Filipe Frossard Papini
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O gol saiu numa cobrança de pênalti – muito polêmico – marcado por Dembélé, mas a sensação de incapacidade reinou e ficou aquele gosto de “quero mais” de um time que ainda caminha para a evolução
O Lyon entrou em campo na tarde deste domingo pela Ligue 1. Depois de ter um bom encontro diante do PSG na rodada anterior e conseguir vencer boa parte do tempo, embora tenha sofrido o empate logo em seguida, o time demonstrou evolução e parecia preparado para um confronto mais tranquilo, ao menos em teoria, contra um adversário tecnicamente inferior: o Troyes, que acabara de trocar de técnico, colocando Bruno Irles no lugar de Laurent Batlles, em busca de sair da incomoda 16ª colocação.
O problema é que Irles já encarava o primeiro desafio repleto de problemas. Pelas contas da apuração do BrasiLyonnais, o Troyes chegava para esse duelo com incríveis 13 desfalques na mão do novo técnico, veja só: Baldé, Kaboré, Touzghar e Kouamé (Copa Africana de Nações), Moulin e Biancone (suspensos), Mraouci, Metinho, Mutombo, Azamoum e Suk (lesionados), Sandler (COVID), além de Koné, emprestado do Lyon e indisponível por força de contrato. Três jogadores da base foram chamados para compor o banco: Namri, Diop e Camara. Assim ficou escalado:
Mas não se engane também sobre o Lyon, Peter Bosz também tinha dificuldades grandes pelo mesmo motivo. Não à toa, relacionou o jovem Irvyn Lomami pela primeira vez, justamente para suprir a carência no banco. Os desfalques eram sete por parte dos Gones: Kadewere, Toko Ekambi e Slimani (Copa Africana de Nações), Emerson Palmiri (doente, ainda não se sabe se é Covid), Denayer (machucado no tornozelo), Diomandé e Reine-Adélaïde (voltando de lesão ainda). Veja como ficou escalado o OL para esse compromisso:
No comecinho do jogo, o Lyon tinha muitas dificuldades para conseguir impor o seu jogo. Bem postado, o Troyes conseguia segurar o ímpeto dos visitantes dentro da sua casa e ainda sabia achar espaços para conseguir arrancar alguns contra-ataques. O Lyon chegou primeiro, aos sete minutos, quando Dubois apareceu sozinho na área e finalizou com o pé ruim para fora. A resposta apareceu aos 17’, com Rodrigues subindo de cabeça e também finalizando para a linha de fundo.
Mais tarde, o OL chegaria de novo. Dessa vez, a oportunidade foi criada pelo brasileiro Henrique. Ele aproveitou um rebote e, da entrada da área, dominou no peito e bateu no cantinho. O goleiro Gallon precisou ir até o limite para mandar para escanteio. Um minuto depois, o Troyes de novo respondeu, e explorando a velocidade do bom lateral esquerdo Conté. Ele apareceu e bateu de bico no cantinho, fácil para Lopes!
O Lyon parecia perto de conseguir abrir o placar. No desenrolar do primeiro tempo, o time foi melhorando. Em dobradinha de Bruno Guimarães e Paquetá, o ex-Flamengo quase fez um golaço, recebendo da entrada da área e batendo de primeira, uma pancada que forçou Gallon a fazer uma belíssima defesa. Mas no continuar do lance, Palmer-Brown tocou com a mão na bola em jogada de Dubois e o árbitro marcou um polêmico pênalti. Dembélé foi para a bola e converteu com categoria, no ângulo: 1 a 0!
Depois de abrir o placar, o Lyon ficou mais acomodado no jogo. Era mais faceiro, ficou mais solto, mas deixou de apertar em busca do gol. A própria temporada já mostrou que essa postura era perigosa, com somente um gol de vantagem. Mas a administração do placar parecia óbvia no decorrer ali do primeiro tempo. Por sorte, o Troyes também colocava o pé no freio, neste caso, talvez por confiança.
Aos 41’ de jogo, o Lyon chegava mais uma vez com perigo e, de novo, com a dupla Bruno Guimarães e Paquetá. O ex-athleticano achou o ex-flamenguista já dentro da área. Ele tirou um marcador e bateu girando para o goleiro Gallon defender no reflexo e com os pés. Ele ia fazendo seu nome na primeira etapa com intervenções bem importantes e decisivas para manter o placar pequeno.
Antes do intervalo, o OL ainda teve mais duas excelentes oportunidades. A primeira foi uma bola que sobrou para Dembélé finalizar dentro da área. Ele conseguiu alcançar a bola, mas Gallon fechou bem o chute e tirou com os pés. No lance seguinte, foi Dubois quem saiu com a bola lá da lateral, entrou pelo meio, adentrou a área e bateu no cantinho para acertar a trave. Seria um belíssimo gol!
No segundo tempo, o Lyon mantinha a postura ofensiva. Mas dava muito pouco espaço para o Troyes sair em contra-ataque, diferentemente do que foi no começo do jogo. De certa forma, era uma boa postura em campo, apesar dos riscos iminentes. Enquanto isso, tentava dobrar o placar, mas esbarrava no último passe. Paquetá, muito marcado, e Aouar, bastante apagado, não conseguiam resolver essa questão.
A primeira boa oportunidade do Lyon na etapa final apareceu somente aos 17’. Bruno Guimarães recebeu sozinho na entrada da área e em velocidade. Mas ao invés de bater para o gol, ele preferiu fazer o passe. E errou. Depois da oportunidade, cada time fez sua primeira mexida. No Troyes, entrou Giraudon para substituir Chambost. No OL foi a vez de Aouar – muito apagado no jogo – dar lugar a Shaqiri.
O suíço, pela primeira vez, entrava fazendo sua reação função: meia pelo centro. E entrou muito bem. Com pouquíssimo tempo em campo, já havia mostrado mais do que Aouar mostrou na etapa inicial inteira. Chegou a deixar alguns jogadores em ótimas oportunidades, resolveu o problema do último passe, mas acabou criando outro: a finalização. Dembélé ainda precisa mostrar quem era aquele centroavante antes do empréstimo para o Atlético de Madrid.
Aos 36’ do segundo tempo, o Troyes assustou o Lyon em jogada de escanteio. Tardieu cobrou e achou a cabeça de Palmer-Brown, que conseguiu subir mais alto que todo mundo e mandou por cima do gol. Depois do lance, Peter Bosz fez uma troca estranha, colocando o lateral direito Malo Gusto para a saída do centroavante Dembélé. Gusto faria a ponta direita e Paquetá ficaria mais centralizado no ataque.
Já no finzinho do jogo, o Lyon já não queria tanto marcar o segundo gol e se abdicou um pouco do ataque, tentando segurar um pouco o ímpeto do Troyes em querer o empate. Recuou um pouco, mas ainda não corria riscos. Ripart parecia ser o único homem do time da casa a conseguir fazer algo “fora da caixa”, mas ainda era pouco. Não tinha como resolver sozinho e ainda estava isolado, quase como um meia pela direita.
No último minuto, o Troyes teve a chance do jogo para conseguir empatar. Em cobrança de escanteio que até o goleiro foi para a área, o Lyon se defendeu mal, a bola ficou ali popocando e ali apareceu ele, Ripart, com uma linda bicicleta. A bola ia entrando para o gol, mas Dubois apareceu sorrateiramente para dar um chutão e aliviar o perigo. Poderia ser um desastre esse empate no fim, mas terminou com o placar magro.
O próximo compromisso do Lyon já na próxima sexta-feira (21). A 22ª rodada da Ligue 1 vai começar com o grande clássico do futebol francês. Teremos Lyon x Saint-Étienne às 17h do horário de Brasília. Serão os dois times precisando desesperadamente de vitórias para subirem na tabela. Vai ser quente, vai ser importante, vai ser clássico! Até lá!
FOTOS: ol.fr | ESPN-Getty Images | Canal +
CAMPINHOS: Canal +
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