domingo, 8 de novembro de 2020

Ele sonhou e realizou! Tino Kadewere sai do banco e marca dois na virada do Lyon diante do Saint-Étienne no clássico

Filipe Frossard Papini
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Ontem, o atacante de Zimbábue tinha dito que havia sonhado que faria dois gols no derby. Promessa cumprida e vitória do Lyon após um primeiro tempo apagado




Tarde no Brasil, noite na França. O que importa é que era domingo de clássico na França. E clássico dos bons. Para muitos franceses, o maior e com mais bagagem de todo o país gaulês. Em campo, o Lyon abrindo as portas do Groupama Stadium para receber o seu maior rival, que pegou uma estrada de 50km para enfrenta-lo: o Saint-Étienne. Por conta da pandemia, uma partida sem as festas (e confusões) de parte a parte das torcidas organizadas. Mas ainda assim, um jogo carregando aquela áurea e o charme de um duelo de gigantes, com peso de camisa e muita história para contar.

De um lado, um Lyon outrora combalido e pior no campeonato, mas que já vem em uma ascensão interessante na competição e agora com foco direto na parte de cima da tabela. De desfalques, não muita coisa. Somente o suspenso Marcelo e o lesionado lateral De Sciglio. Isso permitiu que Rudi Garcia ousasse e colocasse em campo um time não muito igual ao que vinha optando. Caqueret, Bruno Guimarães e Dembélé voltaram ao time titular. Denayer, que vinha machucado, também retornava. Na imagem abaixo é possível ver como o OL vinha para esse início de clássico:


O Saint-Étienne, por sua vez, vive um momento diferente na temporada. Também de fora de todas as competições internacionais, o time do ex-treinador do OL, Claude Puel, parece ter forças somente para tentar evitar uma luta pelo rebaixamento nessa temporada. Somado a isso, o treinador ainda tinha vários problemas de departamento médico. Debuchy, Maçon, Retsos, Boudebouz e Nordin não estavam presentes e sequer viajaram. Mas Moukoudi e Trauuco estavam de volta. E isso era motivo de comemorar. Junto a isso, pela primeira vez, o volante Gourna-Douath começava jogando. Assim ficou escalado:


Como já era de se esperar de um bom clássico, ele começou bem movimentado. Logo no primeiro minuto, o ASSE assustou em bola parada. Cruzamento de Aouchiche fez a bola passar por todo mundo e chegar em Camara, que aparecia fechando na segunda trave. Ele conseguiu o cabeceio, mas Lopes apareceria logo de cara para fazer sua primeira intervenção. A primeira de muitas.

A resposta do OL apareceu quase dez minutos depois, e com rede balançando. Moussa Dembélé recebeu em profundidade e não teve muito trabalho para aparecer sozinho frente a frente com Moulin e colocar no cantinho, mas em posição de impedimento e acertadamente anulado pela arbitragem. Um lance que poderia ter dado contornos bem diferentes ao jogo se tivesse sido confirmado.


Mas não se engane, o Saint-Étienne era melhor no começo do jogo. Era quem mais conseguia criar oportunidades, principalmente em lances de velocidade. O ASSE dava campo para o OL jogar e deixava Bouanga e Abi espertos para ligarem os contra-ataques. E a ideia de Claude Puel vinha funcionando. Os Verts tiveram pelo menos três oportunidades, antes dos 20’ de abrir o placar, mas faltou detalhe.

Aos 31’, o Lyon teve mais uma jogada de perigo. Em lance de bola parada, Dembélé recebeu cruzamento na área e subiu mais alto que todo mundo e balançou as redes de novo. E mais uma vez foi anotada a posição de impedimento. Irretocável a interferência da arbitragem novamente e o centroavante do OL mais uma vez estava avançado. Tirando esses dois momentos de anulação, o OL praticamente não incomodava o goleiro Moulin.


A primeira chance real de gol do Lyon, fora os dois lances interrompidos pela arbitragem, aconteceu só aos 36’ de jogo. Em boa jogada pela direita com Dubois, Caqueret e Toko Ekambi. Na conclusão, Dembélé mandou por cima. Minutos depois, outra chance. Essa claríssima e a melhor do OL no 1º tempo. Aouar saiu sozinho em contra-ataque contra Moulin e na hora de finalizar foi pressionado e o goleiro do ASSE se deu melhor no lance.

A resposta do ASSE veio literalmente na sequência, com Bouanga. Ele recebeu em bola aérea e acabou forçando Lopes a executar mais um milagre. Mas na sequência do lance, o mesmo Bouanga seguiu jogo e ao tentar fazer um cruzamento, meio chute, acabou acertando uma finalização em direção ao gol, enganando Lopes, que tentou tirar e acabou colocando para o próprio gol: 1 a 0 aos 40’ da etapa inicial.


Na volta do segundo tempo, o Lyon logo de cara percebeu que o ASSE não diminuiria o ritmo. Muito pelo contrário. Voltaram melhores e ainda criando chances, como o chutaço do volante Neyou logo no comecinho do 2º tempo. Por isso, Rudi Garcia mexeu muito rapidamente, antes mesmo dos dez minutos. Colocou logo três nomes: Lucas Paquetá, Thiago Mendes e Tino Kadewere. Saíram Bruno Guimarães amarelado, Aouar sentindo dores e Dembélé, pistola com a mexida.

As mexidas surtiram efeito. E surtiu de forma rápida. O Lyon conseguiu chegar ao empate ainda aos 20’ do segundo tempo. E foi através de uma linda jogada ensaiada. Em cobrança de falta na entrada da área, Memphis Depay toca curto para Cornet aparecer atrás da barreira. Ele dá sequência ao lance e faz a assistência para Tino Kadewere antecipar-se a zaga e marcar de letra. Um belíssimo gol! 1 a 1!


Logo após o empate, Claude Puel fez sua primeira mexida no Saint-Étienne. Colocou em campo Hamouma no lugar do bom Aouchiche, que vinha sendo um dos principais jogadores do time em campo. Mas foi o Lyon quem quase marcou em seguida. Em lance de contra-ataque, Caqueret apareceu na entrada da área para finalizar e foi prensado. No rebote, Toko Ekambi bateu de primeira e acertou a trave de Moulin!

Não satisfeito com o gol de empate, o Lyon queria mais. As mexidas foram certeiras. E o segundo gol não demorou a sair. Uma jogada individual de Tino Kadewere pela esquerda, ele fez o que quis com o marcador, entrou na área e na hora de finalizar meio sem ângulo, o goleiro Moulin esperou o cruzamento e deu espaço para o atacante zimbabuano finalizar. E foi isso que ele fez e virou o jogo: 2 a 1!


Depois do gol, várias mexidas. Primeiro, Claude Puel colocou Khazri para a saída de Abi. Depois, foi Rudi Garcia quem abriu mão de Cornet por Bard. Na sequência, mais duas mexidas no ASSE com Mouffek e Rivera, tirando a dupla amarelada, Gourna-Douath e Youssouf. Em meio a essas mexidas, Anthony Lopes faria mais um milagre, ao salvar o resultado com uma defesa com os pés, na finalização de Hamouma.

Perto do fim do jogo, Rudi Garcia colocou Jean Lucas na sua última tacada e tirou Caqueret. No primeiro lance do brasileiro no jogo, ele pôs a mão na bola e o VAR pegou pênalti. Mas Bouanga foi pra bola e acabou chutando pra fora, já perto dos 45’ do 2º tempo. Os cinco minutos de acréscimos fizeram o ASSE pressionar bastante. Quase marcaram com Camara, mas o jogo terminou com a vitória do OL no clássico mesmo. Um verdadeiro jogaço, com todos os requintes de um derby, inclusive princípio de treta no finalzinho.


Depois da tensão do clássico e tudo que o circunda, o Lyon agora vai ter um período de paz e calmaria. A data fifa dará praticamente duas semanas de folga para o OL, que volta aos campos somente no dia 22 de novembro. Jogará fora de casa, no Stade Raymond Kopa, em partida válida pela 11ª rodada do Campeonato Francês. O duelo será num domingo, às 14h do horário de Brasília. Até lá! 


FOTOS: ol.fr | ASSE.fr | Getty Images
CAMPINHOS: Ligue1.fr


OS GOLS DA PARTIDA:
(se o vídeo acima não rodar. CLIQUE AQUI)

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