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O Chambly não exerceu qualquer dificuldade ao time do Lyon, que jogou de forma muito burocrática e fez o básico para avançar para as oitavas
A rodada do final de semana não foi das melhores para o Lyon. Apesar de ter jogado claramente melhor, acabou sendo derrotado pelo seu maior rival em um jogo em que o único gol saiu de um erro inesperado na saída de bola da defesa. Isso claramente acaba atrapalhando a moral do grupo, que vinha em ascensão. E a oportunidade de reverter este quadro aparecia hoje, na quarta-feira, diante do pequeno Chambly Thelle, que joga o National, equivalente a 3ª divisão do Campeonato Francês. Mas nem tudo era flores. O Chambly não chegou aos 16 avos de final à toa. Antes disso, bateram o Reims, da Ligue1, por 4 a 1. Então era algo a se ficar de olho.
Treinado por Bruno Luzi, irmão do presidente do clube, Fulvio Luzi, o Chambly é um time que começou como um juntado amador da região e acabou dando certo em função de uma gestão muito competente e que sempre visa a vitória. Não à toa não param de subir divisões e possuem metas ambiciosas para a Ligue2 em curto prazo e Ligue1 em médio prazo. A postura ofensiva era possível ver neste jogo de hoje contra o Lyon. Diferentemente do comum entre duelos de “grandes x pequenos”, Luzi colocou o 4-3-3 e foi pra cima do Lyon:
Também no 4-3-3, Bruno Génésio sabia que o time adversário não estava ali a passeio. Justamente por isso, não poupou muitas peças. Com leves dores no joelho, Umtiti não tinha sido nem relacionado. E para o banco, ele deixou Jallet, Ferri, Grenier e Ghezzal descansando um pouco. Naturalmente, Koné, Rafael, Darder, Valbuena e Cornet começaram jogando, o que não diminuía o poder do OL e a sua enorme força sobre o adversário naturalmente mais fraco, pelo menos no papel. Veja como ficou:
Sob forte frio na cidade de Beauvais, perto de Paris, o Chambly precisou mudar seu mando de campo por possuir um estádio com uma capacidade pouco maior que mil espectadores. Mas, ainda assim, a torcida compareceu e ainda contou com o auxílio da cidade vizinha. Lotação praticamente completa em uma noite de quarta-feira de quase neve na França. E como não poderia ser diferente, a pressão dos torcedores era bem forte.
Todos estes fatores externos podem ter mexido um pouco com os dois times no começo do jogo. O Chambly, tímido, não conseguia impor seu jogo e deixava o Lyon jogar. O OL, por sua vez, demorou um pouco para achar um caminho mais cômodo e, enquanto isso, tinha problemas para acionar Lacazette, que jogava praticamente sob a vigilância de dois zagueiros que não o deixavam fazer suas tabelas e suas jogadas individuais.
O Lyon só conseguiu aparecer com efetividade quando outro jogador menos visado acabou roubando o protagonismo. Isso aconteceu aos 20’. Sergi Darder recebeu perto da entrada da área, partiu pra cima com muita verticalidade, driblou um adversário, levou no fundo e cruzou pra área. Com uma marcação frouxa, Maxwell Cornet apareceu fechando o passe e antecipando-se ao zagueiro para marcar o primeiro do jogo. 1 a 0, Lyon!
O gol foi um forte gol que o Chambly não soube assimilar. Se eliminar o OL já era difícil, com um gol de vantagem, os ânimos já não ajudavam mais a dar aquele gás e ficar com a atenção redobrada. Por isso, dois minutos após o primeiro gol sofrido, o Chambly sofreu o segundo e de forma bem similar. Lacazette aproveitou uma saída de bola confusa dos donos da casa, partiu pra cima dos defensores pelo lado esquerdo do ataque, rolou pra trás e Valbuena teve tempo de dominar antes de colocar no canto e ampliar. 2 a 0!
Aos 36’, o jogo precisou ser paralisado por atendimento médico ao goleiro do Lyon, Anthony Lopes. Ele antecipou uma jogada de perigo do Chambly e dividiu feio com o capitão Heinry, que pisou em seu tornozelo e quase tirou o português da partida. Os médicos do OL ficaram cerca de três minutos em campo para realizar o atendimento e, por pouco, Gorgelin não saiu do banco. E o jogo, que já estava frio, esfriou ainda mais e perdurou assim até o intervalo.
Antes de voltarem para o segundo tempo. Três trocas: uma em cada time. Pelo Lyon, saiu o autor do primeiro gol, Maxwell Cornet, e entrou Aldo Kalulu. Pelo time da casa, saiu Hamidou Ba e Opa Sangate para as entradas de Ibrahim Sangaré e Gaharo Doucouré. Sangaré tinha mais qualidades ofensivas e que, naturalmente, joga como meio de campo pelo lado direito e, agora, entrava na lateral direita para com poder evoluir mais por aquele setor.
Mesmo aumentando o seu ritmo e intensidade no jogo, o Chambly ainda não tinha qualidades o suficiente para bater a defesa do Lyon. O ataque muito lento e com pouca qualidade técnica era fácil de ser segurado até mesmo pela defesa torta, composta por Rafael, Yanga-M’Biwa, Koné e Morel, que errou muito durante todo o jogo e quase entregou gols em lances difíceis de acreditar.
Aos 27’ do segundo tempo, o Lyon mexia pela segunda vez. Era a vez do autor do outro gol deixar o campo. Mathieu Valbuena deixava o gramado para dar lugar a Arnold Mvuemba. Apesar de fazer a mesma função taticamente, Mvuemba tem uma característica mais defensiva e poderia dar um pouco mais de poder de marcação pelo OL no lado esquerdo, justamente onde Luzi tentou ganhar força.
O Chambly queimava sua última alteração cinco minutos depois, colocando Yann Le Picard no lugar do camisa 10, Thomas Martin. A probabilidade de uma inversão no placar não permitia o time da casa em sonhar muito. A torcida também pensava dessa forma e quase já não cantava ou fazia barulho como antes. Além disso, as poucas oportunidades criadas pelos mandantes eram desperdiças em lances que quase beiravam o bisonho.
Já aos 37’, Bruno Génésio queimava a última alteração do jogo tirando Corentin Tolisso e entrando Jordan Ferri. Alteração puramente burocrática e que não surtiria nenhum efeito prático. Mas era um retrato do Lyon que já cozinhava o jogo, não buscava mais gols e se dava por satisfeito com um 2 a 0 no placar, haja visto que o adversário até conseguia chegar, mas não tinha praticamente qualquer qualidade pra finalizar.
Perto do fim, o Lyon poderia fechar o caixão com um 3 a 0, mas Lacazette desperdiçou uma chance de ouro que normalmente não desperdiçaria. A jogada começou com Sergi Darder no meio de campo. Ele viu o atacante se deslocando e com um único passe, rasgou toda a defesa do Chambly e achou Lacazette sozinho, de frente com o goleiro. Ele fez tudo certo e bateu cruzado. A bola passou tirando tinta da trave esquerda.
Com exceção deste último lance, o ritmo do jogo manteve-se pragmático até o apito final. O Lyon avança para as oitavas de final da Copa da França e interrompe o sonho do Chambly. O adversário dessa outra fase da competição será conhecido em breve, em sorteio realizado pela FFF. As partidas desta próxima etapa do torneio será disputada entre os dias 09 e 10 de fevereiro.
O OL retoma seu foco para o Campeonato Francês. E depois de ter que enfrentar o clássico na 21ª rodada, agora terá o Choc des Olympiques na 22ª. O Marseille será o visitante do Parc OL no dia 24/01, domingo, às 18h do horário de Verão de Brasília. Até lá!
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