstrando muita técnica e habilidade, para delírio do Geoffroy-Guichard lotado.

Nos acréscimos, Bruno Génésio tentou sua última cartada, tirando Jallet e colocando Cornet, jogando na kamikaze 3-2-5. O abafa não deu muito resultado. Em uma noite em que Lacazette não brilhou, isso refletiu demais no restante do time, que não soube aproveitar as chances. Os quatro minutos de acréscimos não foram suficientes. Nem se fossem dez. Não era dia do Lyon, mas também não era do ASSE. A diferença é que os Verts estavam com a sorte na noite deste domingo.

E a maratona de jogos do OL continua. Mais uma vez terá um jogo no meio de semana. O adversário agora será o modesto Chambly Thelle, pelos 16 avos de final da Copa da França. É partida eliminatória e será no Stade des Marais. O jogo será na quarta-feira, dia 20/01, às 15h30, horário de Brasília. Até lá! 

FOTOS: sport.fr /L'Equipe / olweb.fr


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