Na penúltima rodada, Lyon manda o time misto, vence e rebaixa o lanterna da Ligue 1

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Filipe Frossard Papini
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Mangala marcou o único gol da partida. OL segue vivo na briga por uma vaga na Conference League

Imagine precisar vencer na penúltima rodada para tentar se livrar da lanterna e do rebaixamento? Essa era a situação do Clermont antes da bola rolar hoje diante do Lyon. Inclusive, poderia ser o OL a estar nessa zona incômoda. Terminou o 1º turno na lanterna, mas hoje briga por uma vaga em competição internacional. Uma remontada como pouco se viu no futebol. Portanto, o confronto entre Clermont e Lyon era uma disputa pela vitória, acima de tudo, mas com objetivos bem distintos de cada lado.

O time da casa chegou montado no 4-2-3-1 de Pascal Gastien. Ele não alterou em praticamente nada o time que previmos no pré-jogo ontem aqui no site, com a exceção da lateral direita, onde ele preferiu começar com o jovem Jacquet ao invés do experiente Zeffane. O Clermont tinha desfalques para esse jogo: o lateral Konaté e os volantes Mabrouk e Gonalons. Rashani, voltando de suspensão, começava jogando. Diferentemente de Allevinah, que sofreu uma concussão e começava no banco. Cham, que era dúvida, também estava entre os titulares. Assim ficou:

No Lyon, o técnico Pierre Sage não tinha nenhum desfalque importante para esse jogo diante do lanterna, exceto o 3º goleiro, Justin Bengui e o atacante reserva Mama Baldé, que sentiu algo na prévia do jogo. Por outro lado, o OL tinha seis jogadores pendurados que, caso fossem advertidos na partida de hoje, cumpririam suspensão diante do PSG pela final da Copa da França. Pierre Sage então poupou todos eles: Tagliafico, Tolisso, Maitland-Niles, Nuamah, Benrahma e Lacazette. Então, o OL foi a campo praticamente com um time misto. Veja:

Com os dois times querendo a vitória, o jogo começou bem estudado. Errar no comecinho dessa partida poderia custar o restante dos 90 minutos. Mesmo assim, o OL foi quem assustou primeiro, logo aos cinco minutos, quando Cherki chegou infiltrando-se na área do adversário e conseguiu, num disparo sem ângulo, acertar a trave. O Clermont respondeu quase dez minutos depois com um contra-ataque de Virginius, que parou em Lopes.

Bem no inicinho do jogo, o Lyon era quem controlava o jogo, trocava passes dentro do campo adversário e tinha uma maior mobilidade com a bola. Mas com o passar do tempo, o time da casa também começou a gostar um pouco disso e passou a equilibrar mais as ações da partida. Foi carregando a bola até a intermediária que o Clermont teve uma chance em bola parada, bem na entrada da área, aos 20’, que acabou não dando em nada. Mas a postura já era outra.

Embora fominha na maioria das vezes, a principal arma para o Lyon nesse primeiro tempo era as ações do garoto Cherki. Ele era o único que, quando recebia a bola, tentava buscar o diferente, o inusitado. Muitas vezes não dava em nada, mas pelo menos fugia bastante do jogo protocolar de ficar tocando a bola entre os zagueiros e os laterais até achar espaço. Ao menos ele buscava algum atalho que parecia que uma hora iria aparecer. 

Enquanto isso, os outros homens do ataque do Lyon eram inofensivos perante ao regular sistema defensivo do Clermont. Fofana até tentava ora ou outra aplicar alguma jogada de velocidade, mas parecia inerte. Orban praticamente não via a cor da bola, mas esperava a oportunidade certa para poder finalizar. Pouca mobilidade, pouco tempo com a bola aos pés e pouca efetividade na primeira parte.

As mínimas chances que o Clermont conseguiu construir na primeira etapa foram em jogadas de contra-ataque. Sair tocando e tentar propor o jogo, definitivamente não era o forte do time de casa. Enquanto o OL tentava justamente fazer isso, com passes de pouco propósito, o Clermont roubava a bola e tentava alguma arrancada com Virginius ou o brasileiro Neto Borges pela esquerda. Mas a efetividade era quase zero. 

No finzinho da primeira etapa, o time da casa até tentou alguma jogada de bola cruzada na área, pedindo pênalti no lance, mas nada ali para ser marcado. De fato, o primeiro tempo ficou marcado por uma inatividade clara de ambas as partes e sequer pareciam dois times que realmente precisavam da vitória para seguirem sonhando com seus objetivos na Ligue 1 dali em diante. Muito abaixo.

No segundo tempo, os times voltaram mais animados um pouco. O próprio jogo parecia ter um ritmo mais rápido, embora o OL parecesse querer fazer cera em alguns lances e aparentemente gostar do empate. Mas só parecia, pois o Lyon abriria o placar rapidinho, logo aos oito minutos de bola rolando na etapa final. Depois de um escanteio, Cherki recebeu a bola de volta, deixou o marcador na saudade, cruzou pra trás e Mangala chegou conferindo: 1-0!

Poucos minutos depois, o Clermont teve sua melhor chance no jogo, quando Magnin entrou na área e acabou sendo desarmado pelo volante Caqueret. A arbitragem num primeiro momento marcou pênalti, mas foi chamada pelo VAR e logo em seguida desistiu da marcação. De fato, não houve falta no lance, mas era um sinal de que o time da casa poderia voltar a gostar um pouco mais do jogo.

A primeira troca no jogo foi do Lyon, com Nuamah no lugar de Orban. Logo em seguida, o Clermont assustaria de novo, dessa vez com o meia Cham. Ele recebeu bola na entrada da área e bateu forte dali mesmo, forçando Anthony Lopes a efetuar boa defesa para evitar o perigo. Naquele momento, o Lyon amarrava o jogo, se defendia um pouco mais e deixava o Clermont jogar um pouco em seu campo de ataque.

Perto dos 30’ do 2º tempo, Gastien mexeu pela primeira vez, colocando Keïta e Allevinah nos lugares de Gastien e Rashani. O OL mexia também com duas trocas, entrando Maitland-Niles e Lacazette nos lugares e Henrique e Cherki. Naquele momento, o Lyon corria o risco de Nuamah, Maitland-Niles e Lacazette serem amarelados e ficarem de fora da final da Copa da França, por estarem pendurados.

Cinco minutos depois, o OL se viu na obrigação de mexer de novo, já que Matic deixou o campo com dores e deu lugar a Diawara. Antes do Clermont colocar Boutobba e Fakili nos lugares de Cham e Virginius, o próprio Virginius quase empatou o jogo em chance inacreditável. Foi um chute cruzado que a bola chegou a desviar no seu colega de time antes de sair carinhosamente pela linha de fundo. Uma das melhores chances da equipe da casa, aos 39’ do 2º tempo.

A arbitragem chegou a dar cinco minutos de acréscimos, mas nem isso foi o suficiente para o time da casa esboçar uma reação, embora tenha tentado alguma coisa. O Lyon se propôs a segurar o placar no finalzinho, tentou escapar em alguns momentos em contra-golpe, mas teve dificuldade em fazer as ligações. Por fim, com a vitória, o OL segue vivo na briga por uma vaga na Conference League, enquanto o seu adversário da noite foi rebaixado.

O Lyon agora só entra em campo daqui há exatamente uma semana, no mesmo dia e horário deste jogo diante do Clermont: às 16h de domingo (19). O adversário da vez será o Strasbourg, em jogo pela 34ª rodada da Ligue 1, a última. A partida será em casa, no Groupama Stadium. Até lá!

CAMPINHOS: Prime Video

FOTOS: ol.fr | Getty Images | ClermontFoot.com

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