Filipe Frossard Papini
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Ausências de lado a lado deram a tônica de um jogo diferente entre os times, mas foram os brasileiros do OL quem ditaram o jogo
O Lyon entrava em campo pelo ano de 2022 pela primeira vez. E o confronto não era moleza, pela frente o sempre forte PSG. Mas dessa vez, um PSG lotado de desfalques, assim como o próprio Lyon. O novo surto de Coronavírus, somado ao fato do início da Copa Africana de Nações, deixaram os dois times com exatamente 18 jogadores de fora, algo espantoso, mas que não diminuía o brilho do espetáculo. De um lado o líder isolado, de outro um OL querendo sair da 13ª colocação.
Em campo, esse time do Lyon veio com uma formação que Peter Bosz vem usando de forma recorrente: um 3-4-3. Cherki, que aparecia nas prévias como titular, iniciava no banco de reservas. Entre os desfalques, o time tinha três atacantes na CAN: Slimani, Kadewere e Toko Ekambi. Machucados, Denayer e Diomandé, dois zagueiros. Testado positivo por COVID, Thiago Mendes. Fecha a lista Reine-Adélaïde, se recuperando de cirurgia. Veja como ficou a escalação:
A lista de desfalques do PSG era gigantesca. Só de Covid, ficavam de fora Draxler, Di Maria, Donnarumma, Kurzawa e Lettelier. Messi está recuperado da doença, mas o técnico Pochettino preferiu poupá-lo. Pela Copa Africana de Nações, assim como o OL, eram três desfalques: Gueye, Hakimi e Diallo. Fora isso, tinha Neymar, ainda se recuperando de lesão no tornozelo. No banco para esse jogo de hoje, o técnico argentino praticamente levou todo mundo do time B, tamanhos desfalques. Assim ficou os titulares:
O palco desse duelo, Groupama Stadium, recebia nesse domingo somente 5 mil presentes, por questões sanitárias na França. E esses poucos sortudos conseguiram ver um início de jogo bastante movimentado. Logo nos primeiros minutos Aouar teve uma chance ótima pelo lado esquerdo, mas bateu sem ângulo e viu Navas fazer uma boa defesa ainda aos seis minutos de jogo. A resposta veio logo em seguida com um chute de fora da área de Herrera.
Mas a grande explosão de euforia aconteceu no minuto seguinte. Uma linda jogada do Lyon, que começou lá atrás nos pés de Anthony Lopes, passando por dois jogadores antes de chegar em Bruno Guimarães, que achou um passe mágico para Lucas Paquetá. O ex-Flamengo conseguiu aparecer entre Paredes e Dagba para receber e tocar no cantinho de Navas, sem chance para o goleirão: 1 a 0!
Depois de abrir o placar, o Lyon começou a dar mais campo para o time visitante conseguir impor seu ritmo de jogo. E quando a gente falar de PSG, o ritmo é realmente mais intenso e com chances reais de gol. E esse “quase gol” veio com Marquinhos, depois de rebote. Da entrada da área, ele quase encobriu Lopes em bola que foi desviada. Era a segunda grande chance parisiense no jogo.
Com o tempo, o time do Lyon conseguiu retomar seu espaço no campo e, apesar de jogar sem a bola, já não dava tantos espaços assim. E permanecia ligado no contra-ataque. Perto dos 35’ do 1º tempo, a bola sobrou para Aouar, que teve o campo todo para percorrer e Dembélé e Paquetá para conseguiu seguir o jogo como opções. Ele decidiu seguir sozinho e teve seu chute interceptado por Marquinhos.
Como atleta mais ativo do ataque parisiense, Mbappé era o jogador mais ativo e mais esperto. Principalmente nas saídas de bolas que não eram muito bem feitas do OL. Sempre ligado no lance, criava problemas para a defesa do OL. Aos 37’, ele quase marcou, quando recebeu um bom cruzamento de Dagba pela direita. Mas acabou passando da bola e, mesmo assim, teve perigo de gol quando Lukeba por pouco não marcou contra e mandou pela rede do lado de fora.
Antes do intervalo, o PSG continuava pressionando, mas faltava um pouco mais para tentar empatar. Mbappé era o único fora da curva para propor algo diferente e, de novo, ele ficou no quase. Em lance de rebote, ele chegou a dominar a bola, parar o jogo e colocar no cantinho com toda a categoria do mundo. A bola triscou a trave e saiu com muito perigo pela linha de fundo. O Lyon corria muito perigo com o placar curto.
Na volta do intervalo, a postura não mudou tanto. O PSG continuava querendo o gol, mas esbarrava na falta de qualidade e sentia a ausência dos desfalques. Icardi teve uma oportunidade aos nove minutos, quando recebeu bola cruzada e acabou chutando prensado na boa chegada do jovem Lukeba. Acabou finalizando por cima. Enquanto isso, o OL ficava de olho nos espaços que o Paris abria.
Foi através de um desses espaços abertos que o Lyon, por muito pouco, não dobrou o marcador. Foi uma jogada muito rápida de contra-ataque que chegou para Dembélé. Ele alcançou a área e bateu forte. Navas defendeu. A bola voltou, ele tentou novamente e virou aquele pinball com a bola pipocando para todos os lados até Caqueret perder a chance decisiva. Foi a segunda melhor chance do OL no jogo.
Perto dos 25’ do 2º tempo, os dois times mexeram. O Lyon vinha com apenas uma mudança, com Paquetá deixando o campo para dar lugar a Cherki. Mas o Pochettino fez três mexidas, tirando Dagba, Paredes e Herrera para as entradas de Kherer, Michut e Simons, lançando mão de dois jogadores muito elogiados das categorias de base. Enquanto isso, os até então inócuos Wijnaldum e Icardi permaneciam em campo.
A atitude do PSG de querer buscar o resultado, mesmo aos trancos e barrancos, acabou dando certo aos 31’ do segundo tempo. Após troca de passes na entrada da área, a bola acabou sobrando na direita. E por lá estava Kehrer sozinho. Ele bateu de primeira, o chute saiu bem mascado, mas a má batida fez a bola passar por cima de Emerson Palmieri e Lopes, que tentou chegar com os pés, viu a bola entrando: 1-1!
Claro que o jogo já apontando para o fim, o PSG queria buscar a virada, como foi inclusive no primeiro jogo lá no primeiro turno. Mbappé teve essa oportunidade em cobrança de falta que nem era frontal, era cruzada. Ele decidiu bater direto e a bola macetou a trave de Anthony Lopes, que sequer pulou na bola. Já estava vendido. Depois desse lance, o Paris fez sua quarta mexida, com Dina Embimbé no lugar de Wijnaldum.
No finalzinho do jogo, o Lyon teve a oportunidade de ficar na frente do placar novamente, em tabelinha criada por Aouar com Cherki, mas magistralmente Marquinhos fez um corte providencial, impedindo o drible de Cherki que sairia de frente para o gol. No último lance, Bosz abriu mão de Bruno Guimarães, exausto, e colocou o jovem Malo Gusto, que não teve nem tempo de encostar na bola.
O próximo compromisso do OL é somente no próximo domingo (16), quando irá enfrentar o Troyes, no Stade de l'Aube, às 13h do horário de Brasília. O jogo será válido pela 21ª rodada do Campeonato Francês com o Lyon ainda desesperado por pontos para poder sair do meio da tabela e começar a incomodar lá em cima. Até lá!
FOTOS: ol.fr | psg.fr
CAMPINHOS: L'Équipe
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