sábado, 13 de agosto de 2011

Um paredão chamado Ochoa

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Goleiro mexicano do Ajaccio foi brilhante, milagreiro, e salvou seu time de uma derrota para o Lyon




Segunda rodada dessa temporada da Ligue1. Rodada importante, especialmente para o Lyon. Na terça-feira, a primeira prova de fogo de 2011/2012. Fase eliminatória da Champions League. Rubin Kazan é o adversário. Para chegar motivado, era preciso fazer bonito, hoje, no Gerland. O adversário da tarde era o Ajaccio, clube recém promovido da Ligue2.

Com vários desfalques, inclusive dois zagueiros, Rémi Garde precisou forçar a estreia de Bakaray Koné, que fez dupla com Lovren. No meio-campo, o retorno de Pjanic ainda não aconteceu, mas o bósnio, ao menos, estava no banco. A formação é o 4-4-2 e não houve quase nenhuma mudança em comparação ao primeiro jogo. Veja o time:




Pelo lado dos visitantes quatro desfalques: Mendy, El-Hany, Bouhours e Maire. O principal nome do time é o goleiro Ochoa, que o Ajaccio conseguiu persuadir, concorrendo com o os milionários do PSG e o meia Sammariano. Na frente, o experiente Illan, ex-jogador do Atlético-PR, era o principal nome do ataque. Abaixo, o time comandado por Olivier Pantaloni.




A partida começou com intensa pressão do Lyon. A ideia de Garde parecia ser de querer marcar um gol rapidamente. Fora de casa, o Ajaccio parecia assustado. Antes dos dez primeiros minutos dois jogadores já estavam amarelados.

O Lyon perdeu oportunidades claras de gol e acertou a trave por dois momentos distintos ainda nos primeiros vinte minutos. Lovren teve um gol anulado aos 23’, após o árbitro Gabriel Cail marcar uma falta de ataque inexistente.

Ochoa continuava trabalhando muito no primeiro tempo. Foi exigido como poucos. O bom goleiro mexicano saia bem nas bolas e evitava também os arremates de longa distância. Foi fundamental para o seu time nessa primeira etapa, que ficou com um placar escasso graças as suas habilidades.

Pelo setor defensivo do Lyon, nada a se ressaltar. Pouco apareceu, muito em função da fraqueza do ACA em conseguir chegar tocando as bolas. Qualquer falta, depois do meio de campo, os adversários tentavam alçar bola na área, mesmo não tendo muita eficácia desde o início do jogo. Persistiam nesse tipo de lance e não exploravam jogadas mais simples, com a bola ao chão.

O primeiro tempo terminou com o placar em branco, mas com ampla vantagem dos donos da casa, que não marcaram por detalhe e pela bela partida que fez Guillermo Ochoa. Na segunda etapa, os times voltaram os mesmos, e o estilo de jogo idem.




O Lyon voltava a fazer sua pressão, da mesma forma que ocorria no primeiro tempo. Tentava, chegava, mas esbarrava na belíssima exibição de Ochoa. O mexicano fazia milagres. Eram várias defesas difíceis. Arrisco a dizer que poderia ser goleada se tal arqueiro não estivesse em campo.

Com a sorte (e competência) jogando ao lado de Ochoa e seu time, o Ajaccio comprovou a velha máxima: quem não faz leva. Sendo assim, em jogada pelo lado direito, o ACA conseguiu abrir o placar no Gerland, para espanto de todos os torcedores franceses. Injusto, porém aceitável. A jogada surgiu nos pés de Kinkela. Ele passou bem pela ponta, cruzou, certeiro, na cabeça de Sammaritano. Lloris nada pode fazer. Aberto o placar.

Após o gol, o Lyon não soube controlar o nervosismo. Garde fez logo duas alterações. Tirou Källström e Briand e colocou Pjanic e Pied. Por outro lado Pantaloni também trocava. Mostepha e André entravam nos lugares de Begeorgi e Lasne. Posteriormente a terceira alteração foi queimada com Medjani no lugar de Cavalli.

O Ajaccio mantinha a sua defesa compacta e não permita lances perigosos do OL. Parecia que já levariam a vitória pra casa, uma vez que o Lyon se aparentava nervoso e não tinha calma e tranquilidade para armar as jogadas com a paciência que tinha no primeiro tempo. A ideia era alçar bolas na área e fazer o famoso “abafa”.

Em uma dessas jogadas, Pjanic teve tempo de parar, observar e achar Lisandro na área. O argentino, mesmo sob marcação, conseguiu subir mais alto e colocar com sutileza no canto esquerdo de Ochoa. Dessa vez o mexicano nada pode fazer. Era o empate no Gerland. Empate que deu moral e revigorou aquele time que se apresentou no primeiro tempo.

A pressão persistia. Gomis deu lugar a Novillo e Garde queria a vitória, assim como todos os torcedores presentes. Ochoa fazia mais milagres e a bola não entrava. Tentativas pela esquerda, direita, bola levantada e nada da virada acontecer. Nos acréscimos Lloris já jogava como um volante, distribuindo o jogo no meio de campo, tamanha pressão que os donos da casa faziam. Aos 94’, Cissokho achou Michel Bastos na área, que tentou uma bicicleta. Lance lindo, Ochoa só assistiu e a bola passou bem próxima à trave esquerda.

Por fim, a vitória não aconteceu. O Ajaccio arrancou um ótimo empate no Gerland. Uma partida que Guillermo Ochoa pode contar ao seus netos. Atuação primorosa! Agora, o Lyon precisa concentrar todos os seus esforços para se classificar na Champions League. Já entra em campo na próxima terça-feira. Rubin Kazan também joga na retranca, portanto, Garde precisa trabalhar um pouco mais essa pressão intensa e conseguir fazer o seu time penetrar mais na área e neutralizar essas defesas intensas. O jogo também será no Stade Gerland.

FOTOS: Eurosport.fr / L'Equipe / olweb.fr


GOLS DA PARTIDA:



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