sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Lyon repete o que fez no final de semana e vence o clássico com placar mínimo e gol de pênalti

Filipe Frossard Papini
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Dembélé novamente foi o autor do único gol da partida que teve como protagonista o futebol ruim apresentado de parte a parte




A 22ª rodada do Campeonato Francês abrilhantou a audiência com o maior clássico do futebol deste país: Lyon e Saint-Étienne não só tem aquela rivalidade entre dois times, como também é um “pega pra capar” regional, com as duas cidades sendo separadas por poucos quilômetros e que sempre dá embates inclusive fora dos gramados. Dessa vez, com proibição da torcida visitante e com o estádio tendo somente 5 mil de capacidade em função das restrições sanitárias, o derby unia dois times desesperados por vencer. O OL para subir na tabela e o ASSE para sair da lanterna.

Em campo, o Lyon mandou um 3-4-3, tendo que improvisar o volante Thiago Mendes no miolo de zaga, já que tinha três zagueiros como ausência. Outra novidade para esse jogo era a presença de Kadewere no banco de reservas depois de retornar de Zimbábue na Copa Africana de Nações. Competição essa que inclusive ainda tira Slimani e Toko Ekambi da lista do OL. Completa as ausências o lesionado Denayer, aqueles que já treinam com bola, mas não estão 100%, Diomandé e Reine-Adélaïde, Emerson Palmeiri com Covid, além do suspenso Boateng. Assim ficou:


Se o OL tinha problemas com muitos desfalques, o ASSE era um caos. Ao todo, foram 11 ausências por diversos motivos. Só pela Copa Africana de Nações ficaram de fora Khazri, Bouanga, Moukoudi, Neyou e Sow. Ainda tinha Boudebouz, Benkhedim e Trauco fora por Covid. Fechava a lista o lesionado Gnagon e Mangala, recém chegado e ainda não disponível para o técnico Pascal Dupraz, que precisou convocar três jogadores da base para compor o banco: Mouton, Llort e Dieye. O time foi a campo num 5-3-2 e jogando sem atacantes de origem. Veja a escalação:


Com a bola rolando, rapidinho já se percebia quem iria mandar no jogo. Só o Lyon quem ficava com a posse. O time do ASSE não queria ter o jogo aos seus pés e quando o tinha, não sabia o que fazer com a bola. Mesmo com cinco defensores na primeira linha, tinha enormes dificuldades para segurar o OL, que pressionava bastante a saída de bola do adversário, que parecia que iria ceder a qualquer momento.

O Lyon até conseguiu abrir o placar rápido, mas não foi pressionando a posse do seu rival. O gol saiu de pênalti, aos 14’ de jogo. Dembélé recebeu em profundidade e conseguiu entrar na área, mas já estava apertado por três defensores. Mesmo assim, Kolodziejczak tocou o centroavante do OL dentro da área e o árbitro sequer consultor o VAR para analisar a marcação. Na bola, o mesmo Dembélé cobrou com categoria, deslocando Bernardoni: 1 a 0!


Depois de marcar o gol, o OL assumiu aquela postura que vem fazendo durante toda a temporada e que a torcida odeia: para de atacar, não agride mais e naturalmente adota uma postura bem mais recatada. E consequentemente acaba colocando panos quentes no jogo, tornando aquele placar uma situação complicada, já que sempre dá brechas para o adversário querer se apossar daquele momento.

Enquanto o ASSE parecia querer gostar um pouco mais do jogo e conseguir por a bola na área do OL pela primeira vez aos 34’, apenas quatro minutos depois o Lyon teve a chance clara de fazer o segundo. Foi com uma bola rasteira cruzada da direita para o centro. Houve um desvio, mas Dembélé conseguiu fazer um corta-luz onde a bola sobrou para Aouar sem marcação. Mas a finalização foi ruim e acabou facilitando para Bernardoni, que ainda assim fez uma grande defesa.


Aos 41’ do primeiro tempo, o Saint-Étienne finalmente teve sua primeira oportunidade de gol na partida. Uma bola alçada na área, tal como um chuveirinho. O volante Camara subiu praticamente sozinho e fez uma bela cabeçada na bola. Mais bonita que a finalização foi a defesa do goleiro Anthony Lopes do Lyon, que conseguiu segurar o placar e salvar aquele que seria o empate no clássico.

Antes do intervalo, o Lyon se viu forçado a fazer sua primeira mexida, quando Dubois – pela segunda vez no jogo – sofreu uma trombada de um próprio jogador do time. Na primeira, uma cabeça com cabeça com Damien da Silva. Depois, um encontrão com Dembélé que fez o nariz do lateral sangrar. Por uma questão de protocolos médicos e até o risco de concussão, Malo Gusto entrou no lugar do capitão, que passou sua faixa para Dembélé.


E se o Lyon mexeu antes do intervalo, o Saint-Étienne voltou para a segunda etapa com uma mudança. Sako, que já era previsto como titular nas prévias, entrou em campo no lugar de Aouchiche. Mas foi o Lyon quem assustou primeiro. Mais uma vez com Aouar e de novo uma finalização ruim do meia do Lyon. Ele recebeu na esquerda e, em disparada, bateu rasteiro. Bernardoni defendeu com os pés.

Rapidamente, os dois técnicos mexeram. Antes de Dupraz colocar Krasso e Thioub nos lugares de Maçon e Gourna-Douath, o Lyon já havia colocado Kadewere para a saída de Dembélé. E foi o mesmo Kadewere que teve uma boa chance minutos depois, quando recebeu em posição de impedimento, mas teve a oportunidade de finalizar e parar numa intervenção um tanto quanto esquisita de Bernardoni, mas que evitou o placar ser dobrado.


Em outra oportunidade, o Lyon incomodou aos 28’ da etapa final, quando Bruno Guimarães achou um passe mágico para Kadewere sair com tempo e espaço, frente a frente com o goleiro Bernardoni. Mas ele finalizou bem mal: rasteiro e fraco. O goleiro não teve muitas dificuldades para afastar. Era uma rara chance de conseguir dobrar o placar e conseguir jogar o restante do clássico com mais tranquilidade.

Dupraz lançava mão de Moueffek para saída do amarelado Youssouf, mas era de novo o Lyon quem aparecia em um lance de contra-ataque. Chegou a ficar cinco jogadores contra dois defensores. Aouar até conduziu bem a bola, mas na entrada da área abriu para Paquetá que bateu torto e de primeira, por cima do gol. Chance inacreditavelmente perdida. Depois do lance, imediatamente Bosz colocou Cherki e Shaqiri nos lugares justamente de Aouar e Paquetá.


No finalzinho do jogo, o Lyon não conseguiu ter mais recursos técnicos para conseguir incomodar o ASSE. Até os zagueiros tentaram em lance de bola parada, mas insuficiente para chegar a incomodar o goleiro Bernardoni, que provavelmente foi o melhor em campo nesse clássico que tinha todos os elementos para ser um grande jogo de se assistir, mas acabou se transformando em uma pelada.

O Saint-Étienne, por sua vez, sangra. É um time que – ok, está desfalcado demais – mas não tem absolutamente nada a mostrar. Exceto o goleiro, que foi bastante acionado e o jovem zagueiro Bakayoko, não teve qualquer resquício de qualidade para apresentar ao seu torcedor. E o flerte com o rebaixamento torna-se algo cada vez mais latente, uma missão das mais difíceis para o intempestivo treinador Pascal Dupraz. 


O OL agora terá outra dura missão pela frente. Um adversário que nunca é moleza: o Monaco. O jogo será no dia 5 de fevereiro às 17h do horário de Brasília, com uma pausa de uma semana no meio do caminho. O compromisso é válido pela 23ª rodada do Campeonato Francês e será disputada no Principado. Até lá!

FOTOS: ol.fr | ASSE.fr | Getty Images
CAMPINHOS: Prime Video


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